2097

Morreu a congolesa Donna Lukemba, cujo estado nascituro demandava auxílio para alimentação, sem necessidade de ventilação artificial. Instigado pelo adolescente que concomitantemente negava a capacidade de pensar e asseverava o desânimo de viver da sua pequena irmã, o tribunal decidiu mandar retirar esse instrumento de alta tecnologia que é o biberão, demonstrando cientificamente que a vida humana é incompatível com a sede e a fome.

Publicado por Nino 17:39:00 4 comentários  

ainda não é e desta que acabam os governos civis... é preciso combater o desemprego.

Publicado por Manuel 16:43:00 1 comentários  



2005

Morreu a norte-americana Terri Schiavo, cujo estado vegetativo demandava uma sonda naso-gástrica para alimentação, sem necessidade de ventilação artificial. Instigado pelo marido que concomitantemente negava a capacidade de pensar e asseverava o desânimo de viver de sua esposa, o tribunal decidiu mandar retirar esse instrumento de alta tecnologia que é o tubo de alimentação, demonstrando cientificamente que a vida humana é incompatível com a sede e a fome.

Publicado por Nino 16:36:00 3 comentários  

Uma caixa Multibanco com 800 quilos de peso foi furtada hoje de um posto de combustíveis da Póvoa de Varzim, 24 horas depois de frustrada idêntica tentativa noutra gasolineira daquele concelho, disse fonte policial.

O furto aconteceu cerca das 04:00 na loja de conveniência de um posto Galp da estrada nacional 13 (EN13), na freguesia da Estela, não havendo indicações do montante que havia na caixa Multibanco.

Fonte das Relações Públicas da Brigada da GNR disse não dispor, «para já», de elementos que lhe permitam perceber se este furto foi concretizado pelo mesmo gang que 24 horas antes tentara levar a máquina Multibanco do posto de abastecimento de combustíveis da freguesia de Terroso, no mesmo concelho.

Essa tentativa foi frustrada alegadamente devido à aproximação de uma patrulha policial.

A fonte disse também desconhecer que equipamento foi utilizado para concretizar o furto da caixa Multibanco, que pesa cerca de 800 quilos.

«Sabemos apenas, de acordo com testemunhos já recolhidos, que forçaram a porta da loja de conveniência com um pé de cabra e usaram um furgão branco para levar a máquina», disse a fonte.

in Portugal Diário


Publicado por Manuel 13:17:00 0 comentários  



"bloco central"



Publicado por Manuel 23:32:00 1 comentários  



e contudo a terra move-se... Falta é um livro branco para esclarecer o freeport e as histórias da mala, que não se sabe se era preta, e ..., e ..., e..., ...

Publicado por Manuel 21:59:00 1 comentários  



uma história moral, ou "O Estado da Nação"

Fulano, chamemos-lhe assim, era, e é, político. Fulano era uma das estrelas da equipa do chefe, um dia zangaram-se e bateu intempestivamente a porta com estrondo. Apressou, dizem, até a queda do chefe. Em tempos o chefe enviuvara, e passado o luto, travou conhecimento com uma colaboradora próxima de Fulano, e vieram a casar. Despeitado, enfurecido, pela desconsideração de que tinha sido alvo, tinha perdido o palco, Fulano fez questão de fazer chegar himself ao pasquim de referência, sim esse mesmo, alguma "documentação", correspondência intima entre o seu ex-chefe e a sua antiga colaboradora, que arranjou vá lá saber-se como. Para variar, o tal pasquim não publicou. Hoje, passados alguns anos, Fulano está, de novo, na mó de cima, se está. Coitado é do próximo "chefe" que se desentender com ele... Coitado desse, e coitados de nós.

Publicado por Manuel 20:37:00 3 comentários  

mais uma medida fracturante, ter que pagar (ao Estado) para poder pagar impostos...

Publicado por Manuel 19:01:00 0 comentários  

Muito pobrezinho, mesmo, o novo, e tão esperado e anunciado, site institucional da Casa da Música. Convencional, consternado, graficamente feio, conteúdo incipiente. Um edifício desta importância para a cidade, para o País e para a música não merecia ser tão mal tratado assim. O arquitecto criador, também. Tentem encontrar no site uma referência, uma só, ao nome e à obra de quem o concebeu.
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Publicado por contra-baixo 17:23:00 2 comentários  



Mau jornalismo.

O Público publica a notícia, com chamada gorda de primeira página:

"Ministério Público investiga negócio de 538 milhões de euros adjudicado três dias depois das eleições."
"Aberto Inquérito judicial sobre adjudicação de sistema de comunicações para as polícias pelo ex-ministro da Administração Interna, Daniel Sanches
. " E na pág. 12 lá vem o desenvolvimento, assinado por Mariana Oliveira e que pouco mais diz de substancial a não ser a revelação de pormenores do negócio que são importantes mas que não estão ainda esclarecidose e que fogem à captura da primeira página.
A "gorda" é assim a notícia de que o MP abriu um Inquérito!
Segundo a PGR, via Portugal Diário, abriu nada!
"Informa-se que não foi, até ao momento, instaurado pelo Ministério Público qualquer processo crime relacionado com a adjudicação de um sistema de comunicações para as polícias, da responsabilidade do ex-ministro da Administração Interna", diz a PGR , em comunicado.

Aqui chegado, o público que vê , ouve e lê, fica naturalmente perplexo. Abriu ou não abriu o tal Inquérito que não é judicial, porque isso não existe, mas sim Inquérito, tout court, ou se se quiser, processo crime?
E se abriu, quem mandou? Como começou? Qual é a suspeita de crime? Quem são os suspeitos?

Nada disto se adianta na notícia que pode muito bem ser uma outra não-notíca, como já aconteceu com casos similares, o último dos quais o do Freeport, para entalar um Sócrates e um PS, em derradeiro esforço de campanha eleitoral.
Como é que se abre um Inquérito em Portugal?
Repete-se o que já aqui foi escrito:
"O processo penal serve essencialmente para punir todos os criminosos, mas só os criminosos.
Para isso, o que se faz, é:
-reconstituir um facto.
-indagar a culpa- artigos 16º nº 2; 280;281 e 182, todos do Código de Processo Penal.
-tomarem-se providências cautelares, por quem tiver o dever de o fazer, nomedamente as polícias- 248º e seguintes do C.P.P.
-fazer-se um eventual pedido de indemnização cível.
Quem faz o Inquérito?
-A direcção pertence exclusivamente ao MºPº, assistido pelos órgãos de polícia criminal- artº 263º do C.P.P.
Ou seja, mais ninguém, em Portugal, pode organizar e dirigir um Inquérito criminal. Mesmo que seja outra entidade a tomar conhecimento do facto criminoso, tem a obrigação de transmitir ao MºPº, no mais curto espaço de tempo, esse conhecimento. É o que se retira do artigo 245º do C.P.P.

Isso tem uma importância fundamental, porque é num Inquérito que se investigam os crimes e vigora em Portugal o princípio da legalidade que segundo o artº 262º nº2, C.P.P. " a notícia de um crime dá sempre lugar à abertura de Inquérito", ressalvando-se algumas excepções que têm a ver com a actuação cautelar das polícias, ainda antes do Inquérito estar formalmente organizado e classificado, mas que obrigam estas entidades a dar conta do que fizeram, em relatório ( 253º C.P.P.).
Não há oportunidade legalmente consagrada para a actuação do MºPº. "

O MP não pode ponderar, sem mais, que uma queixa, participação ou denúncia de um crime deve ir directamente para o lixo, sem qualquer indagação.
A única afloração desta oportunidade de actuação do MºPº, ou seja, o de prosseguir ou não com a acção penal, vê-se precisamente num instituto que tem sido alvo do espanto generalizado, compreensível também pelo generalizado desconhecimento destas matérias: o da suspensão provisória do processo( artº 281 C.P.P.) que permite a "negociação" do MºPº com ofendido e arguido, em relação a delitos corriqueiros.

Como começa um Inquérito?
Vejamos o que diz a lei processual penal:
CAPÍTULO I
Da notícia do crime
Artigo 241.Aquisição da notícia do crime
O Ministério Público adquire notícia do crime por conhecimento próprio, por intermédio dos órgãos de polícia criminal ou mediante denúncia, nos termos dos artigos seguintes.

Agora, atente-se neste artigo do C.P.P.:
Artigo 247.Registo e certificado da denúncia -
1.O Ministério Público procede ou manda proceder ao registo de todas as denúncias que lhe forem transmitidas.

Assim, o MºPº adquire notícia do crime por conhecimento próprio, podendo lavrar auto de ocorrência quanto a:-rumores públicos.-delacção.-constatação de flagrante pelo próprio MºPº, caso em que deverá mesmo escrever auto de notícia.

É por isto que uma notícia de jornal ou um comunicado anónimo ou uma carta anónima pode efectivamente ser registada como auto de ocorrência e iniciar um Inquérito crime, dentro da mais perfeita legalidade. E tem sido assim desde 1.1.1988. Isto não é novidade recente. A maior parte dos crimes de "colarinho branco" , ou seja e dito de forma mais prosaica, de corrupção , têm sido investigados em Inquéritos desta forma e com este início: a denúncia anónima! "

O que é que pode então ter acontecido com a notícia do Público?!

Uma única coisa, a meu ver: a instauração de um procedimento administrativo para ponderação da eventualidade de instauração de Inquérito. Pode isso fazer-se?
Parece que sim, se atendermos ao facto de uma entidade da PGR, o DCIAP, ter a incumbência de fazer o seguinte:
Compete ao Departamento Central de Investigação e Acção Penal realizar as acções de prevenção relativamente aos seguintes crimes:
Branqueamento de capitais;
Corrupção, peculato e participação económica em negócio;
Administração danosa em unidade económica do sector público;
Fraude na obtenção ou desvio de subsídio, subvenção ou crédito;
Infracções económico-financeiras cometidas de forma organizada, com recurso à tecnologia informática;
Infracções económico-financeiras de dimensão internacional ou transnacional.

Terá sido isso que aconteceu e o Público baralhou tudo, por ignorância e pressa na cacha?!

Não sabemos...talvez amanhã haja novas do Público que quer, aparentemente , nestas matérias concorrer com o imbatível Independente!

Publicado por josé 17:03:00 3 comentários  



eu acho que já vi este filme...

A Procuradoria-Geral da República (PGR) esclareceu hoje que não foi instaurado qualquer processo-crime relacionado com a criação de um sistema de comunicações para a polícia, adjudicado pelo anterior Governo três dias depois das eleições. "Informa-se que não foi, até ao momento, instaurado pelo Ministério Público qualquer processo crime relacionado com a adjudicação de um sistema de comunicações para as polícias, da responsabilidade do ex-ministro da Administração Interna", refere a PGR em comunicado. O jornal Público noticia na edição de hoje que foi aberto pelo Ministério Público um inquérito (processo crime) para investigar o negócio de mais de 500 milhões de euros, adjudicado pelo ex-ministro Daniel Sanches e pelo ex-titular da pasta das Finanças, Bagão Félix, três dias após as eleições legislativas de 20 de Fevereiro, que o PS venceu com maioria absoluta.

in Portugal Diário

Publicado por Manuel 14:28:00 1 comentários  

A Santa Casa anda a passar, em tudo quanto é meio de comunicação social, uma campanha publicitária onde nos recorda quantos milhões distribui em prémios, e em acção social... Só não diz é quanto, do dinheiro, apostado, vai, direitinho, para impostos. Um detalhe.
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Publicado por Manuel 10:40:00 0 comentários  

A taxa de natalidade em Portugal baixou para metade em quarenta anos, revela um estudo da União Europeia, que recomenda um aumento da imigração para assegurar o crescimento da população.

in TSF
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Publicado por Manuel 09:08:00 1 comentários  



cegos, surdos e mudos ?



Chinese dancers perform the dance 'thousand-handed Goddess of Mercy' during a show in Sanya, south China's island province of Hainan, March 25, 2005. The dance was presented by 21 deaf and mute dancers from China's Disabled People's Performing Arts Troupe. The troupe, established in 1987, is an amateur mass art troupe composed of visually impaired, audibly impaired and physically and mentally challenged people. Picture taken March 25, 2005. CHINA OUT REUTERS/China Newsphoto

Agora que o blogger parece ter voltado à normalidade estamos de volta à nossa programação habitual...
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Publicado por Manuel 07:50:00 0 comentários  



Limiano às Fatias - Edição nº 5

Já se encontra disponível para download a edição nº 5 do Limiano às Fatias.

Basta clicar aqui.

Boas leituras.
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Publicado por António Duarte 11:34:00 0 comentários  



A maçã de Adão

É consensual que qualquer reforma tarda décadas a frutificar, encontrando-se aí o cerne da relutância dos sucessivos governos em as fundear. Teve mérito Sócrates em apostar no inglês em desfavor do português, esse linguajar voluptuoso que já só seduz os brasileiros e os africanos - e alguns loucos por casa. Intrépido, vinga a sua ambição de que esta colónia americana, à beira-mar arrancada, receba condignamente os metropolitanos. Não contou, decerto, foi com a implantação do espanhol como língua oficial acima do México, que o peso demográfico imporá inapelavelmente por meados do século.
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Publicado por Nino 22:06:00 0 comentários  

Rui Pereira, eminência parda do PS, ex director do SIS, e candidato a candidato a próximo PGR, caso este venha a ser um civil, foi esta tarde à TSF apregoar as virtualidades do Estado colecionar ao molho dados genéticos de todos os seus cidadãos. Tudo em nome do combate à alta criminalidade e ao terrorismo. Fosse tão peregrina ideia lançada nos tempos idos do Dr. Lopes (nos securitários Estados Unidos o máximo de que se fala é na recolha e arquivamento de dados biométricos (altura, foto, peso, etc), e mesmo lá, só com esses dados há polémica...) e cairia o Carmo e a Trindade, as esquerdas federadas rasgariam as túnicas e o Dr. Sampaio ainda usaria tal intenção como, mais um, pretexto para a, inevitável, dissolução. Falar-se-ia em direitos liberdades e garantias, dir-se-ia que o Estado não tem nada que saber se fulano tem predisposicão para dormir mal, para problemas cardiacos ou o diabo a quatro. Mas isso seria antes, sobre o Estado do Dr. Lopes, porque o novo Estado, o do Eng. Sócrates, que por acaso é o mesmo, é pessoa de bem. Assim, ninguém tuge, ninguém muge, ninguém se indigna. É este o estado da nossa (des)graça.
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Publicado por Manuel 21:08:00 1 comentários  



Bares de alterne mantêm-se fiéis à medicina natural

Os cafés e bares pretendem vender medicamentos, alegando constituirem a maior rede nacional em contacto directo com a população. Os arrumadores de carros já contestaram.
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Publicado por Nino 19:11:00 0 comentários  

Ainda sobre Pulido Valente, um comentário assaz pertinente promovido daqui à primeira página...

VPV, para bem de todos nós, assume como ninguém, um espírito de Cassandra.

É por isso que gosto de ler o que escreve, porque também escreve bem o português e usa alguns termos esquecidos que depois são repescados por outros (leia-se João Pereira Coutinho), meros diletantes na arte de dar palpites sobre tudo e mais alguma coisa e com pouco ou nenhum interesse, por falta de densidade e peso específico.

O VPV que gosto de ler é aquele que escreveu sobre a indigência mental dos políticos que vamos tendo. Porque essa escrita estimula interrogações e talvez algumas respostas.

Nesta crónica sobre a direita e a Igreja, também me parece que a subtileza vai um pouco mais além do que atirar à cara da direita uma omissão indesculpável.

O que VPV tenta fazer, parece-me, é mostrar que os valores apregoados pela Igreja, não podem dissociar-se da discussão sobre o assunto. E se a direita os defende, não poderá obliterar o papel da instituição, mesmo que tente seguir o princípio de "dar a César o que é de César".

Porém, juntar política com religião, costuma dar maus resultados, principalmente se vêm ao de cima as ideias fundamentalistas. Veja-se o caso do italiano Buttiglioni; veja-se o caso da introdução à Constituição Europeia e veja-se o caso da recente polémica com o padre que defendeu a não-comunhão para certo tipo de pessoas.

O problema mostrado por VPV é o conjunto de várias contradições que uma certa direita, ligada ao CDS, precisa de resolver.

Mas haverá direita, em Portugal?!

Ou o que temos, como direita, é apenas um caldinho de ideias dispersas e fugazes, sem concretização teórica, como já foi apontado por José Adelino Maltez?

Jaime Nogueira Pinto pode considerar-se um teórico da direita?!

É que me parece o único a escrever sobre esse propósito.. .uma vez que o prof. Martinez ou o prof. Hermano José Saraiva, não contam: gostam demasiado do salazarismo para merecerem atenção!
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Publicado por Manuel 16:21:00 2 comentários  



Vasco Pulido Valente (quem ?)

Vasco Pulido Valente é, na análise política, incontornável. Retrata de uma forma sádica, cínica e precisa a conjuntura cá do quintal e, facto não negligenciável, faz pensar. O que não quer dizer que tenha sempre razão, ou que acerte sempre. Aliás VPV ilustra bem o facto de ser muito mais simples elencar problemas do que apresentar soluções. Ainda ontem, numa prosa manifestamente infeliz, o cronista a propósito da crise, bem real, das direitas clamava uma e outra vez contra a indigência indigena. Desta vez afirmava "Que num debate sobre a direita, a uns dias do referendo sobre o aborto, e quando se recomenda o "debate ideológico", a Igreja não se mencione é um contra-senso ou uma fuga". Resumindo, e para o grande Vasco Pulido Valente o futuro, quiçá a redenção, da nova direita, estará na religião, à americana. Não se sabe o que diria o VPV, cronista, desta gaffe, do VPV armado ao político mas sabe-se que, graças a Deus, não parece que a Direita vá por aí. Por várias ordens de razão, certas e erradas. Em primeiro lugar porque de todas as vezes que a Igreja se meteu na política mais tarde ou mais cedo se saiu mal, e saiu-se mal porque a mensagem da Igreja Católica se pretende abrangente e inclusiva, da mesma forma qualquer plataforma de direita ganhadora se pretende abrangente e inclusiva sendo que não é líquido que as duas se possam facilmente sobrepor. Por outro lado, e sendo certo que existe uma crise grave de valores, não é de todo liquido reduzir a solução desta a um maniqueismo, que só alienaria, entre os que tem Fé, e os que não tem. Por outro lado ainda e ao contrário do que se infere da prosa de Pulido Valente, pese a influência aritmérica que a Igreja Católica tem no ensino superior, pese a influência operativa implacável da Obra do Senhor, o facto é que esta influência não é orgânica, é apenas instrumental. Goste-se ou não, a Igreja, no Portugal presente, é - apenas - mais um lobby, que é preciso respeitar, nem mais, nem menos. Mais, se a ideia da Hierarquia Católica é (é mesmo?) moldar, ou condicionar, o que quer que seja através da Universidade Católica, então é forçoso afirmar que esta tem sido um rotundo fracasso, e Não é preciso ter ido a uma qualquer festa da Católica para o confirmar. A tropa que sai da Católica, na sua maioria, poderá não ser de esquerda, mas o culto da eficácia, do sucesso, do liberalismo cego e atroz, de um certo fatalismo calvinista, não vai nada, nada mesmo, com a doutrina social da Igreja muito menos com ideologias. Vasco Pulido Valente só tinha a ganhar, de quando em vez, se parasse de separar o mundo, e a vida, em gavetinhas estanques e contíguas. Se olhasse de uma só vez para a mobília toda, e como um todo, talvez descobrisse um outro país. Ganhava ele, ganhavamos nós.
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Publicado por Manuel 14:48:00 3 comentários  



Habituem-se...

O Governo vai criar uma base de dados genética de identificação civil que abrangerá toda a população portuguesa e que será utilizada na investigação criminal. Ou seja, actualmente cada cidadão tem a sua impressão digital num arquivo central, a partir daqui também o perfil genético será incluído numa base de dados, para ser comparado com amostras biológicas recolhidas nas cenas de crime.

Esta proposta - um modelo que não é usado em nenhum país europeu- está a gerar forte discussão nos meios científicos, académicos e judiciais sobre os critérios de inclusão de pessoas numa base deste tipo. Há quem defenda que nesta seja apenas incluída informação sobre condenados, há quem receie a ausência de confidencialidade e o acesso ilegítimo dos dados.

Do gabinete do ministro da Justiça garantiram ao DN que este é um "objectivo a cumprir nesta legislatura" e é mesmo "uma das primeiras prioridades" da acção governativa, estando já Alberto Costa a trabalhar no assunto.

in DN


Havemos de voltar ao assunto.
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Publicado por Manuel 13:27:00 3 comentários  

Devido ao rigoroso Inverno, e na sequência da precipitação ocorrida em Outubro de 2004, e face aos padrões normais de chuva que ocorrem em Novembro, Dezembro e Janeiro, alguém ordenou, que as barragens portuguesas efectuassem na primeira semana de Novembro, fortes descargas da água armazenada.

Ora, como em Novembro, Dezembro e Janeiro, não choveu, as barragens rapidamente entraram em quotas mínimas. A verdade é que na primeira semana de Novembro, nenhuma barragem portuguesa se encontrava acima da quota máxima, sendo por isso um péssimo acto de gestão, as descargas efectuadas. A menos que por questões "eléctricas" tal se tenha verificado.

A única barragem que decidiu não seguir as instruções - barragem de Montargil - ostenta hoje um nível da sua capacidade acima dos 50%.

Portugal, receberá certamente um prémio por esta boa prática de gestão de recursos hídricos.
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Publicado por António Duarte 12:25:00 1 comentários  



vergonha

à atenção do Prof. Freitas do Amaral, Ministro dos Negócios Estrangeiros. Não há desculpas, ou também vai haver ?
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Publicado por Manuel 12:13:00 0 comentários  



a TV que temos...

SOS no triângulo das Bermudas por Eduardo Cintra Torres.
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Publicado por Manuel 10:41:00 0 comentários  



A hummingbird flies in a garden of Mexico City. (AFP/Omar Torres)

Publicado por Manuel 08:05:00 0 comentários  



peditórios, e peditórios...



aqui está uma óptima ideia para recolher fundos para combater o déficit... Por outro lado 6 milhões de portugueses são capazes de pagar, concerteza, para manter as coisas como estão no Futebol Clube do Porto.
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Publicado por Manuel 06:10:00 0 comentários  

Pura Luz Pensante

Tudo é tudo ou quase tudo
e nada é a mesma coisa.
Na realidade são tudo coisas indiferentes.
(Imagens...Imagens...Imagens...)

É este o caminho da Inocência?
Existe tudo e a aparência de tudo. (Imagens...)
Totalmente tolerante é
a matéria metafórica da infância.

Tenho que tornar a fazer tudo,
a emoção é um fruto fútil, a pura luz
pensando dos dois lados da Literatura.
Aqui estão as palavras, metei o focinho nelas!

Manuel António Pina, 1978

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Publicado por Manuel 04:40:00 0 comentários  



"Isaltino Morais ensina cidadãos a serem bons autarcas"

O PSD vai organizar o primeiro curso de formação de autarcas, sendo o objectivo «incutir cidadania nas pessoas». Já se encontram inscritas 125 pessoas na iniciativa organizada pelo PSD de Cascais e as portas estão abertas a todos, mesmo os que não são «laranjas». O presidente secção de Cascais, Carlos Carreiras acha que a «incompetência pode causar tantos prejuízos numa autarquia como a corrupção». E acrescenta que «quantos mais cidadãos estiverem envolvidos, mais se consegue evitar o risco de entrar na corrupção ou na incompetência». (...) O curso, que vai decorrer durante quatro sábados nos meses de Abril e Junho, contará com a participação de alguns oradores de relevo. Entre eles, destacam-se os nomes de Manuela Ferreira Leite, Marcelo Rebelo de Sousa, Mota Amaral, António Borges, Isaltino Morais e António Capucho.

in Portugal Diário


Um destes dias ainda vamos ver o dr. Lopes a dar um curso de formação par futuros candidatos a primeiro-ministro, ou o dr. Jardim a palestrar sobre etiqueta e boas maneiras, ou ainda, já agora, António Preto como coordenador de um curso sobre a circulação manual de capitais corados no espaço da União Europeia... Mas, se o Dr. Isaltino "serve", até fizeram um simulacro de referendo que está na moda, para recandidato à Câmara de Oeiras (serve ?, serve mesmo ?) porque é que não há-de servir para palestrar num curso destes ? Afinal o sucesso, a eficácia, são cegos, não é ?... Se calhar são mesmo.
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Publicado por Manuel 02:59:00 0 comentários  



salon.com
"How Paul Wolfowitz can save the world"



Hardheaded, passionate and conservative in the old-fashioned sense, Jeffrey Sachs' new book could -- but probably won't -- show the next head of the World Bank how to end global poverty. [ler aqui]
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Publicado por Manuel 02:20:00 0 comentários  



"resumos" sumários...

Suponho que o New York Times não é um perigoso e reacionário orgão de informação da direita religiosa e ultramontana americana. Aqui fica uma peça, mais uma, sobre a questão Schiavo, a história triste de um ser que por estes dias, e em nome da humanidade (!), morre (porventura de novo) à fome. Nada, claro, que vá abalar as certezas absolutas de quem já tomou posição, ou se abstém de tomar. A comunicação social, com os seus resumos, já decidiu. O problema é se, um dia, algum de nós for o sujeito de um destes "resumos", arbitrário, simplista, utilitarista e subjectivo, e nós o objecto de um desses julgamentos sumários. Às vezes ler Brecht fazia jeito, porque não acontece só aos outros.
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Publicado por Manuel 01:48:00 0 comentários  

josé freire antunes, deputado do psd eleito - ainda não deve saber como - pelas listas do porto, foi número dois (!) em substituição de pôncio monteiro, também vai apresentar uma moção ao próximo congresso do psd. «caso surjam dois ou mais candidatos nas áreas do centro e da direita, o psd promoverá um referendo interno, tendo por universo os seus 133 000 militantes, para decidir qual o candidato a apoiar», propõe o historiador na sua moção, hoje divulgada, avançando com a data de 1 de setembro para a realização da consulta. é a tentativa manifesta de guterrização do psd, quando não se tem ideias, chuta-se para canto, um demite-se de tomar, e assumir, decisões, neste caso propõe-se um referendo. e já agora que tal uma sondagem primeiro para ver quais os nomes adequados ao tal referendo ? patético.

uma última nota ainda sobre freire antunes, e aquele outro autarca em part time de ourique - não consta que as culpas da sua entronização como deputados da nação possam, em bom rigor, ser todas assacadas ao dr. lopes. e, não podendo, há por aí alguns neo-reformistas a quem ficava muito bem um mea culpa.
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Publicado por Manuel 00:41:00 2 comentários  



Só Vós sois o Santo

Está na moda colocar em dúvida o carácter sobre-humano de Jesus Cristo. Há até um livro com um código dos vencedores de um concurso da eurovisão em 1989 que vendeu mais que alguns rolos de papel higiénico sobre a temática. O único comprovadamente divino é Santana Lopes, o político que ressuscitou da morte política ao leme da Câmara Municipal de Lisboa.


Glória a Pedro nas alturas,
e paz na terra às mulheres
por Ele amadas.
Senhor Pedro, Rei das Noites,
Pedro Pai Todo-Poderoso,
nós Vos louvamos,
nós Vos bendizemos,
nós Vos adoramos,
nós Vos glorificamos,
nós Vos damos graças,
por Vossa imensa glória.
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Publicado por Nino 23:12:00 1 comentários  

anda-se a falar, e a disparatar, muito a propósito da (re)fundação da direita. confesso-me francamente optimista. uns já foram alegremente incenerados nas urnas, outros, que a elas sempre fugiram, por demasiado nobres para irem a votos, suicidam-se com pompa. pelo meio tombam alguns justos, iludidos, azar. outros ainda agora tem oportunidade de mostrar o que realmente valem...

pelo meio fala-se de carisma, e da falta dele. é um erro de amador e de principiante, mais, sinal de pura ingenuidade. a direita não quer saber do carisma, este aliás não se tem, antes se conquista, a direita respeita, isso sim, é quem tem autoridade, autoridade para falar, para mandar, para decidir, para arriscar e sobretudo para pensar pela própria cabeça. e essa autoridade, e esse respeito, também se conquistam, não se apregoam.

uns anitos longe do poder vão fazer milagres. por agora é o tempo dos cordeiros. boa páscoa
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Publicado por Manuel 17:07:00 0 comentários  

EM PAZ

Deve andar por perto o congresso do PSD. As coisas chegaram a um ponto tal que, apenas três anos volvidos sobre o poder "absoluto" de Barroso, o Pombal - parece que é aí que tem lugar o conclave - recebe um ex-fulgurante Santana Lopes e duas figuras menores da nomenclatura partidária para disputar a liderança. Aquele que ainda há um ano era o partido do poder, chega ao Pombal envergonhado e reduzido praticamente a escombros às mãos de uma combinação entre dois "amigos de Peniche", Santana e Barroso. É difícil ter sido tudo tão mau em tão pouco tempo. Agora, na tentativa infantil de "dar uma volta a isto", os "intelectuais orgânicos" da direita querem "refundá-la". Já apareceu o inevitável mito Borges, acompanhado por uma rapaziada comprometida com todos os passados verosímeis e inverosímeis do PPD/PSD. Os "comentadores" tecnocratas e os tais intelectuais orgânicos conseguem ver em Borges o que ele manifestamente não tem: densidade política. E empurram o vazio que ele representa para a frente como se dali viesse, agora ou daqui a uns anitos, a salvação. O que se salva é que aparentemente Borges tem a noção daquilo que vale e deixa a coisa para "profissionais", leia-se Marques Mendes. Ele, modesto, limita-se a "marcar posição" com o seu pequeno rebanho de "zés-sempre-em-pé". No meio desta trapalhada "refundadora", os inimigos de estimação de Cavaco Silva - a tal "intelectualidade orgânica" - persistem em arrastá-lo para esta lama. Volta não volta, enchem a boca com o seu nome, ora na defesa hipócrita da sua candidatura presidencial, ora contra ela. Se alguém terá de se arrastar atrás da candidatura de Cavaco é esta indigência política e nunca o contrário. Cavaco já voa por cima desta miséria há muito tempo e jamais se comprometerá com ela. Não esperem de Cavaco qualquer gesto "federador" de desgraças alheias. Podem esperar sentados os que pensam que a risível "refundação" da direita virá do palácio de Belém. Cavaco terá legitimamente mais que fazer e suspeito que não lhe desagradará a parelha com Sócrates. Borges e tutti quanti podem continuar entretidos com os jogos florais que animarão o PPD/PSD nos próximos tempos. O PP nem sequer entra nesses jogos, desfeito no incómodo de partido unipessoal. Em suma, Sócrates, para nosso bem, pode governar em paz.

in Património
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Publicado por Manuel 15:54:00 0 comentários  



A bitola valente

O habitual Pulido Valente escreve hoje no Público ( aproveitar a ligação enquanto é tempo…) uma crónica excruciantemente pascal.

Sob o pretexto circunstancial da sucessão da liderança no PSD, expõe uma paisagem de gólgota, no panorama das elites políticas com imagem pública e apetência de mando em Portugal.

Vai ao fundo do cálice e bebe a última gota, ao sintetizar numa “indigência mental devastadora e lúgubre”, a nossa inteligentzsia com vocação de poder. Encerra num saco de plástico a imitar a linhagem antiga, um António Borges, uma Leonor Belza, um Rui Rio, um Aguiar Branco e outros, incluindo um tal Jorge Bleck que diz não saber quem é, mas seria bom conhecer para melhor entender o nosso panorama económico-político-social… e como cobertura caramelizada em bolo de supermercado, fora de prazo, o próprio Cavaco!

Argumento base...

Cavaco inaugurou a estirpe dos políticos que não conheciam Portugal: a história, a sociedade, a cultura. Estes de agora só vão até ontem. Antes de Cavaco o país não existia e hoje só existe como abstracção estatística.

E para o retrato ficar mais nítido, acrescenta-lhe os tons sombreados do relevo:
De onde vêm eles? Que tradições representam? Quem os recomenda e apoia fora do pequeno mundo em que circulam? Ninguém sabe. Aconteceu o mesmo com o Compromisso Portugal e o Portugal Positivo. Um certo sucesso, uma certa competência e muita "modernidade" saloia chegaram para convencer personagens dolorosamente modestas da sua importância e lucidez.

Percebe-se o intelectual Pulido: antes dos Cavacos e dos Borges, já o Vasco Valente escrevia livros, crónicas e antes até participava em mesas-redondas patrocinadas pelo Expresso e pelas revistas da modernidade nascente, perorando inteligentemente sobre as idiossincrasias da pátria.

Os seus livros rezam alguma história do séc. XIX, sobre personagens obscuros e tiragens insignificantes.

Há um compêndio de crónicas Às Avessas da Assírio & Alvim de 1990 e que se lêem de um fôlego, de tão leves que são. Há um artigo, em 25 páginas, assim a modos de ensaio, publicado no nº 2 da revista K, de Novembro de 1990, sobre Marcelo Caetano e que começa assim: “ Já do Brasil, Marcello Caetano escreveu a Veríssimo Serrão que “não tinha nascido em berço de ouro como Álvaro Cunhal”, “filho de um advogado com nome e dinheiro” nem tinha sido um “menino rico” como Soares, cujo pai “se incumbia” de trabalhar por ele.

As suas crónicas na revista Grande Reportagem, (dirigida por J. M. Barata Feyo), de meados dos anos oitenta, são um compêndio abreviado de história da cultura literária e portuguesa, de bolso, e até dos políticos que fomos tendo.

Para exemplo proveitoso, ficam aqui excertos escolhidos de uma crónica scannerizada dessa Grande Reportagem de 29 de Março a 4 de Abril de 1985, intitulada "Os políticos e a história"...

Nos últimos anos, como toda a gente, perdi horas sem fim a discutir as miudezas de carácter, de temperamento, de educação e de estilo dos grandes e pequenos príncipes que nos pastorearam. Discuti, evidentemente, Eanes, Sá Carneiro, Soares; o que, com alguma bondade, talvez se desculpe. Mas devo comessar que não fiquei por aí. Movido por uma estranha perversidade, cheguei a preocupar-me com personagens tão intimamente insignificantes como Balsemão ou Lucas Pires, Eurico de Mello ou Helena Roseta.

Atribuo em parte esta aberração ao facto de os conhecer e à circunstância infeliz de se me ter metido na cabeça, por razões inteiramente misteriosas, que me competia salvar a Pátria com as minhas mais do que duvidosas luzes, o que me obrigou durante uns meses a observar os colegas de ofício. Gostaria, no entanto, de alegar uma atenuante. Sendo profissionalmente um historiador da política, senti a seguir ao 25 de Abril uma irresistível tentação de ir ver e escarafunchar (em espírito, claro) esses curiosos animais que me ocupava a estudar, com o consentimento de instituições respeitáveis como universidades e institutos de investigação científica. Admito que não se trata de uma reacção natural. Privo com altos académicos que produzem tratados sobre anarquistas e operários vidreiros e que nunca cometeram o excesso de os atrair à sua intimidade. Desgraçadamente, a reserva não é o meu forte.

Com estratagemas que, por pura modéstia, me coíbo de qualificar, introduzi-me na presença do meu objecto de estudo, cheio de nervosismo e de palpitações. Como seriam eles em carne e osso? Que heroicidades ou malvadezas se praticariam por trás daquelas portas guardadas por polícias, contínuos e secretárias aterrorizantes? De que é que eles falavam? Suponho que há excêntricos americanos que se precipitam com a mesma voracidade sobre os papuas e zoólogos que ambicionam coabitar com orangotangos. O amor da ciência conduz a tudo.

Gastei, assim, esforços, energia, zelo e ternura, em quantidades extravagantes, a examinar os políticos. Ao contrário das noções correntes - e até das minhas em momentos de especial irritação - achei-os geralmente honestos, cumpridores e um pouco patéticos. É que invejados, exaltados, vilificados, gloriosos ou abjectos, eles sofrem sempre de uma aflição ignorada, irremediável e horrivelmente dolorosa: só existem enquanto são e só existem por ser.

(...)a biografia não pertence à tradição portuguesa. Garanto aos incrédulos que não encontrei de 1974 para cá nenhum político que conhecesse o nome e, muito menos o papel histórico, de dez primeiros-ministros do século XIX. Para minha surpresa, esta simpática ignorância não os inquietava. Da gente que conheciam, aliás, tinham as opiniões da historiografia jacobina ou de Oliveira Martins. D. João VI, um dos mais subtis e pertinazes diplomatas do seu mundo, era um imbecil. D. Pedro IV, que criou o Brasil independente e unido e conduziu uma guerra revolucionária em Portugal, era um carroceiro e um vaidoso. Palmela, que sustentou a causa liberal na sua pior crise e contribuiu para fundar a estabilidade da «Regeneração», um habilidoso e um agente inglês. Passos Manuel, que, lacrimejando, jamais percebeu o que queria, um democrata e um patriota. Costa Cabral, que pôs em pé o Estado liberal, um corrupto e um ditador. Fontes Pereira de Melo um engenheiro obtuso que fazia estradas. E por aí adiante.

O que me intrigava, o que me intriga, nas extraordinárias ideias que precedem não é a incrível perenidade da asneira. É uma coisa bem mais perturbadora: se eles pensam aquilo dos outros, que será que eles pensam que vão pensar deles?

Passaram vinte anos! Vasco Pulido Valente não mudou, aparentemente, um parágrafo do que então escrevia! Coerência?! Sem dúvida! Mas que raio é que lhe adiantou andar a escrever crónicas, e livros a recolhê-las, se no final de contas, as “elites” não só não mudaram como se abastaram ainda mais, ao ponto de se tornar visível e imponente a “indigência mental” com que lhes afinfa a preceito?

Terá razão VPV?! Ao falar de Borges como um incapaz de distinguir a gestão de um país, da gerência da Goldman Sachs, por ignorância endémica de humanidades e de história pátria do séc. XIX, estará o iconoclasta-mor a ser justo e – mais importante!- saberá ele o que diz?!

Aqui há uns tempos, o historiador, antigo ministro da Educação e adepto confesso do salazarismo, Hermano José Saraiva, dizia que Cavaco tinha sido “um bom gerente”, corrigindo a anterior afirmação de que tinha sido “um pobre diabo”. Percebe-se de algum modo o que o ressabiado Saraiva queria dizer: as elites não são o que eram - e dantes eram melhores! E ele tem saudades desse tempo. Subscrevo, do alto da minha ignorância, tal afirmação, que empiricamente me parece certeira, mas duvido da sua justeza.

Borges, Beleza, Mendes, Aguiares e C.ª são medíocres?! Por qual bitola?

A da competência técnica em lidar com assuntos de contas, números e estatísticas? Aí, não me parece que o VPV tenha razão e antes me parece que lhe falha a ele, essa competência analítica que é muito concreta e essencial.

Faltar-lhes-á, a esses novos pretendentes do poder político, a visão histórica, a cultura humanística e os conhecimento sólido da sociologia ministrada nas salas do Instituto? Pois faltará. Será essa falha, o impedimento fatal para a excelência? Duvido.

É que isso não falta a VPV. Nem falta a António Barreto, por exemplo. Nem a um José Adelino Maltez, um dos poucos que me parecem perceber estas subtilezas da mediocridade ambiente.

Não faltará ainda a outros comentadores de jornal de fim-de-semana. Isso adianta para quê?! Ora! No fim de contas, tudo somado, adianta para escrever crónicas de escárnio e mal dizer. E os visados passam, na caravana, sem sequer se aperceberem do ruído.

No entanto, são preciosas essas crónicas! Porque é essencial, esse ruído! É calibrador do viver democrático e fundamental para a mudança, se se agregarem em massa crítica.

O bom é inimigo do óptimo e, neste caso, ainda nem chegamos ao bom. Parámos, por uns anos, na mediocridade...e há quem nos avise, do alto do farol.
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Publicado por josé 19:25:00 3 comentários  



Fado na estrada

Para inglês ver, o novo código da estrada entrou em vigor há escassas horas. Para português sentir, na carteira ou atrás das grades, somente dentro de três meses. Entretanto, as mortes e os estropiamentos diários processam-se em obediência a um destino inexorável, que António Patrício sintetizou:

Somos navegadores pr’além da morte
Temos a Índia eterna da saudade
Rumando para sempre a nossa sorte.
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Publicado por Nino 10:30:00 0 comentários  



O cristão velho

A candidatura de Luís Filipe Menezes postula que os delegados ao congresso do PSD não necessitam "de nenhum cristão-novo para lhes apontar o caminho", numa alusão clara a António Borges, que vaticinou a vitória de Marques Mendes. Cinco séculos depois, o anti-semitismo não foi erradicado em Portugal, caro Nuno Guerreiro.
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Publicado por Nino 21:57:00 0 comentários  



Revelação

O blasfemo CAA assumiu que um cristão não pode ser de direita:

«Um esquerdista é um fulano que não entende muito bem o que é isso da «Lei da Oferta e da Procura». Acha que os problemas sociais nada têm a ver com tal lei e que tudo se resolve com carinho e dedicação à humanidade»[João Miranda]

A asserção é fantástica e concordo plenamente.

Mas suscita-me a seguinte dúvida:

- E a doutrina social da igreja, quanto a esta questão em geral, difere em algum aspecto do que pensa o referido "esquerdista"???
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Publicado por Nino 19:37:00 0 comentários  



Epidemia

Durão Barroso e António Guterres podem vir a permanecer de quarentena por suspeita de terem contraído febre hemorrágica, de acordo com um comunicado da Direcção-Geral de Saúde. Suspeita-se que o vírus de Marburg se aloje nos interstícios da cadeira de primeiro-ministro, provocando febre de poder e sangria para o estrangeiro.
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Publicado por Nino 19:25:00 0 comentários  



Férias, feriados e faltas...de senso!

O primeiro ministro do Governo que temos, anunciou na AR que as férias judiciais de Verão, seriam reduzidas para metade, e conta-se que a medida seja para entrar a vigorar já no próximo ano.

Assim, em vez de 15 de Julho a 15 de Setembro, o período de férias judiciais de dois meses, serão reduzidas para… metade!

Primeiro problema - o mês de férias que passar a vigorar como lei geral, vai ser definido? E quem vai escolher esse mês, naturalmente entre Junho e Setembro?

Segundo, terceiro e seguintes problemas...

A ideia do Governo, aparentemente, será a de assimilar as férias judiciais às dos demais funcionários públicos e por via travessa, acantonar a magistratura e os funcionários dos Tribunais, num pan-funcionalismo agregante ao restante funcionalismo público, amarfanhando e subjugando as páginas de todos os capítulos do Título V da Constituição (e talvez do VI que se refere ao trib. Constitucional…) aos artigos do título IX que se referem ao estatuto da Função Pública.

Vital Moreira já vituperou os privilégios e em nome de uma igualdade com “ os demais servidores públicos”. “A redução das férias judiciais é justa e só peca por defeito. Não há razão nenhuma para que os tribunais estejam encerrados durante tanto tempo -- se é que se justifica o seu encerramento de todo em todo (sobretudo tendo em conta a morosidade da nossa justiça) -- e que os agentes do sistema de justiça tenham na pratica mais férias do que os demais servidores públicos.

Além disso, “A Administração pública não deve confundir-se com um conjunto de feudos ministeriais.

Assim, vamos lá a ver esses privilégios, mesmo sem atender a outros privilegiados, e menos ainda a OUTROS, nada privilegiados no seu direito a pelo menos três meses de férias! Vamos então analisar essa lógica niveladora e a amálgama de preceitos constitucionais.

O Regime Jurídico das Férias Feriados e Faltas da Função Pública-Decreto-Lei n.º 100/99 de 31 de Março- Artigo 2.º, consagra

Direito a férias:
1 - O pessoal abrangido pelo presente diploma tem direito, em cada ano civil, a um período de férias calculado de acordo com as seguintes regras:
a) 22 dias úteis de férias até completar 39 anos de idade;
b) 23 dias úteis de férias até completar 49 anos de idade;
c) 24 dias úteis de férias até completar 59 anos de idade;
d) 25 dias úteis de férias a partir dos 59 anos de idade.

A marcação das férias, também não é assim “à balda”!

No artigo 5.º diz-se que...

1 - As férias podem ser gozadas seguida ou interpoladamente, não podendo um dos períodos ser inferior a metade dos dias de férias a que o funcionário ou agente tenha direito.
2 - Sem prejuízo dos casos de conveniência de serviço devidamente fundamentada, não pode ser imposto ao funcionário ou agente o gozo interpolado das férias a que tem direito.
(...)
7 - Sem prejuízo do disposto no número anterior, aos cônjuges que trabalhem no mesmo serviço ou organismo é dada preferência na marcação de férias em períodos coincidentes.
(..)
Artigo 8.º
Gozo de férias
Salvo nos casos previstos no presente diploma, as férias devem ser gozadas no decurso do ano civil em que se vencem.
Artigo 9.º
Acumulação de férias
1 - As férias respeitantes a determinado ano podem, por conveniência de serviço, ou por acordo entre o funcionário ou agente e a Administração, ser gozadas no ano civil imediato, seguidas ou não das férias vencidas neste.
2 - No caso de acumulação de férias por conveniência de serviço, o funcionário ou agente não pode, salvo acordo nesse sentido, ser impedido de gozar metade dos dias de férias a que tiver direito no ano a que as mesmas se reportam.
3 - A invocação da conveniência de serviço deve ser casuística e devidamente fundamentada.

E agora talvez seja altura de chamar a atenção para os imensos privilégios que decorrem da Lei n.º 44/96 de 3 de Setembro que criou 50 tribunais de turno.

No que se refere aos funcionários judiciais, o Artigo 85º

Direito a férias e a dias de descanso
1 - Os funcionários de justiça têm direito, em cada ano civil, a um período de férias igual ao previsto no regime geral do funcionalismo público, acrescido de tantos dias de descanso quantos os de prestação de serviço em dia de descanso semanal, complementar e feriado, designadamente em secretarias de tribunais de turno, relativos ao ano anterior.
2 - O período de férias e de dias de descanso deve ser gozado, ainda que interpoladamente, durante o período de férias judiciais, em especial as de Verão.
(...)

Ora bem, resulta daqui o seguinte: os funcionários judiciais, - e os magistrados - não podem ficar com menos privilégios, como será de inteira justiça- como funcionários públicos, têm direito a férias! E férias seguidas, de preferência! Pelo menos, -sempre pelo menos que é para vincar os privilégios…- serão 22 dias úteis!

Se o serviço de turnos habitual, permanente e corrente, durante o ano, implicar para cada um dos funcionários e magistrados, o acréscimo – vamos lá fazer um cálculo muito por baixo, por causa dos privilégios…- de cerca de 10 dias, esses dias, deverão ser gozados como férias e que acrescerão aos tais 22 dias úteis.

Como naturalmente, o Governo em nome daquele princípio da igualdade que Vital Moreira também acha uma medida justa e que “só peca por defeito”, vai fixar um mês de férias para os agora privilegiados, pergunta-se onde é que o Governo; o ministro Alberto Costa e Vital Moreira , como bravo extintor de privilégios, vão desencantar os dias úteis, durante o período de férias, para serem gozados pelos privilegiados que trabalham em turno durante o ano?!

Não quererão retirar-lhes direitos fundamentais, pois não?! Nem quererão ser acusados de, em nome da igualdade, gerarem novas e mais gravosas desigualdades para trabalhadores da função pública, pois não?!

O universo dos visados pelo serviço de turno é extenso… e parece-me bem que os privilegiados de agora vão ter argumentos para brandir numa discussão pública sobre estas matérias. Argumentos que até agora não vi que fosse utilizados, mas que me parecem bem pertinentes.

É claro que o Governo no seu conjunto e particularmente o esclarecido ministro da Justiça, já pensaram nestes problemas; senão, como se poderia pensar que o primeiro ministro tenha sido tão lesto no anúncio da medida?!
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Publicado por josé 18:11:00 2 comentários  



Mais vale um mau subsídio do Estado que um bom seguro privado

Parte dos subsídios concedidos nos anos transactos aos agricultores em apuros converteram-se milagrosamente em viaturas e vivendas. Este ano, milhares de animais estão a sucumbir à fome e à sede. Seja solidário. Contribua para minorar a catástrofe. Adopte uma ovelha.
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Publicado por Nino 16:01:00 0 comentários  



O melros e as carriças

No Expresso de hoje, em página recuada do suplemento Guia, a seguir à "agenda", pode ler-se esta crónica...


Miguel na terra dos novos santos populares

A voz, ainda impúbere, pairava acima do feminino e do masculino. As palavras eram simples, ingénuas, retiradas da espuma de que são feitas as canções. O timbre podia definir-se como angelical, mas sem a limpidez casta que se encontra no canto coral - talvez por causa da adstringência do gueto e pela vibração do Gospel nas igrejas Baptistas.

Ouvi-a pela primeira vez no “Página Um”, o programa do José Manuel Nunes. Parecia cantarolar na imensa soleira da infância, "I´ll be there", "I´ll be there", mas era já a voz dos Jackson Five, uma das muitas bandas negras geradas na Tamla Motown, essa editora de brancos que forjou a música Soul, que, dizem os entendidos, é apenas o Gospel erotizado.
Michaell Jackson não esfolou os joelhos na infância a andar de bicicleta ou a jogar basquetebol.

Passou-a em estúdios, à frente de microfones pasmados com o seu canto, em motéis, em lúgubres cafés na berma da estrada comendo «donuts», em palcos, aviões, autocarros com beliches, vigiado pelos pais, pelos irmãos, pelos «road-managers».

Foi amestrado para o sucesso, amanhado como um negócio futuro, discutido entre "managers", executivos, advogados, guardado em estufa numa Disneylândia privada, apartado do mundo para não se contaminar com a vida real, com os sonhos comuns, espécie de canário virtuoso que só pode comer painço real e alpista refinada. A sua missão era só uma: arrebatar «grammys» e discos de platina.

Os vídeos mostravam-no como um Fred Astaire negro, andrógi¬no, desarticulado de forma harmoniosa, à volta de quem se cons¬truíam lendas, como essa de so¬frer de descoloração natural da pe¬le, um caminho dec1inante do es¬curo para o claro por via duma doença estranha e exótica.

No auge da fama, a sua «entourage» adquiriu o catálogo de canções dos Beatles; e fê-lo com a naturalidade de uma poderosa multinacional de cosméticos que lança uma OPA sobre uma empresa de «batôns» que, numa certa época, protegeu a alma do mundo contra o cieiro.

Na mais pura tradição pagã, a cultura pop ergue os seus ídolos e põe-nos no lugar dos santos cristão arcaicos, tal como estes tomaram um dia o lugar dos deuses gregos romanos. Actores de cinema, cantores, guitarristas, atletas, corredores de Fórmula Um, são santcs descartáveis que num dia se cumulam de ouro, com sessenta mil círios acesos em santuários, estádios, rockódromos, e, no dia seguinte são lapidados com uma volúpia quase medieval.

As tendas do circo estão montadas para Michal Jackson. Os advogados pronunciam os seus “statements” à porta do tribunal. Os jornalistas inundam as televisões com imagens só para provar que na América ninguém está acima da lei, principalmente quando está em causa o decoro.

Ao mesmo, tempo que os marines patrulham Bagdade, a CNN serve um "zombie" de óculos escuros à massas que o adoraram e que agora agitam a gasolina para inflamar a fogueira sacrificial em que o vão incinerar. É um palhaço caído em desgraça a chegar ao tribunal em chinelos, calças de pijama às flores, com o juiz prestes a emitir com uma mão o mandado de captura pelo atraso, enquanto que com a outra, lavra um parecer a garantir a liberdade de Jay Leno poder contar piadas sobre o julgamento no seu “talk-show”.

Para não ficar atrás, o “site” do artista põe à disposicão dos membros do clube de fãs a transcrição das actas de cada sessão do tribunal, por uma quantia mensal módica e justa.
Algures num canto da memória, ouço ainda aquela voz de anjo negro a cantar “I'll be there”, “I´ll be there”. Onde?

Esta crónica de Carlos Tê é um exemplo de que a geração dos quase cinquentões que testemunharam os tempos áureos da explosão do Rock, e a imposição gradual da cultura popular no gosto comum, alimentaram o espírito com algo mais do que donuts e mac´s, servidos em doses reforçadas, em estabelecimnentos televisivos e cozinhados em escolas de facilidade.

Talvez por isso, saibam bem apreciar o sabor de um texto cozinhado à portuguesa, “com todos”, incluindo os ingredientes meta-linguísticos de luxo, raríssimos nos dias correntes e que são manifestamente desconhecidos para os RAP´s e outros Fedorentos que apesar de inegável qualidade, usam do meta-linguarejar mais rasteirinho e handicapam-se na subtileza que se aprende na prática das dificuldades e carências. Não será pior, mas é certamente diferente e diferenciável.

Carlos Tê
, é um dos autores mais importantes da língua portuguesa actual e popular. Que me desculpe o MEC ( Miguel Esteves Cardoso), mas no concurso para um mundo ideal da escrita em temas populares, de canções ou de jornal, CTê ( Carlos Alberto Gomes Monteiro) vai à frente, uns passos largos .

Escreveu todas a letras importantes dos discos de Rui Veloso e escreveu um livro a que deu o título de O Voo Melancólico do Melro, publicaco na Assírio & Alvim, no início de 2000.

No dito do autor, ao DN de 9.1.2000, “ escrevi sobre algo que conhecia: uma certa atmosfera de paróquia, de clausura cultural.” É um livro sobre o silêncio dos tempos da ditadura. Um silêncio difuso e constante que até afectava os putos. Mas que preeenchia um parte da vidas das pessoas que hoje em dia se concentram no consumo de bens correntes como objectivo meritório.

A certo ponto, Carlos Tê/ Vladimiro, escreve: “A profissão que eu gostaria de exercer, se existisse, era a de inspector-geral de musgos, vadiar pelos bosques no Inverno a medir a espessura dos musgos, a campânula dos cogumelos, a voragem dos fungos por um raio de sol.”

São também desta estirpe, as letras que escreveu para as canções de Rui Veloso e é pena que as colunas dos jornais de referência tenham vindo a ser tomadas por quem não sabe distinguir uma rola de uma pomba, em detrimento daqueles que no seu tempo sabiam de cor a côr dos ovos dos melros, por os verem nos ninhos.
Aliás, agora nem precisam: vêem-nos na televisão e em anúncios, plastificados pelo Photoshop ou cromados a airbrush!
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Publicado por josé 15:53:00 0 comentários  



O fim da linha

José Bourbon Ribeiro (ex-chefe de gabinete de Paulo Portas) reactivou o blogue "O estado das coisas". Depois de tanta dedicação ao líder, Bourbon Ribeiro enfrenta de cabeça erguida, revelando coragem e firmeza nos princípios, os naturais problemas do ser humano.
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Publicado por Carlos 15:32:00 0 comentários  



análise política

Alguma fruta não é deixada amadurecer. É cortada demasiado verde, antes do tempo, com vista a ter melhor aspecto e durar mais no supermercado. O problema é que madura, madurinha é que ela é realmente saborosa. Existe pois um dilema, uma incompatibilidade entre os interesses dos eventuais consumidores da fruta, e da própria fruta, e de quem faz o comércio...
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Publicado por Manuel 15:08:00 0 comentários  



São jovens e tal e tal

Um cocktail à base de Viagra, ecstasy e Red Bull está a deixar jovens impotentes.

Espero que o governo não satisfaça unicamente as aspirações dos idosos em disponibilizar nos hipermercados e gasolineiras a panaceia para o seu reumatismo. Não faz sentido que os jovens incorram em ser assaltados e violentados, por essas brumosas ruas e vielas noite dentro, a fim de aviar uma simples receita de viagra surripiada ao avô, ou paguem uma exorbitância por umas minudências de ecstazy contrafeito, sem controlo de qualidade.
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Publicado por Nino 14:37:00 0 comentários  



Q.E.D.

O MINISTÉRIO da Agricultura emprega um funcionário por cada quatro agricultores. Luís Vieira, secretário de Estado da Agricultura e Pescas, reconhece que o número de funcionários é elevado mas diz que não está prevista qualquer redução. «Um dos combates do Governo é o da redução do desemprego, por isso não queremos nem podemos contribuir para o seu aumento», explica Vieira.

in Expresso


Política prozac, ou o retrato fiel das reformas do Eng. Sócrates...
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Publicado por Manuel 12:49:00 0 comentários  



Os pais que amam os filhos

Numa plateia de meia centena de juristas, a maioria rejubilou com a iminente utilização de embriões humanos para fins terapêuticos. É provável que venham a contribuir para a natalidade em Portugal. Alguns dos seus filhos terão nomes invulgares como Fígado, Pâncreas ou Rim.
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Publicado por Nino 08:30:00 2 comentários  



Esoterismo

Um comentário de Lutz, sobre o aborto...

E os que nunca foram concebidos também não! Tantos potenciais seres humanos nunca chegaram a ter a sua oportunidade! Tantos esperatozoides e óvulos morrem sem chegar a concretizar o seu destino!

As ecografias durante a gravidez deviam ser banidas da medicina. É às ciências ocultas que cabe o estudo de potenciais seres humanos.
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Publicado por Nino 23:21:00 4 comentários  


Assim ia o país no dia 30 de Outubro de 1999. Marcelo, o professor que costuma deixar a excelente Ana Sousa Dias aos tremeliques, confessava-se ao Expresso: «Não tenho perfil para candidato a Belém». Note-se: o que aparentemente lhe falta não é perfil para presidente, mas para candidato… Para ter de se fazer à estrada. Cerca de cinco anos depois, mais precisamente ontem, num jantar/debate intitulado «Conversas com Marcelo», no feudo de Alberto João, que não apoia o outro professor, Marcelo lá foi dizendo: «Em função ao futuro não vale a pena fazer declarações dogmáticas e definitivas no sentido de que, eu, nunca mais vou fazer...», rematando assim: «Nunca, nunca, nunca, é difícil dizer nunca». E por que está o outro professor em vantagem na corrida para Belém? Marcelo descortina três razões: primeiro, porque «está em fim de carreira», contrariamente a Marcelo, subentende-se; segundo, porque «mostra vontade de ser candidato», diversamente de Marcelo, que não tem perfil… para candidato; terceiro, porque «beneficia de um contexto favorável devido à actual maioria de esquerda, na lógica, referiu, de que os portugueses não gostam de pôr "todos os ovos no mesmo cesto"» - o que a realidade política vem comprovando de cinco em cinco anos, como se sabe. Cristo... Páscoa, diz-vos alguma coisa? A gente ainda se vai divertir muito.

in Pula Pula Pulga
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Publicado por Manuel 19:40:00 2 comentários  



Haja esperança!

No blog Incursões, um postal assinado por Gastão, começa assim...


Férias e mais lérias...

A Lei de Organização e Funcionamento dos Tribunais Judiciais diz assim, no seu artigo 12.º:
As férias judiciais decorrem de 22 de Dezembro a 3 de Janeiro, do domingo de Ramos à segunda-feira de Páscoa e de 16 de Julho a 14 de Setembro.

E se dissesse assim?:

  • 1 - O ano judicial tem a duração de um ano e inicia-se a 15 de Setembro.
  • 2 - À excepção dos períodos de 22 de Dezembro a 3 de Janeiro e do domingo de Ramos à segunda-feira de Páscoa, o período normal de funcionamento dos tribunais judiciais decorre de 15 de Setembro a 15 de Julho, sem prejuízo da prática dos actos urgentes definidos por lei.
Não seria a mesma coisa?

Será que, com esta redacção, alguém escreveria, por exemplo isto?..

A redução das férias judiciais é justa e só peca por defeito. Não há razão nenhuma para que os tribunais estejam encerrados durante tanto tempo -- se é que se justifica o seu encerramento de todo em todo (sobretudo tendo em conta a morosidade da nossa justiça) -- e que os agentes do sistema de justiça tenham na pratica mais férias do que os demais servidores públicos.

Vejamos agora.

O artigo 47.º do Regimento da Assembleia da República diz assim: ( continua aqui).

A propósito deste magnífico postal, glosador da recente iniciativa governamental em reduzir para um mês (!!) as férias judiciais, um comentador anónimo e que se confessa "da corporação" , escreve esta, também magnífica, peça jocosa e de espírito aberto que nos faz pensar que na magistratura nem tudo está perdido...

Pertenço à corporação e, em consciência, tenho que concordar com a medida.

Mas queria mais:

  • sujeição dos magistrados a rigoroso controle do horário, através de LPDB (livro de ponto digital bivalente), com acostagem da íris e inserção do indicador direito, à entrada e à saída;
  • garantia do PTHE (pagamento, até ao tostão, de todas as horas extraordinárias);
  • estabelecimento dos NMPM (níveis mínimos de produtividade dos magistrados), fiscalizando-se permanentemente o seu cumprimento, por meios informáticos adequados, e pedindo contas imediatas aos calaceiros relapsos;
  • extinção do CEJ e criação da EPMA (Escola Prática de Magistrados e Advogados), onde, expurgada a dita de todo o academismo, se ministrasse, entre múltiplas outras artes e técnicas judiciárias, o ensino da língua portuguesa, com treinos intensivos no uso do algoritmo de compressão do MP3: transformação, sem perda de qualidade, de cada conjunto de 10 linhas de paleio jurídico, numa única linha de texto escorreito;
  • extinção da OA e criação do EPA (Estatuto do Profissional de Advocacia), não podendo a quota máxima anual de advogados no activo exceder as 5 mil unidades, e a que só concorreriam juristas que, após frequência com bom aproveitamento do estágio na EPMA supra referida, garantissem, sob fiança, que nunca venderiam a alma ao diabo;
  • fusão de todos os códigos processuais e procedimentais num só CFJ (Código das Formalidades Judiciárias), fixando-se previamente na CR que tal código não poderia ultrapassar jamais os 100 artigos, cada um com o máximo de 5 linhas e cada linha com o máximo de 10 palavras, e que só seriam admissíveis 2 formas de processo: a sumária e a sumaríssima;
  • transformação de todos os prazos em prazos peremptórios e encurtamento dos mesmos para 8 dias úteis, fosse qual fosse o acto a praticar;
  • criação da TMJ (taxa moderadora da justiça), com diversos escalões em função do valor da causa, ou da gravidade do crime, e da condição económica dos litigantes, aferindo-se esta de modo proporcionalmente inverso ao do valor da declaração de IRS ou IRC;
  • revogação do CCJ e criação de uma TGPJ (Tabela Geral dos Preços da Justiça), a qual conteria a lista exaustiva dos actos processuais legalmente admissíveis, com indicação do preço de cada um deles, IVA incluído, e pago à cabeça, podendo a lei discriminar aqueles que, excepcionalmente, beneficiariam de comparticipação do Estado (a título de exemplo, a fórmula para calcular o preço de 1 petição, 1 requerimento, 1 despacho, 1 promoção, 1 acórdão ou 1 parecer na 1ª instância seria algo como isto: 100€ * nº de págs. elevado ao quadrado, agravando-se o preço, geometricamente, à medida que se subisse na instância (e sem dispensar, antes pelo contrário, os advogados e os magistrados do seu pagamento);
  • requisitos para aceder aos tribunais superiores: saber ler e escrever; saber utilizar o computador "na óptica do utilizador"; tempo mínimo de serviço na 1ª instância, ou na cátedra de uma qualquer faculdade pública, de 15 anos; tamanho médio das peças processuais produzidas na 1ª instância não superior a 2 páginas A4 (incluindo a data e a assinatura); nº médio de citações ou notas de rodapé por cada peça processual não superior a 0; garantia, sob fiança, de não transmissão onerosa ou gratuita da alma ao diabo e de recusa da utilização de cachecóis, aventais ou de outras peças suspeitas, qualquer que seja a respectiva cor;
  • criação da CD (caderneta do delinquente): o seu titular limitar-se-ia a efectuar pré-carregamentos de x anos de prisão por cada conjunto de crimes que desejasse praticar; não haveria processos nem julgamentos e o juiz limitava-se a ir carimbando a caderneta assegurando-se de que o saldo nunca ficaria deficitário (esta foi-me sugerida há anos por um ilustre Desembargador);
  • venda de medicamentos nas salas de espera dos tribunais;
  • coincineração de todos os processos logo que, independentemente da fase processual, atingissem as 100 folhas (capas e subcapas incluídas);
  • referendo às medidas propostas neste post;
  • etc.
  • etc.
Feito em férias da Páscoa, já podre de sono, a não dizer coisa com coisa, e só para aligeirar um bocadinho o stress de não ter processos para despachar, com a esperança de que nada disto seja levado a sério por ninguém, ou, como dizia o Tacitus, com animus jocandi vel gozandi

Haja esperança!
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Publicado por josé 16:30:00 1 comentários  

Sobre a promiscuidade entre políticos e empresas

Algo vai mal no país quando o topo da carreira pública é a banca privada.

[Rodrigo Moita de Deus]
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Publicado por Manuel 16:20:00 0 comentários  



Eyes Wide Shut


Tudo, obviamente, gente crescida e, presume-se, vacinada. Por cá não há nada disto, naturalmente.
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Publicado por Carlos 00:39:00 0 comentários  

Em política é suposto ganhar-se ou perder-se, de preferência com dignidade, o que não quer dizer que seja sempre assim. Às vezes não se resiste à tentativa absoluta de K.O., ao achincalhamento e à humilhação gratuita de quem, no momento, é visto como (o) adversário. É o que acontece na edição desta semana d' O Independente em relação a António Borges... Transforma-se acintosamente uma não notícia em tema de capa. Suspeito que o Dr. Borges não deverá achar grande piada à notícia (hilariantemente mal construída aliás) mas...

... que raio terá o homem, que até nem tem estado particularmente bem nos últimos tempos (a sua ligação à não candidatura da Dr. Ferreira Leite não foi das mais felizes, como o não foram algumas das companhias), para provocar tanto temor, raiva e despeito ?
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Publicado por Manuel 23:14:00 0 comentários