Maio de 1968: vermelho em fundo negro


O Maio de 1968, em França, faz agora 40 anos. Em França mesmo, já se comemora, há algumas semanas, em papel de jornal e revista. Porém, com pouco sucesso. A revista Nouvel Observateur, com excertos do livro "provocador" e imagem na capa, de Daniel Cohn-Bendit, um dos ícones do movimento, terá sido um flop nas vendas e até a especial emissão de tv, na France 2, foi pouco vista.
Pelos vistos, Maio de 68, em França, interessa pouca gente. Mesmo com a ajuda de Sarkozy, que há uns meses, prometeu acabar, liquidando completamente, a herança de 68. "Vocês destruiram a sociedade!", atira Sarkozy. "Nós mudamos a sociedade!", riposta-lhe Cohn-Bendit.
E, no entanto, Sarkozy, tem vários tiques de sessentaeoitista, segundo a revista Marianne desta semana que não poupa nas palavras da capa: "Comemoração do Maio 68, armadilha para palermas!" ( um trocadilho entre o slogan de 68, "Elections, piège a cons" e agora, "Commémoration, piège à cons")

E deixa uma pergunta, com resposta engatilhada:
"Quarenta anos depois, qual é o maior problema da esquerda ( francesa)? O povo. Uma herança de 68. " É que o povo francês, desertou os partidos da esquerda tradicional...

Quem estiver interessado em saber mais e ainda o que se passou por cá, pode entrar e espreitar Daloja.


Publicado por josé 22:42:00 2 comentários  



«So Nice», Bebel Gilberto

Enleante.

Publicado por André 18:27:00 2 comentários  



A causa em suspenso

Estou preocupado. Oito dias passaram e dali não sai mais nada. Nem uma arenga risível, nem um pensamento sintético, ou um encómio sequer, sobre este governo notoriamente de Esquerda.
Blogar, é preciso. E os sucedâneos não valem o original.

Publicado por josé 10:21:00 4 comentários  



A prudência das ilações


O caso de Jaime Gama, indicado por um jovem ex-aluno da Casa Pia, como envolvido no escândalo sexual, continua a ser analisado em sede de julgamento de difamação, promovido pelo indigitado, contra o indigitador.
No julgamento que decorre com publicidade restrita, dois amigos de Jaime Gama, Mário Mesquita e Luís Salgado Matos, conhecidos publicamente, já declararam a sua crença na imaculada personalidade de Jaime Gama, apontando a perplexidade e inverosimilhança da imputação.
Hoje, no Público, Helena Matos, aponta o caso como revelação e sintoma do estado da Justiça: “(…)sentado ao lado do presidente da República, nesta sessão solene do 25 de Abril, estava Jaime Gama, que, na véspera, ouvira novamente serem proferidas contra si graves acusações de abuso sexual por parte de ex-alunos da Casa Pia. E ninguém se indigna nem se apieda. Porque já nos habituamos a que a justiça não absolva nem condene. Antes, se transforma numa espécie de via-sacra que trucida honras e deixa escapar os crimes.”

Dito assim, permanece uma dúvida: Jaime Gama, segunda figura do Estado, será responsável, por factos graves da sua vida privada, com óbvios reflexos na sua vida pública, por causa da infâmia dos crimes?
Tal não foi apurado, em sede de julgamento, porque nem houve julgamento.
Essa Verdade, indefinida judicialmente, não é conhecida. E o ex-aluno será um mero difamador, interessado em continuar a sustentar a sua história pessoal, por motivos imponderáveis, ou uma vítima real e plausível do queixoso?
É essa Verdade que agora se tenta descobrir, também judicialmente. Uma exclui a outra, naturalmente, no mundo do senso comum. Mas ambas podem subsistir, no melhor dos mundos da Justiça, por força de argumentos insondáveis do senso jurídico, que como é bom de ver, nem sempre coincide com o comum e diverge até vezes demais.
Por muito que alguns pensem em atribuir à Justiça propriedades mediúnicas, próximas dos oráculos da antiguidade clássica, não é assim que funciona, em Portugal ou qualquer outro lado, a máquina inventada para atribuir a cada um aquilo que lhe pertence, apurando a Verdade material das coisas que se conhecem.
Incidentalmente, atinge-se essa verdade. Acidentalmente, o simulacro mais perfeito. Verdadeiramente, o imponderável é regra e a incerteza, companheira habitual desta Justiça nossa que em muitos casos se mostra a si mesma, numa tragédia clássica, atropelada e desfigurada, pelas regras do seu próprio funcionamento, no palco de um tribunal.
Nessa altura, essa verdade processual, é apenas uma lição moral que resulta do entrecho representado, para simular a Realidade.
Uma absolvição ou uma condenação, nesse caso, são a expressão dessa lição, num epílogo da encenação.
Assim, quem julga que num tribunal, em exercício de representação da Justiça, se sentencia sempre a Verdade das coisas, confunde esta com a ilusão das ficções, em que a Verdade existe por si mesma, na sua lógica intrínseca, derivada do entrecho representado.
Qualquer mentiroso sabe isto e qualquer inocente o pressente.

Daí que a presunção de ilações, imponha a prudência no julgamento da inocência. E vice-versa: a presunção de inocência, imponha a prudência nas ilações.

Publicado por josé 17:26:00 10 comentários  



A Grande Loja revela mais um talento

Publicado por Carlos 15:38:00 1 comentários  



E você, já tem o seu Aguiar Branco?


"Quando for grande, gostava de ter um Aguiar Branco"


António Cunha Vaz é um dos homens mais influentes em Portugal. Pode não ser muito conhecido pelo país, mas a sua intervenção em círculos económicos e políticos já deixou uma marca muito própria. Em entrevista ao jornal «Público», o ex-assessor de Luís Filipe Menezes no PSD aceitou comentar vários assuntos, nomeadamente a situação actual do partido.

E revela algumas opiniões diferentes, utilizando frases fortes, nomeadamente quando lhe é perguntado o que levou Menezes a demitir-se, considerando que «foi uma operação bem montada» pela sua oposição, tendo Aguiar Branco como «testa de ferro»: «O único que ficou caladinho, quase sem reagir, apesar de ter estado por trás, ter sido mandante, foi o dr. Rui Rio. Teve o seu factótum a falar em nome dele. Foi um grande serviço. Devo dizer que gostava de ter um»...


do Portugaldiário

Publicado por Carlos 14:37:00 2 comentários  



Ana Gomes a jogar à batalha naval...







...no Causa Nossa

Publicado por Carlos 02:03:00 1 comentários  



A ordenha democrática

(clicar para ampliar)

Segundo o jornal Sol, quatro grandes escritórios de advogados, receberam um terço do dinheiro gasto pelo(s) Governo(s), em pareceres, no período 2003-2006.

Sérvulo Correia, Rui Pena, Galvão Teles e José Miguel Júdice, são os felizes contemplados da prodigalidade de uns tantos indivíduos, eleitos por via indirecta, para nos governarem e que dispõem a seu bel-prazer, sem prestarem contas directas, nem mostrarem o que fazem concretamente, do dinheiro de todos nós. E até se dão ao luxo asiático, de recusarem mostrar números e nomes, a quem lhos pede para publicação. Têm vergonha, certamente. E com razão, diga-se.
Aqueles e mais uns tantos, receberam cerca de 15 milhões de euros, do erário público, para elaborarem pareceres... jurídicos! Sem qualquer concurso público, que isso é para os outros. A única excepção é a do ministro Jaime Silva que decidiu contratar por concurso e o escritório de Laureano Santos, recebeu 6 mil euros, durante dois anos.

O Governo, notoriamente, não tem assessores à altura destas luminárias incandescentes, para a tarefa, apesar de os contratar a peso de ouro, com ordenados fora da tabela e com justificações mirabolantes no diário da República. Os auditores jurídicos dos ministérios, também não contam, para este totobola.
Contam outros critérios, não esclarecidos pelo Governo. E fica muito, mas mesmo muito por contar.
Por exemplo, não se conta, quanto é que o Governo efectivamente gastou por via indirecta, com os famigerados Institutos públicos e as empresas de capitais públicos.
É com estes organismos que o erário público se esvai em pareceres jurídicos. Milhões e milhões, são gastos por conta de todos, nas Parpúblicas e outras que tais. Neste Orçamento que corre, há mais de 180 milhões para estas faenas, sem contabilidade directa e transparente.
Por isso mesmo, ficamos agora a saber que Vital Moreira, recebeu do Governo 21 175 euros. Para quê? Para dizer bem, certamente, em forma de parecer.
Ficamos a saber que João Pedroso, arrecadou a bela maquia de 62 910 euros, por dois pareceres ou estudos ou lá o que foi que de resto pouco deve interessar saber. Segundo consta, anda agora a receber por conta do ministério da Educação, para compilar legislação.

Porém, não ficamos ainda a saber quanto é que a Parpública pagou efectivamente ao escritório de José Miguel Júdice. E parece que não vamos saber tão cedo. A transparência democrática é um logro, com esta gente que faz de todos nós um bando de parvos.

Segundo o artigo do Sol, fica a saber-se que uma boa parte da legislação, é feita em completo out-sourcing. Privado. Afinal, o legislador, penal e não só, é uma entidade anónima ou nem tanto, que apresenta o trabalho feito, ao patrocinador, o Estado. E depois, guarda para si, o trabalho preparatório que lhe servirá para fornecer pareceres, mais tarde, a outros privados, carenciados de ajuda, na interpretação das leis aprovadas pelo patrocinador.
Entidade que sobre este assunto, nem tuge nem muge, nem mostra quem a ordenha.

Publicado por josé 17:23:00 9 comentários  



mudam-se os tempos

34 anos depois do 25 de Abril que pode hoje dizer, um indivíduo que atingiu nesse ano a maioridade?

Que “foi bonita a festa, pá!”. Fiquei contente, de facto, como a esmagadora maioria do povo português , também ficou.

Por isso, a imagem que melhor define o 25 de Abril, para mim, é a de uma foto, supra, na revista Século Ilustrado, de 4.5.1974, em que se mostra o povo anónimo, em manifestação sem bandeiras ideológicas.

Outra imagem que reflecte o espírito do 25 de Abril, tal como o vivi, é a de um músico e da música de protesto que então apreciava, porque de valor e qualidade inquestionáveis, mesmo pelos padrões actuais.

José Mário Branco, cantor de timbre perfeito, tinha produzido, antes de 25 de Abril, em 1971, um disco de grande qualidade: mudam-se os tempos, mudam-se as vontades.

De há 34 anos a esta parte, que mudou, nas vontades?

No dia 25 de Abril, durante a tarde e noite, e dias a seguir, podiam ouvir-se na rádio, algumas músicas que nunca tinham passado nos programas, por causa da censura. O soldadinho, de José Mário Branco, era uma delas. Tal como outras. Sabia bem, apreciar a novidade da liberdade de se poder ouvir cantar livremente.

No dia 25 de Abril, à noite, a tv mostrava os locutores de serviço, sem gravata. Sabia bem, poder ver que o formalismo retórico, não precisava de gravata, porque tinha sido esse o grito dos assistentes ao I Encontro da canção portuguesa, realizado uma semanas antes, no Coliseu de Lisboa: “tira a gravata, pá!”, ouvira gritar, Carlos Paredes.

Foi por isso com grande satisfação que foi possível ver, na revista Flama , quinze dias depois, a reunião dos cantores do canto livre, da canção portuguesa.

Entre eles, José Mário Branco, na foto aqui publicada (acompanhado de Francisco Fanhais e outros na foto a seguir, como Zeca Afonso, José Jorge Letria e Adriano Correia de Oliveira) , na mesma revista Flama, de 17.5.1974


Na revista Tabu, hoje publicada com o Sol( foto abaixo), José Mário Branco , dá uma entrevista “de vida”, onde reflecte sobre 34 anos de democracia e utopias. Sobre o dia 25 de Abril de 1974, diz assim:

“Pergunta: aquilo foi uma revolução? Ou foi uma descompressão social depois de 48 anos de ditadura? A 24 de Abril de 1974 quantas pessoas estariam dispostas a vir para a rua protestar e exigir a fábrica, a herdade, a democracia? Quantas? Houve uns militares descontentes que por razões completamente corporativas se começaram a juntar e vieram para a rua. A minha discussão muitas vezes com os meus companheiros de luta é esta: “se não for capaz de fazer a revolução dentro de mim próprio, vou ser capaz de a fazer na sociedade? ´”

E o resumo de uma vida, que deixa muito que pensar:

“Tenho 65 anos e ando entalado há 50 entre duas igrejas. Uma que me conta a história de Cristo de uma maneira que não posso aceitar e outra que me conta a história do socialismo de uma maneira que não posso aceitar. Quer isso dizer que tudo o que li e em que acredito está provado que não funciona? Não. O que está provado que não funciona é a distorção de tudo aquilo em que acredito. Os se faz a sério ou não se faz. “

Percebo muito bem este discurso. O da utopia permanente e que redundou em desgraças maiores, quando levada a consequências organizativas, com armas na mão. As FP 25, por cá, são o exemplo.

Será que a mudanças dos tempos, trouxe mudança de vontades?

Tal como John Lennon escreveu: Dizes que queres fazer uma revolução. Está bem, mas primeiro deixa lá ver os planos...”


Publicado por josé 20:52:00 2 comentários  



RCP Edições

A contagem decrescente para a abertura está em marcha. Um projecto do Rui a seguir atentamente.

Publicado por Carlos 22:10:00 0 comentários  



A Esquerda laboral

O novo Código do Trabalho é um código de Esquerda. Disse-o o ministro Vieira da Silva e proclamou-o, o arauto Vital Moreira.

Na lugar de expressão da sua causa, escreveu, para vincar este simbolismo politicamente correcto e comprometido ao leit-motiv ideológico:

"As propostas de revisão do Código do Trabalho visam claramente dois objectivos: por um lado, aumentar a capacidade de adaptação das empresas às mudanças temporais do ciclo produtivo (flexibilidade do tempo de de trabalho); por outro lado, apostar na estabilidade do emprego, combatendo eficazmente a precariedade, nomeadamente os contratos a prazo e os "recibos verdes".
Não é impossível favorecer simultaneamente as empresas e os trabalhadores.. [Publicado por Vital Moreira] [22.4.08] "


Desgraçadamente, muitos começam a duvidar seriamente dos propósitos desta esquerda de folclore, para eleitorado ver e eleições ganhar, e apontam efeitos perversos e inequívocos, contrários aos proclamados.

"Mais opções para despedir";"Aumento da precaridade do emprego"; "Maior possibilidade de despedimento de empregados mais velhos e mais caros", são títulos dos jornais de hoje que citam especialistas em direito laboral.

Ontem, na televisão, Bagão Félix, um dos vituperados autores do código de trabalho, em tempos crucificado por apresentar propostas de Direita, disse que a medida que permite o despedimento de trabalhadores por inadaptação ao posto de trabalho é inadmissível.

Bagão é de Direita. Vital e Vieira são de Esquerda. Não são?!

Publicado por josé 12:26:00 8 comentários  



Grão a grão

Já se sabe, via oficial, o que o Sol, andou a tentar saber, pedindo directamente ao Governo a informação que devia ser simples, directa, pública e sem reservas, sobre os gastos com pareceres, pagos com dinheiro de todos nós.

Diz o Diário Económico:

O Governo gastou 6,7 milhões de euros na contratação de serviços jurídicos externos entre 2005 e 2006.

O jornal ainda não publicou os nomes dos contemplados, com as avenças perdulárias, mas a seu tempo, o Sol, publicará. É mais que certo, tanto mais que o tribunal Administrativo achou que o assunto, em vez de caso de tribunal, era mais um caso de... "jornalismo de investigação"!
.
O ministro mais carenciado desta ajuda suplementar da parecerística por encomenda, é o pobre Manuel Pinho, da Economia, confesso apreciador de alpercatas italianas, de marca. À conta da sua necessidade de obtenção de esclarecimentos jurídicos, especializados, torrou nesses dois anos, 1,2 milhões de euros.

Será caso para perguntar: se estivesse no gabinete no BES, teria feito a mesma coisa? E se fizesse, caso seria ainda para saber, o que lhe aconteceria nas reuniões de ceo´s., com o patrão Ricardo a olhar de esquina os números a a querer saber para quem foram os milhões.

Como não tem patrão, senão de quatro em quatro anos, é gastar. À tripa forra, que no controlo do Orçamento, não há condimentos salgados. Só ovos moles e patos.

Veremos agora, quem serão os esgravatadores do erário público.

Publicado por josé 20:24:00 0 comentários  



PSD: é mesmo Manuela

Lançámos a hipótese logo a seguir à demissão de Menezes e, esta tarde, ela confirmou-se:

Manuela Ferreira Leite é candidata à liderança do PSD e, perante o quadro de adversários já apresentado, será, muito provavelmente, a senhora que se segue na presidência do maior partido da oposição.

Em função da realidade do actual PSD, parece-me, claramente, a melhor alternativa.

Veremos...

Publicado por André 19:47:00 11 comentários  



As diferenças










O da esquerda, de acordo com o Público de hoje, tem "um escritório de advogados e é consultor das fundações Oriente e Stanley Ho e do governo de Cabo Verde. Administrador não executivo de uma seguradora, a Sagres ". É do PS.
Nada disso constitui problema de incompatibilidade com a função de deputado. O PCP levantou agora o problema da incompatibilidade pelo facto de o mesmo ser provedor, numa associação particular ( APESEP) que lida com trabalho temporário. Associou-o aos pequenos empresários e Vitalino tem defendido uma maior flexibilização dos contratos laborais. Pecado mortal para o PCP. O resto, são amendoins...

O da direita, ainda segundo o mesmo jornal, lidera uma comissão parlamentar de Orçamento e Finanças, no âmbito da qual se organiza o inquérito à supervisão bancária, na sequência do caso BCP. Porém, é assessor do BPN, precisamente, um dos bancos mais em foco, nesse inquérito.
Jorge Neto, antes disso, esteve na berlinda por ser uma das figuras em grande foco, na OPA à PT, desencadeada pelo grupo Sonaecom. Jorge Neto, defendeu os pobres accionistas minoritários da PT. Depois, veio a saber-se que afinal, estava ligado a um grande investidor da mesma PT, o dono da Ongoing, Nuno Vasconcelos. É do PSD.

No mesmo jornal de hoje, Vital Moreira, defende com denodo a diferença abissal, entre a Esquerda e a Direita. Do lado certo da sua causa, a afamada Esquerda, está o PS. Do lado escuro, na famigerado Direita, anda o PSD.
E Vital garante que as diferenças entre os dois partidos, são grandes, enormes, de vulto gigante e visível. Gritantes, mesmo.
Tantas como as que separam Vitalino Canas, de Jorge Neto. Ou, para o caso, Vital Moreira, de Pina Moura.
ADITAMENTO, em 24.4.2008:
No Público de hoje, fonte da notícia sobre Jorge Neto, o escritório de advogados do mesmo, ( Jorge Neto João Carlos Silva e Associados), através de "direito de resposta", vem desmentir totalmente a notícia do Público, sobre o pretenso facto de Jorge Neto ser assessor do BPN, com a indicação concreta de que o deputado e advogado "nunca foi, nem é, advogado ou consultor do BPN ou da Sociedade Lusa de Negócios ou de qualquer outra empresa deste grupo financeiro". Jorge Neto nunca falou com Oliveira e Costa ou qualquer administrador do BPN, pessoas que, aliás nem conhece."
Pronto. Aqui fica o desmentido à notícia do Público e que se lamenta que não tenha sido apurada, antes de se publicar o que se publicou. O jornalismo, por vezes, parece-se com a escrita em blog, em que a verdade parece atrapalhar uma boa história.
Quanto às diferenças aludidas, fica a informação, essa não desmentida, acerca da participação na OPA da Sonae, versus Pt.

Publicado por josé 10:00:00 5 comentários  



Sempre gostei de violinos

Publicado por Carlos 23:59:00 2 comentários  



Gamão, definitivamente

A RTP1, em reportagem de Maria Cerqueira, acaba de mostrar o habitat natural do célebre investidor do Boavista, Sérgio de nome e bom rapaz de origem, segundo os seus conterrâneos e até o próprio patrão, ouvido num café de aldeia.

O cunhado do Sérgio, mostrava-se ainda mais seguro de si: " não podia ter sido ele sózinho"!

Pois não. Mas, lendo os jornais, não se lobriga sequer uma frincha de luz, por onde possa vislumbrar-se uma nesga da verdade que o testa de ferro, afinal, nem conhecerá.

Para que serve o jornalismo de investigação? Para quê?!

Publicado por josé 13:19:00 4 comentários  



Xadrez ou gamão?


A Sic-Notícias, acaba de dar notícia sobre a "crise no Boavista". Referiu a existência de auditorias que referem explicitamente uma descapitalização do clube, nos últimos anos. Os números e casos concretos apontados, são assustadores.

Ou muito me engano, ou a blogger Ana Gomes, um dia destes, ainda vai escrever sobre futebol.
Se o fizer, está cá um leitor atento. Pelo menos.
Ao pé disto, o Apito Dourado, parece brincadeira de giroflé.


Publicado por josé 22:53:00 0 comentários  



A protecção dos bandos

Segundo relato o jornal Sol, online, a tentativa de roubo de um carro, na Maia, resultando num quase homicídio da vítima, inspector da PJ, poderá ter sido obra de um gangue. "O gangue de Valbom", já referenciado pela polícia. De tal modo que...

(...)em meados de Janeiro, tinham sido detidos dois elementos do núcleo duro do gangue de Valbom. Desde essa altura que Daniel Faria, 19 anos, conhecido por Cubilhas, e o irmão, Filipe Faria, 16 anos, conhecido por “Biket”, aguardam em liberdade o julgamento por associação criminosa, assaltos à mão armada, carjacking e tentativa de homicídio (de Mauro Santos, alegado número dois do gangue da Ribeira e preso preventivamente).

Apetece perguntar aos génios da Unidade de Missão para a Reforma Penal, com particular incidência em dois ministros do actual governo - Rui Pereira e Alberto Costa- o que acham disto.

Em privado, em conversa caseira, porque em público, já conhecemos a lenga-lenga do costume, principalmente a do ministro da Justiça.

Sim, porque é da directa responsabilidade destas pessoas e de quem aprovou a actual lei processual penal, a tendência para a diminuição drástica da prisão preventiva. Por causa das malditas estatísticas europeias...que nos colocam sempre de "bem com os outros e de mal connosco".

E se o carro que os gangsters quiseram levar, fosse de um desses tutores da legislação penal ou de um familiar próximo e o resultado fosse o que ocorreu?

Nem assim, reflectiriam nas opções políticas de manifesta protecção de bandidos?

Publicado por josé 18:52:00 2 comentários  



PSD: a hora de Manuela Ferreira Leite



Já chega de recusas e esperas estratégicas.

Se ainda for possível recuperar o melhor PSD, a solução para a crise terá que passar pelo avanço de Manuela Ferreira Leite.

É só um wishfull thinking, mas seria bom que se concretizasse.

Ou será que o barco já foi mesmo ao fundo?

Publicado por André 18:10:00 6 comentários  



O Portugal real

Se o futuro è já hoje, o presente foi ontem. O relato do tempo que passa, pelo Público e pelo Sol.
Boavista: empresário Sérgio Silva abandona Estádio do Bessa acompanhado pela PJ
Investidor do Boavista detido

Publicado por josé 16:18:00 0 comentários  



Demissão de Menezes: não era difícil de prever...

fatalidades que, como diria o outro, são tão... fatais como o destino.

Menezes durou meio ano e vale a pena recordar o post que nesta Loja publiquei a 21 de Setembro do ano passado, em vésperas da insensata escolha das bases laranjinhas.

Eu sei que não era assim muito difícil de prever isto, mas aqui vai a lembrança:

«Perante a escassez de qualidade das escolhas (Menezes inconsistente, Mendes pouco mobilizador), é fácil perceber esta enorme indiferença em torno das directas no Partido Social Democrata.

Apesar de não ser o partido no qual habitualmente voto, devo dizer que essa indiferença me preocupa. É que não faz muito sentido que os analistas aumentem o tom de crítica e a impaciência em relação aos tiques autoritários do Governo Sócrates e, depois, olhem com esta indiferença perante a falta de alternativas no maior partido da oposição.

Uma democracia saudável necessita de projectos alternativos, sob pena de cair naquilo em que estamos, precisamente a cair
— numa nova Ditadura da Maioria, agora cor-de-rosa, duas décadas depois da ditadura laranja do Prof. Cavaco.

Olhando para outros candidatos à liderança do PSD, desde a sua fundação, Marques Mendes e Luís Filipe Menezes estarão, certamente, abaixo da dimensão de Sá Carneiro, Cavaco, Durão, Marcelo, Balsemão ou mesmo Fernando Nogueira (o acidente Santana Lopes nem entra nestas contas...)

E há mesmo quem pense que no actual PSD haveria soluções melhores, como Manuela Ferreira Leite, Aguiar Branco, Rui Rio ou António Borges. Mas esse, sinceramente, parece-me ser um dos principais problemas da maneira como se faz política em Portugal: em vez de se valorizar quem vai a jogo, quem arrisca, quem dá a cara em momentos menos oportunos, disserta-se sobre soluções salvíficas de quem nunca se incomodou em arriscar parte do seu crédito político e profissional.

Já critiquei esse fenómeno quando António Vitorino se recusou a avançar para a liderança do PS (três anos depois, continuo a achar que teria sido uma solução bem melhor do que este arrogante PM) ou quando se negou a dizer sim aos apelos para ser o candidato da área do centro-esquerda às Presidenciais de 2006.

Porque a política é «o homem e a as suas circunstâncias», interessa, pois, olhar para as soluções reais e não para D. Sebastiões que se recusam a voltar do nevoeiro.

Num PSD ainda traumatizado pelo desastre da governação Durão/Santana, e com a facção barrosista sem saber muito bem o que fazer (esperar pelo regresso do chefe, que está em Bruxelas, limitar-se a gerir o timing para as presidenciais de 2016?), com os cavaquistas hesitantes entre um apoio tímido a Mendes e um silêncio incomodativo, estas eleições não são, claramente, uma representação normal das principais tendências dos laranjas.

Tenho-me esforçado por conhecer as principais propostas de Menezes e Mendes e assisti ao debate na SIC Notícias. E devo dizer que, na escolha possível que é oferecida aos militantes laranjas e, por consequência, ao País (dado que desta disputa sairá o candidato a PM em 2009, alternativo a Sócrates), Marques Mendes é, claramente, a melhor solução.

Menezes não consegue fugir de um registo inconsistente: vive de soundbytes, de uma constante contradição entre um discurso populista e a proclamação de que não é aquilo que é -- populista; apesar de o seu trabalho em Gaia ser apontado por muitos como positivo (não é bem essa a minha opinião), Menezes não consegue atingir uma dimensão nacional. E, depois, há o seu histórico altamente sinuoso: já apoiou Cavaco, Nogueira, Durão, Marques Mendes e Santana Lopes! Alguém falou em... coerência?

Marques Mendes pode não ter carisma, pode ter exagerado no discurso moralista da «limpeza da classe política» (que acabou por lhe explodir nas mãos com a queda da gestão de Carmona em Lisboa), mas é um político com um percurso consistente e uma longa experiência governativa. Aceitou estar no lugar que ninguém quis (ser líder do PSD logo depois do desastre de 2005) e a verdade é que sobreviveu — se, como tudo indica, bater Luís Filipe Menezes no próximo dia 28, não há razões para se voltar a falar em crise de liderança no PSD até 2009.

Paremos, pois, de imaginarmos soluções milagrosas: as do mundo real são estas duas e, na hora de escolher, Marques Mendes é o único que mostra condições de manter o PSD com os seus traços de partido de poder, interclassista, com bases heterogóneas mas uma elite bem definida. Nesse sentido, e apesar das críticas que recebeu, tenho que dizer que concordo com Paula Teixeira da Cruz quando afirmou que «uma vitória de Menezes seria a debandada das elites».

O PSD terá que escolher o seu caminho. Se, por hipótese menos provável, escolher Menezes, será, a partir de dia 28, um partido menos confiável e, por consequência, menos apto a voltar a governar Portugal.»

(GLQL, 21 de Setembro 2007)

Publicado por André 02:35:00 1 comentários  



"genica", "clube lutador", "ter na alma a chama imensa"? "papoilas saltitantes" são

Publicado por Carlos 23:46:00 1 comentários  



Jogos viciados

Só uma grande equipa é que, depois de estar a ganhar 0-2, perde um jogo por 5-3. Agora percebo o Luís Filipe Vieira. Há jogos viciados.

Publicado por Carlos 22:37:00 2 comentários  



A inoperância do Estado

O Público, noticia hoje que no julgamento do caso Lanalgo, foram absolvidos seis dos sete arguidos. E o que foi condenado, numa pena de multa, foi-o por delito menor: peculato.
E acresenta ainda o jornal que "Os juízes do tribunal criminal da Boa-Hora que julgaram o caso Lanalgo deixaram implícita na sentença uma crítica à investigação da Polícia Judiciária (PJ), referindo que se ficou "na fronteira" e que a "única solução era a absolvição".
Deixando de lado a "crítica implícita" de quem não a deverá fazer, porque extravasa o limite das competências, atentemos no essencial.
O caso foi mencionado aqui nesta Loja, em Março de 2004. Para ecoar notícias de escândalos.
Antes, aliás, tinha sido mencionado no Parlamento, pelo PCP, nestes termos:
"De um edifício que valeria entre 800.000 contos e um milhão de contos o Estado vendeu-o por 10% do seu valor (80.000 contos) a uma sociedade sediada no paraíso fiscal (off-shore) de Gibraltar, que ninguém a começar pelo Estado, parece saber a quem pertence mas que há quem afirme que a ela não serão estranhos os próprios antigos proprietários da Lanalgo, devedores do Estado, designadamente à Segurança Social onde as dívidas ascendem a 389 mil contos.
Isto já não é só delapidação do património público, e já seria grave.
Está nas fronteiras da corrupção e no caso vertente, a opção por soluções que não asseguram a defesa dos direitos dos trabalhadores
."
Ou seja, a fronteira, parece agora, não foi ultrapassada.
Então para quê a "crítica implícita"? E a quem, já agora?
A Maria José Morgado, sem dúvida, porque se encontrava na PJ, nessa altura.
E por causa do impacto de uma acusação, afinal sem base de sustentação suficiente.
Por isso, o escândalo, à semelhança de muitos outros, acaba sempre por ser metáfora do nosso Estado de coisas.
A inoperância do Estado, dá sempre à luz, os ratinhos de montanha...que ratam o erário público e apanham umas multinhas, ficando tudo em águas de bacalhau.
As ratazanas, porém, ficam de fora, no esgoto habitual. E não há ratoeiras que as apanhem.

Publicado por josé 11:51:00 4 comentários  



Os melhores

Publicado por Carlos 23:40:00 0 comentários  



Por falar em Fernanda Câncio

Vamos recordar um clássico:

Luís Marques Guedes nomeou Gonçalo Santana Lopes, filho do antigo primeiro-ministro, para "técnico de apoio parlamentar de 1.ª do grupo parlamentar do PSD" (continua)

Publicado por Carlos 12:59:00 36 comentários  



quanto mais depressa melhor

A gente pensa que está sossegada no exílio, na terreola do W. Bush, que, no rectângulo pátrio, é viró-disco e toca o mesmo, mas eis que surgem factos novos...

TSF/DN — Se a decisão fosse sua, Portugal participaria nos Jogos Olímpicos de Pequim?
António Cluny — Não vejo problemas. Por essa ordem de ideias teríamos de estar a pensar, se houvesse Jogos Olímpicos em Espanha, na situação no País Basco. E esse raciocínio pode fazer-se em muitos outros sítios do mundo (…).

O ridículo não mata, e uma magistratura que não se importa de ter como seu sindicalista-mor alguém capaz destas tiradas, merece bem as agruras e as humilhações por que está a passar, ponto.

Quanto ao resto, o Benfica - o alegado clube dos seis milhões - é um bom retrato - é toda a gente a comer e a engolir em seco, e a esperar que a seguir não venha pior. Vai vir, e quanto mais depressa melhor (para o País, que do 'glorioso' não tenho pena nenhuma)...

Publicado por Manuel 01:44:00 3 comentários  



O Vasco do Restelo

Não vale a pena! Isto foi sempre assim, desde Fontes Pereira de Melo, pelo menos.

E ainda poderia dizer-se mais: no Estado Novo, era mesmo assim e no novo Estado a que chegamos, continuamos no passado.

Portanto, se continuamos assim-assado, não há meio de cozinharmos uma democracia com os condimentos certos. Aliás, parece que lá fora, também o cozido é à portuguesa.

E como uma “parte considerável do sector privado vive, de facto, de apoio e dos favores do Estado(...) não se acaba com esta situação arranjando um bode expiatório. Sacrificar Jorge Coelho às frustrações da Pátria não resolve nada.”

É este o teor do artigo de Vasco Pulido Valente, no Público de hoje. Um discurso de conformismo de Estado que derrota qualquer ideia regeneradora.

Um discurso de velho do Restelo, portanto.

Tomemos, para contraste, a notícia de primeira página do Público:

Estado comprou pro 485 milhões sistema que podia ter custado 250” .

Refere-se ao famigerado SIRESP, sistema de comunicações de segurança e emergência, adquirido pelo governo de Santana Lopes, sob orientação de Daniel Sanches, antigo magistrado do MP, no DCIAP, antes director do SIS e do SEF, depois, empregado de três empresas da Sociedade Lusa de Negócios, e do BPN, como administrador por conta da Plêiade, ministro entre 2004 e 2005 e depois disso, membro de pleno direito da sociedade civil.

A notícia da adjudicação do sistema SIRESP, três dias depois das eleições que deram a vitória à actual maioria em Fevereiro de 2005, por um valor noticiado de cerca de 600 milhões de euros ( ou 538, segundo outros), daria origem a polémicas e a um parecer da PGR que considerou nulo o acto de adjudicação, ao mesmo tempo que assegurava a legalidade do mesmo, nos seus trâmites processuais.

Por causa disso, António Costa, então ministro do MAI, sucessor de Daniel Sanches, manteve o negócio, conseguindo no entanto, um valor mais consentâneo com um desconto substancial: ficou em 485,5 milhões de euros. Menos 100 milhões de euros, quase.

As investigações da PJ e do MP, entretanto deram em nada. Não se descobriu fumo de corrupção e por isso, o incêndio anunciado ficou apagado. Incêndio arquivado.

Agora, vem um especialista, o presidente de um consórcio que perdeu o concurso, a Siemens, dizer que afinal, por metado do preço, teria feito a mesma festa.

E explicação que dá para ter perdido a oportunidade de deitar foguetes, é curiosa e merece leitura atenta, no Público de hoje: em resumo, declarou que o concurso foi organizado para evitar riscos. Um deles, exigia o pagamento de uma caução de 5 milhões de euros. À cabeça...

Publicado por josé 23:23:00 0 comentários  



As nojices


É evidente que António Mota quer recrutar Jorge Coelho pelos seus contactos políticos. Pela sua influência no PS, que governa. Porque a Mota-Engil está prestes a renegociar com Mário Lino os contratos de concessão de estradas. Porque estão anunciadas oito novas auto-estradas. Mas qual é o mal de querer contratar alguém pela sua rede de contactos?

É assim que escreve, hoje, em editorial, o director do Jornal de Negócios, Pedro Santos Guerreiro.
Alguns parágrafos antes, escrevia no mesmo editorial, intitulado “o nojo”:

A indicação de Jorge Coelho para presidente da Mota-Engil convocou o debate das promiscuidades entre política e empresas. E dividiu o país em duas facções: os moralistas e os ingénuos. A demagogia adora divisões assim.
Pensar que Coelho está a ser pago por favores prestados é um insulto à inteligência de António Mota. Não é pelo que fex no passado que Coelho é o preferido pela família que controla a empresa, mas pelo que pode fazer no futuro. Politicamente, é claro


Este tipo de argumentação em editorial de jornal económico, explica-se a si mesma. Nem precisa de comentários. O que revela o estado anómico a que chegamos e que perpassa por todos os sectores que entendem o exercício democrático pela via do realismo que o advogado Lobo Xavier, demonstrou no último programa da tv, da Quadratura do Círculo: é a vida! Ou, melhor dizendo, a vidinha.
A ética, nesta altura, já nem é tida nem achada. O que se passa, tem mais a ver com a estética, o modo de aproximação à vidinha. Quem conseguir o melhor disfarce, ganha o jackpot.

Sendo assim, retoma-se a velha discussão, caindo na crónica de José Miguel Júdice, hoje, no Público, intitulada “as regras da calúnia.”

Ultimamente, tudo são calúnias para o actual apaniguado PS, ex- PSD. E a vitimização sucedânea, é recorrente.

Na essência do escrito, porém, ressaltam algumas frases de injúria à inteligência colectiva. Por exemplo, esta, em que estabelece comparações entre Jorge Coelho e ele mesmo, Júdice, por causa dos ataques públicos à reputação:

As nossas situações são aparentemente diferentes e os movimentos são até opostos: Jorge Coelho serviu o país, bem ou mal, para o caso pouco importa, durante anos; entendeu agora dedicar-se à vida empresarial. No meu caso, sempre estive no mundo privado, profissional e empresarial e decidi agora dedicar parte substancial do meu tempo durante três anos a tentar servir Lisboa, (…) aliás de forma não remunerada.”
“No caso de Coelho, com tais comentários assume-se que quem foi ministro, poderoso dirigente partidário, quase líder do PS, só pode ser incompetente e incapaz e por isso só pode ser chamado para uma empresa para assim viabilizar tráfico de influências
.”

Júdice acha depois que toda a gente tem direito ao seu bom nome e que está instalada em Portugal, “uma atmosfera miasmática, doentia que enlameia tudo e todos. Essa atmosfera nasce em blogs, e comentários anónimos em jornais on-line. “

E depois adianta uma novidade:

Veja-se outro exemplo: uma vez, um jornal afirmou que o meu escritório de advogados recebia um milhão de euros de avença mensal de uma entidade pública ou ( noutra versão) um milhão de euros por 15 dias de trabalho. As notícias ( melhor seria falar em manobras de intoxicação) eram falsas e nada tinham de verosímil, foram desmentidas várias vezes, mas volta meia volta regressam.”

Pois bem.
Como este blog tem sido um dos divulgadores da notícia que Júdice diz ser falsa, nada melhor do que o próprio Júdice esclarecer as coisas como elas devem ser esclarecidas.
Este blog, limitou-se a divulgar a notícia do tal jornal que é nada menos do que o Pùblico, onde Júdice escreve. Se tal notícia era falsa, ninguém deu por nada na altura, porque ninguém a desmentiu, publicamente e que se saiba. E os arquivos dos jornais, estão aí para serem lidos.

À semelhança do que Júdice pretende atirar para a opinião pública, sobre a sua vitimização por via caluniosa, também não adianta afirmar algo que não corresponde à verdade, procurando o efeito contrário…
Este blog, limitou-se depois, a reproduzir um requerimento de um deputado do PS, António Galamba, na altura na oposição, dirigido ao Governo e com indicações precisas sobre o teor da notícia: um milhão de dólares ( e não euros), quinzenais, pagos pela Parpública, durante tempo não definido, ao escritório de advogados PLMJ, de que Júdice faz parte e que ele refere como “meu escritório de advogados”.

Esse requerimento de Galamba, nunca foi publicamente respondido, pela entidade requerida. Quanto aos desmentidos, a única vez que li ou ouvi qualquer coisa parecido, foi uma breve e lacónica declaração, numa revista esconsa e de suplemento, no sentido que o número dos milhões e a regularidade do pagamento, não estavam certos. Só isso, uma vez e de um modo nada, mas mesmo nada, esclarecedor. Pode sempre perguntar-se o seguinte, a Júdice:
Se entende que existe calúnia, nesse caso, porque não divulga o teor do contrato com a Parpública, em vez de se miasmar em explicações que nada explicam? Porque não respondeu, ele mesmo, ao requerimento de António Galamba? Não ouviu falar nele?

Esse esclarecimento cabal, é essencial para que Júdice, e não só, reganhem a confiança do público que sabe desse assunto e tem todo o direito se saber o que se passou. E é simples de responder. Embora não bastem os desmentidos que nada de essencial desmentem, e não limpam a imagem que foi publicamente focada como dúbia, numa vertigem da denúncia pública, no próprio Parlamento.
Se Júdice, neste caso, se pode queixar de alguma coisa, é dele próprio, e nunca dos comentários anónimos em jornais online, ou em blogs. E pode queixar-se do jornal onde escreve. Não dos blogs...

Júdice, é repetente nesta vitimização pública sobre as calúnias, maledicência e má-vontade de comentadores.
Mas não esclarece a essência do que deveria esclarecer. Fica-se na atoarda aos caluniadores e julga que assim fica sanado o problema. Não fica. Para além de deixar totalmente em claro, por falta de sensibilidade para o mesmo, o problema mais profundo e básico: a organização do Estado e as suas relações com os privados que dele dependem cada vez mais, por via dos contratos de parceira e dos negócios de consultadoria e afins.
Esse é que é o verdadeiro problema, a que Júdice, tentou dar uma solução: o Estado deveria consultar, para esse efeito e sempre, as três maiores sociedades de advogados. As outras, incluindo os singulares, que se amolassem.

Assim, problema de Júdice pode muito bem não ser a calúnia e a maledicência de que se diz vítima.
O problema de Júdice e o de alguns outros, poucos, na ordem dos milhares de beneficiários directos, é, antes de tudo o mais, a transparência entre a actividade privada, com regras de negócios e contratos, bem definidas e precisas, e a coisa pública que é de todos e é negociada por vezes com regras diferentes dos privados. Negociada por entidades públicas, entenda-se.
E como é de coisa pública que se trata, o público, todos nós, temos o pleno direito de saber como é que as coisas se passam. É um direito, legítimo e reconhecido legalmente. Por isso é que os deputados legislaram sobre essas regras que devem ser o mais transparentes possível.
É essa transparência que incomoda Júdice e os demais. É um valor democrático, demasiado oneroso para quem prefere o segredo como alma de negócios.
É essa a essência do problema. Seja o de Júdice, seja o de Coelho.
Setrá que eles entendem bem o que isso significa? Já começo a duvidar.

Publicado por josé 11:57:00 5 comentários  



O círculo dos ceos

Neste Reino de Pacheco,
ó meus senhores que nos resta
senão ir ao maus costumes,
às redundâncias, bem-pensâncias,
com alfinetes e lumes,
fazer rebentar a besta,
pô-la de pernas prò ar?

Por isso, aqui, acolá
tudo pode acontecer,
que as idéias saem fora
da testa de cada qual
para que a vida não seja
só mentira, só mental (...)

Alexandre O´Neill.

O melhor comentário, involuntário, é certo, sobre o assunto da ida do político Jorge Coelho, para a Mota- Engil, deu-o ontem, o participante no programa Quadratura do Círculo, Lobo Xavier.
O advogado, revelou que era administrador “independente”, da Mota-Engil.
A um remoque de JPP, Lobo Xavier, adiantou algo como “lá vou fazendo a minha vidinha, o melhor que sei”.

Portugal, regressou aos tempos de O´Neill. Se é que de lá alguma vez saiu…
A vidinha, pois. A “vidinha tilintada em magros cobres” deste “país em diminutivo”, onde as pessoas se condenam ao “modo funcionário de viver”.
É uma vergonha? Claro, e os intervenientes da Quadratura serão os primeiros a reconhecer. Mas a vida é como é. A vidinha, claro.

Publicado por josé 13:22:00 5 comentários  



Observatório 2008: será este o «ticket» republicano?



Enquanto assiste, divertido, à «purga» do Partido Democrata, John McCain, o nomeado dos republicanos terá sete meses para se preparar para a eleição geral.

Já há nomes lançados para possíveis vice-presidentes de uma eventual Administração McCain. Há quem defenda a hipótese Mitt Romney (para compensar o desconhecimento em Economia de John); a hipótese Rudy Giuliani (para fazer o pleno da ala mais moderada do campo republicano); a hipótese Mike Huckabee (para agradar à Direita evangélica); mas as sondagens mostram que a melhor hipótese de Vice que McCain poderá escolher é a actual secretária de Estado, Condoleeza Rice.

Condi optou por não lançar uma candidatura presidencial, vai garantindo que prefere voltar à Universidade de Stanford, onde ensina Política Internacional, depois de Janeiro de 2009, mas tem tudo para ser a «running mate» ideal: é mulher (como Hillary), negra (como Obama), é dos poucos elementos prestigiados da actual Administração Bush (só equiparada a Bob Gates e contrastando com os descredibilizados Bush e Cheney).

Será que, afinal, a experiência de nomear uma mulher para um «ticket» virá... do campo republicano? Perante a quase impossibilidade de Hillary recuperar os 140 delegados que tem em atraso, começa a ser mais provável que venha da Direita essa aposta feminina. Quem diria?

Publicado por André 01:32:00 0 comentários  



a Justiça que o Governo quer

Reparem nisto:

"Muitos processos estão rigorosamente parados". A ruptura tem, na explicação de Maria José Costeira, um desequilíbrio entre procura e oferta: por um lado,estembunal recebe cada vez mais processos, em resultado do alargamento sucessivo de competências ao longo dos anos mas também da crise económica, que leva ao aumento dos processos de insolvência e da litigância entre as sociedades comerciais, além de que "o caos que se instalou no tribunal de execução de Lisboa" fez os credores preferirem processos de insolvência do que propor execuções, do outro lado estão os meios cada um dos quatro juízos tem um juiz e seis funcionários (um escrivão, dois escrivães-adjuntos e dois escrivães-auxiliares).
O problema adicional é que o quadro do Tribunal nem sequer está preenchido, há três anos que não há admissões na Justiça.
Perante uma média de três mil processos por juízo e "doze novas providências cautelares por mês para quatro juízos, não dá". Resultado: "Chegámos a um ponto de ruptura e que não é fácil resolver."


Agora, reparem nisto, vindo da caixa de comentários do mesmo sítio, a revista digital, InVerbis:


Sou [ José Augusto Rodrigues de Sá] magistrado no Tribunal do Comércio de Vila Nova de Gaia e dou o meu total apoio ás declarações da Meritissima Juiza do Tribunal do Comércio de Lisboa. A 31 de Março de 2008 no Tribunal do Comércio de Vila Nova de Gaia havia 7.656 processos pendentes para 3 Juizes. Por força do estatuido no Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas um processo de insolvençia pode ser composto no minimo por 3 ou a apensos ao máximo de duzias e duzias de apensos. Acresce, ainda, que chove no interior do edificio, as paredes estão rachadas e um magistrado não tem mobilia adequada para trabalhar, não há espaço para guaradar os processos e os quadros do pessoal não estão preenchidos.Para já não falar dos milhares e milhares de créditos reclamados nas insolvênçias para depois ninguém receber nada de nada.
O poder legislativo e o poder executivo querem esta justiça pois ela aqui está! Não podem ser os magistrados do MInistério Público ou os magistrado Judiciais ou os funcionários judiciais a alterar o que quer que seja. Compete-lhes trabalhar no local de trabalho e com a Lei que têm, por mais misero que seja o local de trabalho e/ou a Lei.


Depois de ler isto, perguntem ao ministro da Justiça o que anda a fazer.

E de caminho, podem também perguntar ao primeiro-ministro, porque é ele o responsável. E nem precisa de gastar dinheiro público em pareceres, para perceber este panorama.


Publicado por josé 22:10:00 2 comentários  



O triângulo amoroso

Há polémicas e polémicas. As que brotam espontaneamente nos blogs, são, muitas vezes, fruto de meteoritos mentais que arrastam o intelecto para a irrisão, o arrazoado inconsequente e a inutilidade estéril da crítica, sem contexto.
Mas há outras que apetece ler, reflectir e repensar, nas suas razões extrínsecas e principalmente internas e intertextuais.
A minha atenção focada em Vital Moreira e seus escritos, já foi por demais esclarecida e tem a ver com a natureza das ideias, de lente de influência do actual poder político. Nada mais.
É por demais óbvio que Vital considera este tipo de escritos, um tipo de latidos que apenas incomodam pela repetição e por isso, cita um poeta regional, para apodar de mabecos os que o pretendem atingir no cerne das questões. Que é sempre o mesmo: a ânsia de influência social e política, desde sempre e em obsessão. E que o mesmo recusa em admitir a existência, como problema pessoal e até social, mais grave que o latido de todos os mabecos, porque resulta por vezes em medidas concretas de governo executivo.

Porém, há outro tipo de escritos que o incomodam a sério, porque o atingem nesse cerne escondido, latente e preocupante.
São os artigos e crónicas dos pares, os aristocratas da Esquerda que fizeram percursos idênticos, leram os mesmos mestres, partilharam as mesmas ideias, percorreram as mesmas veredas, apoiaram os mesmos líderes e optaram depois por trincheiras distanciadas da vala comum que todos abandonaram à sorte madrasta de meia dúzia de votos, por cento eleitoral. E que não garantem vida desafogada a ninguém, em lugares de influência.
A trincheira de Vital, distanciou.-se um pouco mais dessa vala intelectualmente comum, a leste, onde pereceram as ideias do início do século passado, quase no fim do século.
É agora, uma trincheira virtual, na mesma guerra de sempre. Só ganha corpo escrito, nas proclamações entusiastas, a favor da ideia de Esquerda. Na prática, é um lugar de frequência espúria, corrompida por interesses e opções estranhas ao Desígnio.
É uma trincheira incongruente e é isso que lhe apontam, os verdadeiros aristocratas da ideia adormecida, mas latente. E é isso que Vital não gosta, porque lhe descobrem a careca, por baixo da farta cabeleira.

No Verão passado, o universitário, jurista de Coimbra, antigo comunista, José Manuel Correia Pinto, do grupo dessa aristocracia intelectual da Esquerda, criticou abertamente Vital Moreira, por causa de um escrito em que este criticava a actuação dos tribunais, no controlo dos actos da administração e do governo. Vital, entendia que os tribunais andavam a pisar o risco da separação de poderes e defendeu a sua dama que é sempre a mesma: o poder político situado numa Esquerda ideal, mesmo que naufragada nos interesses de uma Direita que execra.

José Manuel Correia Pinto, em artigo no Público, respondia-lhe sem grandes contemplações com a amizade pessoal, deste modo:

Em suma, o que por outras palavras eu quero dizer é que as pressões tendentes a limitar a actuação dos tribunais não são bem-vindas, principalmente naqueles domínios onde o tal princípio da separação de poderes, que o VM tanto invoca, mais justifica uma actuação livre dos órgãos encarregados de velar pelo respeito da legalidade democrática. Esta defesa ilimitada dos actos da Administração não augura nada de bom. É dela que sempre partem as grandes agressões aos direitos dos cidadãos. Se os tribunais se inibem de os defender, pressionados por um clima doutrinal ou político hostil, a democracia representativa fica reduzida a uma caricatura.
Este artigo do VM, em articulação com outros, nada felizes, sobre a liberdade dos jornalistas, a autonomia universitária, a cerceação da democracia participativa, dá uma visão distorcida e limitada do poder dos tribunais no controlo da legalidade democrática e pode ajudar a abrir a porta aos piores entendimentos ou aos maiores retrocessos nesta matéria. Por isso, é tempo de dizer basta!

Este artigo de grande arrochada intelectual, não atingiu Vital nas canelas. Foi um pouco mais fundo e atingiu-o nas articulações. Um dias destes, vai-lhe mesmo às meninges.

Hoje, no Público, José Manuel Correia Pinto, ataca mais uma vez os escritos de Vital. Desta vez, sobre o IVA e a sua descida num ponto percentual que Vital garantia por escrito, no Público de 1 de Abril, ser em favor dos carentes de maior justiça social e de sinal de maior justiça distributiva.
Correia Pinto, diz que não. E que até é precisamente o contrário. Que o IVA mais reduzido, aumenta a possibilidade de aquisição de quem tem mais, sem reflexo algum em quem tem menos.
Grande mordidela em quem proclama a Esquerda como o amor da sua vida. E apoia um governo que a prostitui na primeira esquina ou oportunidade que apareça.

Publicado por josé 11:15:00 3 comentários  



Observatório 2008: será realista o plano de Obama para retirar do Iraque?

... julgue o leitor, através das respostas do provável nomeado dos democratas às perguntas de Meredith Vieira, esta manhã:

Publicado por André 01:08:00 1 comentários  



HRM

A Jaguar e a Land Rover, duas marcas de prestígio britânico, foram recentemente vendidas. A um fabricante de carros indiano, denominado Tata.

A indicação real, a garantir prestígio, agora, fica por conta dos indianos. Sinais dos tempos.

No entanto, há umas semanas atrás, num hotel de luxo, em frente ao Hyde Park, ainda se podiam ver cenários como este, capturados na clandestinidade de um abrigo de transportes públicos: três Rolls Royce, último modelo, alinhados à entrada do albergue. Inglês.

Publicado por josé 13:33:00 9 comentários  



Dylan ganhou um Pulitzer

Bob Dylan, ganhou um Pulitzer. Merece? Talvez. Mas pelo que fez há mais de trinta anos. Na altura em que este recorte saiu, numa revista alemã (Pop), em 1974, já merecia há muito. Por esta canção, por exemplo.


Publicado por josé 12:54:00 0 comentários  



O terceiro pilar

Noronha de Nascimento, presidente do STJ, dá mais uma entrevista. Desta vez, extensa e ao Jornal de Notícias. Mas sem grande novidade ou interesse.
Há umas semanas atrás, arrasou o sistema penal português, no seu aspecto organizativo. Repetiu, como presidente do STJ e quarta figura do Estado, a sua opinião pessoal, de que a investigação criminal deveria competir aos juizes de Instrução, o não ao MP. Como é, de facto e em consequência do modelo adoptado em 1987, no Código de Processo Penal.

Além dessa opinião pessoal que contrasta, pela bizarria, com o modelo pacificamente aceite pela esmagadora maioria da doutrina portuguesa sobre a matéria, avança uma outra ideia, digna de comentário.

O presidente do STJ, entende que " O sistema de investigação criminal, está assente em três pilares. O juiz de instrução para assegurar os direitos fundamentais dos arguidos, o MP que coordena o inquérito e a polícia que investiga. Estes três pilares são autónomos, não pode haver controlo de um pelo outro. É impensável que quem controla o inquérito, queira controlar a polícia. (...)
Se não há uma investigação criminal feita por juízes, então tem de manter-se o sistema assim."


A conclusão a extrair destas declarações parece clara: se o sistema previsse que o pilar da investigação pertencesse aos juízes, associado ainda ao pilar do controlo dos direitos fundamentais, seria lógico e previsível, ler o conselheiro Noronha, a defender o controlo da polícia, por quem controlava o Inquérito.
Nesse caso, encontraria argumentos sólidos para apostar na tripla. De pilares.
Assim, continua a entender que a autonomia entre as três instituições, é essencial e imprescindível. Para quê?
Para se continuara a ver um MP que coordena a investigação, a ser completamente ultrapassado por uma polícia que dele depende funcionalmente, nessa mesma investigação.
Uma lógica interessante, de facto.

Publicado por josé 22:47:00 4 comentários  



Barack Obama: entre a confiança paterna e o idealismo maternal

Publicado por André 01:42:00 0 comentários  



A 15 dias da Pensilvânia: Obama só a 3 pontos

A última esperança de Hillary seria uma vitória retumbante na Pensilvânia (o grande estado que resta, com 155 delegados eleitos em jogo), mas Barack Obama já conseguiu apertar a diferença para apenas cinco por cento -- a distância já foi de 21.

PENSILVÂNIA
-- Hillary Clinton 45
-- Barack Obama 42

(fonte: Insider Advantage)

SONDAGEM NACIONAL:
-- Obama 51
-- Hillary 41

(fonte: Rasmussen)

PRÓXIMOS ESTADOS:
-- Carolina do Norte: Obama, 52-Hillary, 36
-- Indiana: Hillary, 46-Obama, 44

CONTAGEM DOS DELEGADOS
-- Obama 1636
-- Hillary 1502
--
São precisos 2025 para a nomeação

Publicado por André 18:08:00 0 comentários  



"´tamos a pagar! Já estamos a pagar!"

No programa da Quadratura do Círculo, na Sic-Notícias, de vez em quando, fala-se em corrupção. Fala-se, por falar. O conceito é um pouco como a conversa da treta, de uns cómicos, aqui há uns anos atrás.
A realidade política portuguesa, é uma manta de virtualidades, interesses variados e omissões óbvias. Os jornalistas ajudam. Já fazem parte da realidade virtual. De vez em quando, destapam a manta, mas apenas para conformar essa realidade, reciclando temas e mensagens.

Um politólogo, Luís Sousa, no Expresso desta semana, refere que "em países como a Inglaterra a força e a dimensão das empresas não depende de terem nos seus quadros ex-ministros ou das relações que têm com o Estado. Ao contrário do que acontece em Portugal, em que as grandes instituições estão muito encostadas ao Estado."

João Cravinho, instado a falar sobre o caso concreto...riu-se. Indeed.





Aditamento de fim de semana:

Na edição do Público de hoje, Domingo, António Barreto, considera estes acontecimentos, meros "epifenómenos". Escreve que " A transformação dos dirigentes socialistas em empresários de sucesso ( na banca, na energia e na construção civil) é apenas um epifenómeno. Mais do que uma causa, a vacuidade plastificada do primeiro-ministro é uma consequência desse atraso.
Não é razoável considerá-los culpados do atraso, nem do antigo, nem do recente. Mas é possível responsabilizá-los por não fazerem o que devem. Ou fazerem o que não devem."

Discordo.

O que estes plastificados andam a fazer e outros já fizeram, não é apenas um epifenómeno. É mesmo a causa primitiva do atraso.
Nesse aspecto, Portugal nem sempre foi assim e António Barreto sabe-o bem, porque já tentou explicar por escrito e em filme.
A colocação de pessoas sem qualidade intrínseca de maior, para além de serem Oliveiras da Figueira ou chicos-espertos nas relações sociais, em partidos políticos conhecidos e de maioria, conduziu directamente a este Estado de coisas.

Com uma agravante: estas elites de medíocres, produzem, ela sim, epifenómenos de produção legislativa e ideias peregrinas que nem eles mesmos decifram convenientemente.
As ideias sobre Educação, foram apadrinhadas por estas luminárias, porque os convenceram de que eram o nec plus ultra da evolução científica das Humanidades.
As ideias sobre Justiça, idem. Sobre organização económica, idem aspas.
Neste caso, não se trata de saber quem apareceu primeiro: se o ovo choco das ideias erradas; se a galinha cacarejante.
Podemos estar seguros que estas galinhas, provêm todas de ovos do mesmo cesto.
E há outros cestos, para escolher produção de galináceos.

Por outro lado, parece-me profundamente errado e anómico, desvalorizar a importância destas luminárias na definição de políticas que afectam todos, durante muito tempo.
Contemporizar com a mediocridade e a própria corrupção, na sua acepção mais ampla e profunda, é perder de vista o cesto de ovos podres.



Nota: o título do postal, refere-se a uma réplica de Pacheco Pereira, no dito programa, repetido ad nauseam, na publicidade ao programa que passa na Sic-Notícias.

Publicado por josé 19:04:00 7 comentários  



A militância laico-jacobina

Não é de agora a ideia de que a jacobinagem laica má como as cobras quer calar a Igreja Católica (IC) e "bani-la do espaço público"- crónica da Câncio, no DN.
Claro que não é de agora. Tem pelo menos cem anos, por cá. Vai comemorá-los em breve, com pompa e circunstância, com organização paga por todos e dirigida pelos mais preclaros jacobinos.
Não obstante, a tradição e o costume, esses entraves ao progresso, teimam em não desaparecer de cena. Em lugares e circunstâncias, por vezes inusitados...

Publicado por josé 11:16:00 4 comentários  



Ora bolas!

Vital Moreira que elogiei há bocado, escreve agora esta:


De facto, a denúncia de infracções criminais constitui uma obrigação legal das autoridades e dos funcionários públicos, tanto segundo a lei processual penal como a legislação disciplinar, não havendo excepção para as escolas. O que, aliás, não dispensa, bem entendido, o exercício da acção disciplinar. [Publicado por Vital Moreira] [4.4.08].

Já não se pode elogiar ninguém.

A denúncia de infracções criminais é obrigação legal das autoridades e funcionários públicos? Todas as infracções e mesmo algumas, de carácter disciplinar?
Onde é que isso vem? Em alguma lei particular, apenas conhecida do lente?

Aditamento:

A resposta já está nos comentários, mas fica aqui também. A participação obrigatória, para funcionários e autoridades, a que se refere a lei processual penal, no artº 242º CPP, só se refere a crimes de natureza pública.
Ficam de fora desta obrigatoriedade, os crimes que dependem de queixa ( por exemplo, agressões físicas) , incluindo naturalmente os de naturesa particular, como são os de injúrias e difamação. ( caso Charrua...).

Assim, ficam dentro do preceito, crimes como os de corrupção, por exemplo. Quantos crimes deste género, foram efectivamente denunciados por membros do poder político que podem e devem ser considerados funcionários nos termos da lei penal?
Que ministros, que secretários de Estado, que directores-gerais, que directores de serviços, que dirigentes de empresas públicas e semi-públicas, que professores universitários, que deputados, que membros de gabinetes, que altos funcionários administrativos, já participaram crimes de que tivessem conhecimento directo?

Há por aí uma candeia de Diógenes? Há? E que acontece a quem fiver orelhas de mercador em casos que tais? Acontece alguma coisa? Há crime concreto para quem, vendo, fecha os olhos e faz que não vê?
Em resumo: o artigo 242º do CPP vale para alguma coisa, tirando a chicana politiqueira?


Quanto aos crimes praticados por menores, o que era o caso concreto em análise, nem sequer poderemos citar o CPP. Antes disso, há a lei tutelar educativa. E o bom senso, claro.
Mas sobre este requisito, há muito tempo que deixei de espera tal coisa nos escritos sobre as causas.


Publicado por josé 01:20:00 21 comentários  



Mas papistas que o papa?

Subscrevo e aplaudo inteiramente, este postal de Vital Moreira:

A ideia de que as provas legitimamente obtidas em processo penal não podem ser usadas em processos disciplinares -- aliás, um ilícito sem as mesmas garantias do processo penal -- parece-me um tanto bizarra.
Por essa ordem de ideias, um funcionário pode ser condenado criminalmente por corrupção com base em escutas telefónicas, mas não pode ser punido disciplinarmente com base na mesma prova! Há alguma lógica nisso?
Uma coisa é só poder haver escutas telefónicas em processos penais, com controlo judicial, outra coisa é não poder haver utilização das provas licitamente obtidas em processo penal para outros efeitos sancionatórios. [Publicado por Vital Moreira] [3.4.08]

Temo, no entanto, que o seu par, o lente Costa Andrade, não seja da mesma opinião. Citando alemães, claro. Os mesmos que aceitaram, no entanto, como penalmente válida, a prova obtida por meios ilícitos, no caso da subtracção das listas de nomes de piratas do fisco alemão, no Liechtenstein.
Aliás, o nosso Código de Processo Penal deve tanto aos alemães como aos italianos. E estes, aceitaram de bom grado, para efeitos de justiça disciplinar desportiva, as escutas efectuadas em processo penal.
Temos que ser mais papistas que o papa, neste caso?

Publicado por josé 19:15:00 14 comentários  



Um Círculo de quadrados ceo ou a vodka que alaranjou


A leitura do Diário Económico de hoje, é deprimente. Pelos seguintes motivos que nos atestam como país de quarto mundo:

Para Jorge Coelho, como para muitos gestores e ex-políticos, a passagem do público para o privado é um acto natural. Do conjunto de administradores das empresas do PSI 20, 10% já passaram por um ou mais governos. Alguns, fizeram carreira na banca, passaram para o Governo e voltaram à banca, como fez Armando Vara na Caixa Geral de Depósitos e no BCP. Ao todo, metade das vinte maiores empresas nacionais têm administradores que ocuparam cargos no Executivo. Olhando para osvinte CEO, só cinco assumiram funções em governos liderados pelo PS e PSD.

É assim que o Diário Económico encara o assunto da transferência do participante no programa de tv, Quadratura do Círculo, para a actividade empresarial, tipo executivo de topo. CEO, como se usa agora dizer.

Há uns tempos atrás, João Cravinho, outro socialista que abandonou o Parlamento e a intervenção política directa, passando para uma instituição financeira internacional e pública, por designação governamental, disse que o core business, da corrupção, em Portugal , residia mesmo no coração do Estado.

Um ex-Secretário de Estado deste governo, Amaral Tomás, avançou um pouco mais. Afirmou que algumas das mil maiores empresas, praticavam activamente o desporto nacional de fuga aos impostos, com a maior das naturalidades.

Ainda segundo o Diário Económico:

Contactados pelo Diário Económico, Pina Moura (antigo ministro das Finanças e actual presidente da Média Capital e da Iberdrola) e Manuela Ferreira Leite (administradora do Santander e também ex-ministra das Finanças) recusam-se a falar sobre o tema."

Vejamos o caso singular da... Cimpor, segundo aquele jornal:

A Cimpor é um caso paradigmático. “A maioria do conselho de administração da Cimpor passou pelo Governo, mas não me recordo de todos”, conta fonte oficial da empresa, que sublinha o facto de esta ter pertencido ao Estado: “Os membros eram todos nomeados.” No fundo, é tudo uma questão de “elasticidade”, segundo um destacado empresário que ocupou cargos políticos. “

E outro ainda: Luís Filipe Pereira, o ex-governante de Cavaco Silva ( não temos salvação alguma):
Quando criei os hospitais SA, tive uma preocupação com a gestão dos recursos”, diz Luís Filipe Pereira, que garante ter sido melhor ministro da Saúde (nos Governos de Durão Barroso e Santana Lopes) precisamente pelos vários anos de experiência que tinha como gestor. “Tive muitas propostas quando sai do ministério”, diz.

Os adubos da Quimigal e os choques eléctricos da EDP, deram-lhe o arcaboiço intelectualmente necessário para governar e agora para administrar a Efacec, depois de ter passado pela CUF e de ter administrado coisa na Saúde pública. Com muitos milhões de permeio, enterrados no sistema.

Dir-se-á: são os melhores! A nossa elite. A vida das empresas e dos negócios é assim mesmo.

É mesmo assim?! Então fiquemos por este pequeno apontamento do próprio Mira Amaral, sobre alguns destes génios das lâmpadas da fortuna:

Falou Mira Amaral: “O Paulo Teixeira Pinto quando chegou ao Governo nem sabia o que era um banco e o Pina Moura o que era energia”, lembra o ex-ministro do Trabalho, que quando foi convidado por Cavaco Silva para ganhar 600 contos no Governo, em 1985, recusou o dobro que uma empresa privada lhe oferecia. “

Numa entrevista de época, Mira Amaral, perguntado que carro gostaria de ter um dia, respondeu candidamente: Um Mercedes 200 kompressor. Era então governante. Hoje, deve ter ultrapassado o seu então proclamado standard do luxo automobilístico, com toda a certeza.

As minhas perguntas continuam a ser as mesmas, tendo em conta que este panorama é o retrato mais perfeito que podemos ter de quem nos governa e das elites que os escolhem, nos últimos trinta anos:

Antes do 25 de Abril de 1974 era pior do que isto? Não? Então para que serviu a Revolução?

Para fazermos um país de bananas? Ou de laranjas, no caso, com algumas rosas de permeio?

Porca miseria.

Não entendem que é precisamente por causa disto que aí fica descrito que estamos atrás de todos, na Europa? Que somos um país submergente em vias de nos cruzarmos com os emergentes, na descida aos infernos da desgraça colectiva?


Nota: a imagem é da Rede. Tirem os figurantes e ponham lá quem quiserem desse círculo de amigos quadrados. E tenham vergonha! Muita vergonha. Que o medo, esse, já não têm.

Publicado por josé 18:20:00 3 comentários