Pacheco Pereira, o oráculo, descobriu a pólvora.


Esta mulher já está na rua das suas funções ou não? O PGR sabia ou não que a sua porta-voz (a que transporta a voz) falava assim com um jornalista ou não? Porque se sabia, a porta é a mesma. E rápido.

Não interessa que o segredo de justiça não tenha sido violado
- e não foi - não interessa que o tom - porque Pacheco nem o teor cita - seja o mais normalíssimo possível, nada disso interessa porque Pacheco, o abrupto inquisidor, já julgou, já decidiu, já condenou.

É uma peninha não haver gravações dos offs antes e depois da gravação dos flashbacks, é uma peninha não haver gravações das conversas de Pacheco com jornalistas selecionados... Sim, porque nessas Pacheco só discutia Nieztche certamente. Pacheco vai-se transformando lentamente numa caricatura atroz daquilo que poderia ter sido, uma espécie de tele-evangelista americano em versão português suave. Pacheco aliás só existe na imprensa, na comunicação social, a sua presença na blogosfera é um equívoco, um mero altar donde chega mais depressa aos media mainstream, que é só isso que pretende.

Debater ? Discutir ? Isso não é para Pacheco, o Sábio, é para meros mortais. De quando em vez lá publica uma ou outra missiva selecionada de um ou outro leitor, mas debate isso nem pensar porque ele só debate com quem quer, grupo em que se inclui o espelho e pouco mais. Quisesse Pacheco agitar de facto águas e consciências e desde há muito que o Abrupto permitiria comentários aos seus posts...

Mas Pacheco não quer nada disso, desmascarava-o, fazia-o descer das nuvens onde julga estar afinal Pacheco só tem (cada vez menos) força nos bastidores porque os media vão papando os seus sound-bytes e vice-versa.


Pacheco é ironicamente em versão burlesca um dos melhores retratos daquilo, e do sistema, que critica, faz-me aliás lembrar um outro personagem da nossa praça, infinitamente mais refinado, um chamado José Narciso Cunha Rodrigues.


Publicado por Manuel 15:25:00  

22 Comments:

  1. zazie said...
    desculpa lá mas agora mesmo mandei um comentário sobre o assunto e também acho que tenha ou não violado o segredo de justiça essa conversa é de esquina de rua e não de uma porta voz do PGR. E devia ir para a rua, pois, que é o lugar certo para quem dá troco desses a um jornaleco qualquer.
    zazie said...
    e o JPP não decidiu nem condenou nem se referiu ao segredo de justiça! disse apenas o que qualquer pessoa de bom senso diria depois de ler essa parolice de conversa.
    zazie said...
    e essa ideia de que se tem de ter janelas de comentários é que é uma lei inquisitorial que não tolera que cada um faça como entender.
    Sinceramente, Manuel, acho que aqui perdeste toda a razão. E quem me parece ter dado sintomas de cegueira neste caso foste tu...

    E eu nunca alinhei nas cabalas nem nas conjuras contra o gato constipado. Mas há que saber distinguir as coisas. Neste caso a conversa, só por si, é a total descredibilização de quem ocupa esse lugar. A propria o disse...
    Manuel said...
    zazie,

    refine e aclare o seu conceito de "jornaleco qualquer", é que me parece que você não conhece muitos jornalistas, muito menos como elas se fazem, sabe...

    Defenfer como você na prática insinua que a PGR só deve "falar" com (presumo) Público e DN (e mesmo aí sabe Deus) mais a Bíblia e Expresso é uma boutade que se perdoa porque estamos em Agosto e faz muito sol...

    Quanto à forma que sugere ? o fim do contacto directo com a imprensa ? comunicados em catadupa ? black-out ? brieffing diário do PGR às 8 da noite?
    zazie said...
    na caixinha de comentários od Barnabé está lá um excerto mais completo:

    http://weblog.com.pt/MT/mt-comments.cgi?entry_id=142233
    zazie said...
    Manuel. Você anda mal habituado no trato com as pessoas. Tem tido sorte porque a ,maior parte encolhe os ombros e deixa-o a disparatar sozinho.
    Mas você sabe que eu não tenho o bom feito do AAA ou de muitos outros que o aturam. Por isso só lhe respondo: vá chatear sa sua prima que você não sabe quem eu sou nem quem eu conheço ou o que quer que seja a meu respeito para se armar aos cucos.
    E sim é um jornaleco qualquer! como você agora foi um comentardorzeco qualquer, seja lá quem for.
    E fique bem e dobre a língua sempre que tive a triste ideia de mandar vir comigo-
    josé said...
    O Procurador- Geral da República é apoiado no exercício das suas funções por um gabinete.
    O Gabinete do Procurador- Geral da República é constituído pelo chefe de Gabinete, por seis assessores e por dois secretários pessoais.

    Para além disso, há um
    Gabinete de Imprensa, na Procuradoria.

    A lei- DEc.Lei 333/99 de 20 de Agosto, comsultável no site da PGR, diz no artº 3º:
    "1 - É criado, no âmbito da Procuradoria- Geral da República e em ligação com o Gabinete do Procurador- Geral da República, um Gabinete de Imprensa.

    2 - Compete ao Gabinete de Imprensa:

    a) Exercer assessoria em matéria de comunicação social;

    b) Preparar colecções temáticas de estudos, relatórios e estatísticas que facilitem o exercício da actividade jornalística relativamente à justiça e, em especial, ao Ministério Público;

    c) Mediar instrumentos de acesso jornalístico à lei, à jurisprudência e à doutrina, incluindo o acesso ao direito estrangeiro e internacional e a sistemas judiciários comparados;

    d) Estudar e desenvolver formas de divulgação sistemática de informação sobre a actividade do Ministério Público, com observância da lei e de directivas superiores;

    e) Analisar o conteúdo dos títulos e seleccionar as notícias que interessem à actividade do Ministério Público e, em particular, ao exercício da acção penal;

    f) Proceder a estudos sobre linguagem jurídica e mediatização da justiça;

    g) Recolher e analisar informação relativa a tendências de opinião sobre a acção do Ministério Público e, em geral, da administração da justiça.

    3 - O Gabinete de Imprensa é constituído por pessoal do quadro dos Serviços de Apoio ou recrutado, em regime de destacamento, requisição, comissão de serviço ou contrato, nos termos da lei geral da função pública.

    4 - O Gabinete de Imprensa é constituído por um máximo de três elementos, de entre os quais um deve possuir formação na área da comunicação social. "


    A assessora de Imprensa Sara Pina, apanhada nas conversas gravadas certamente à sua revelia e agora dadas à estampa por esse bastião do jornalismo sério que é o Independente, falou com um jornalista do Correio da Manhã, como falou certamente com muitos outros: essa era a sua função, também, como ninguém negará. Ou então, para que serve um assessor de Imprensa? Para fazer recortes de jornais?!!

    É muito diferente e nem deve ser comparado o facto de o Salvado da PJ , enquanto director da dita, ter falado para o jornalista e ter dito o que disse ( e é saboroso...).
    A assessora de Imprensa da PGR, falou sobre o processo da Casa Pia num contexto que pode ou não ser considerado violação de segredo de justiça. Não sei e não me basta ler o que vem transcrito para o afirmar.

    Para o José Pacheco basta...
    Ora o José Pacheco não é bem um qualquer josé deste blog.

    O José Pacheco tem audiência na tv e nos jornais e ao anatematizar a Sara Pina como o fez, também não esconde o seu propósito último: a destituição de Souto Moura!
    É inequívoco.
    NUnca li ou ouvi uma palavra do Pacheco Pereira em relação às vítimas da Casa Pia ou das inúmeras responsabilidades políticas que al longo dos anos em que ele esteve noo poder, inserido em estruturas partidárias do partido do poder; como deputado, no início dos anos 90, etc...etc.
    Pacheco Pereira levou a sua vida - e muito bem - como político da área do poder. Só por isso foi para a Europa; só por isso foi para onde quis. Tudo bem.

    Contudo, agora tomou posição: está contra o PGR, por motivos que se desconhecem. Ou é por ignorância ou é por má-fé.
    PRefiro a primeira das hipóteses, porque não tem razão nas críticas que faz, neste caso e a priori.

    A questão é saber
    Anónimo said...
    A lei do segredo de justiça está errada, como se viu bem no caso Moderna/Negrão. Os jornalistas deviam ser responsabilizados pela divulgação de informações protegidas pelo segredo de justiça.

    Quanto ao Salvado e à Sara, basta confrontar estas transcrições (ilegais, também) - que não deverão ser desmentidas - com o que foi escrito no Correio da Manhã para ser óbvio que houve violações do segredo de justiça. (Aliás, esta promiscuidade alegre entre magistrados e a comunicação social, com fins não completamente claros para os primeiros, é repugnante.)

    JPP disse o óbvio, e também é óbvio q
    zazie said...
    olhe, e sabe qeu mais: meta a viola no saco e dê graças a Deus por ter um blogue tão bom com gente tão decente a participar nele.
    Anónimo said...
    ue seria impraticável gerir comentários no Abrupto. Só não percebe quem não quer perceber. Se está muito interessado, crie um blog só para debater os posts do JPP. É fácil, é barato, dará milhões?...
    Anónimo said...
    Os textos integrais estão em http://www.oindependente.pt/PDFS/especial.pdf
    Manuel said...
    zazie,

    Eu não escrevo para lhe agradar a si, ao Papa ou ao Bin Laden, e sou perfeitamente democrático trato toda a gente por igual, inclusive você...

    Não concorda ? Azar, está no seu direito...
    zazie said...
    Mas se quer definições eu faço-as.

    Um jornalista que, sem consentimento, grava conversas de outros não é só um jornaleco qualquer, é um indivíduo que ao divulgar esse conteúdo comete um crime que dá direito de prisão, como explicou o José

    Do mesmo modo um indivíduo que se refere a uma pessoa que não conhece nos temos em que você se referiu a mim não é um senhor, é um homenzinho qualquer.
    Anónimo said...
    O modo obsessivo como o Manuel insiste em defender o PGR e o seu séquito de colaboradores raia a irracionalidade. Então o Manuel, sempre tão zeloso na crítica ao comportamento menos correctos de titulares de cargos públicos, acha bem que a porta-voz do PGR tenha este tipo de diálogo com um jornalista do CM e sobre um assunto tão sensível como o Caso Pio?
    E se a informação dada ao jornalista é assim tão inócua porque é que a senhora impõe que não se faça qualquer referência à fonte, sob pena de "ser morta".
    Acha bem que haja este grau de promiscuidade entre um jornalista de um tablóide e uma assessora do PGR? E se esta conversa é conhecida, quantas fugas de informação deste género terão permanecido secretas?
    A GL só teria a ganhar em perder este papel de polícia e inquisidora de todos os que ousam criticar as incidências, muito infelizes de resto, do mandato de Souto Moura à frente da PGR.
    Manuel said...
    zazie,

    USE a cabeça.

    A fala com B no instante T. (B grava a conversa sem permissão de A)

    No instante T+n sabe-se que a conversa foi gravada por B e a transcrição parcial é divulgada.

    Na sua peregrina lógica A é culpada porque apesar de não saber que B gravava as conversas devia ter adivinhado e logo a conversa nunca devia ter ocorrido.

    Talvez o raciocino explanado acima lhe pareça perfeitamente racional mas deixe-me que lhe diga com o dev ido respeito que não, que de racional não tem rigorosamente nada.

    É muito fácil fazer prognósticos depois do jogo quando já se sabe (ou julga saber) tudo, só que a vida real não é assim...
    josé said...
    Repito:
    Ainda não sei se a Sara Pina violou qualquer norma legal a propósito do segredo de justiça. A priori, a mim, parece-me que não. Ao contrário de outros a quem se torna inequívoco que sim. É, se calhar, o velho problema de olhar para uma garrafa meio-cheia ou meio-vazia. Tudo depende da perspectiva mental.

    Porém, o que parece igualmente depender dessa perspectiva enviezada nos neurónios de cada um, é a apreciação crítica desse comportamento, querendo a todo o custo colá-lo ao procurador Souto Moura.

    De facto, nesta Loja, a defesa do PGR tem sido inequívoca. Quanto a mim, por um único e simples motivo: o PGR SOuto Moura ainda não meteu " a pta na poça" uma única vez, como outros já o fizeram vezes sem conta. É uma opinião, claro. Aliás, não incluo nesta análise o comportamento do PGR ao princípio, em que notoriamente se dislatou ou encolheu, falando algumas vezes sem dever fazè-lo e outras calando-se quando se impunha a voz activa.
    Apenas me cinjo ao comportamento posterior do PGR na condução da PGR, no que lhe está afecto e quanto ao processo da Casa Pia, em concreto.
    O PGR SOuto MOura não interferiu,parece-me,no desenrolar das investigações, mesmo quando alguns centralizados no bloco PSD/PS ( e noutras franjas) o exigiam e a todo o transe procuraram obter a sua intervenção para eventualmente parar o mar o a gigantesca tsunami que se anunciava e ainda não apareceu.

    Sabendo-o um magistrado do melhor que temos e jamais teremos, em princípios morais, profissionais e éticos, é nessa perspectiva que o temos vindo a defender aqui na Loja. Digo temos, porque sei que o Venerável Manuel comunga do mesmo entendimento.

    COntudo, a defesa que aqui se faz, contra algumas vozes que se deixam iludir por cantos de sereia e embarcam facilmente em ondas de facilitismo, é apenas o resultado de uma análise da situação e dos factos que vão surgindo.
    Não tenho missão de defensor de uma qualquer causa de fé. SObre o que me vai parecendo, escrevo.
    A manutenção ou saída do actual PGR, a mim, pessoalmente, nada me afectará. Assim, o meu interesse da sua defesa à outrance, é nulo. Parece-me que ele nem sequer saberá quem sou e assim prefiro que continue.

    Defenderei o PGR enquanto me parecer que deve ser defendido, pelo que faz e vai fazendo. Até agora, tem merecido a minha inteira confiança. Espero por isso que se mantenha no lugar, até ao fim da sua comissão de serviço. COm a certeza de que prestou um grande serviço ao país.

    Escrevo isto para que quem lê o que escrevo, possa perceber o contexto.
    zazie said...
    José, eu não me refero a violoação de segred ode justiça. Nem me pareceu que fosse essa a questão levantada pelo JPP. O que ele disse e com o qual concordo é que este tipo de conversas não podem ser travadas por certas pessoas. E a dita Sara Pina não se limitou a informar o que tinha a informar. Se fosse isso, tudo bem. O que ela se meteu a dizer foi nas dar a entender nas entrelinhas outras coisas, num tom confidencial, como se estivesse a dizer segredinhos a um amigo e que contava que ele fosse discreto pois se se sobuesse que o tinha dito era uma pessoa morta.
    Pode ser exagero, pode ser coloquialidade natural mas penso que não deveria existir este tipo de promiscuidade.

    Em relação a isto estou de acordo com o JPP. Se a ideia era acertar também no PGR não sei. Se houvesse fuga de informmação seria responsável, sem dúvida. E sobre isso não me sei pronunciar.

    Quanto ao exercício de QI do Manuel passo. Não deve ter reparado que em parte alguma eu afirmei que A é culpado por B a tramar. Já o Manuel achou muito meritório B, partindo possivlemente do princípio que e´trabalho de jornalista e não de jornaleiro.
    O que eu achei foi isso mesmo. A e B portaram-se mal no modo como fizerem o que era suposto ser trabalho.
    zazie said...
    e é verdade que este gosto por papaguear mais do que informar deu origem a que se especule em todas as direcções.
    A desmontagem que o José acabou de fazer nos post mais acima, mostrando que o que se disse já tinha vindo antes cá para fora é muito mais importante que qualquer tipo de combate ou defesa "clubística".
    De facto há demasiada poeira e facilmente se cai na esparrela quando se estava a leste de tudo isto.
    António Balbino Caldeira said...
    Notável, José! Como sempre, re-repito...
    António Balbino Caldeira said...
    Manuel

    Pacheco já foi. Um representante do sistema velho no mundo livre e novo da blogosfera. Pena, você ter-se enganado com a coincidência da circunstância Santânica...
    zazie said...
    ehehe, eu não me chateei, acredite. Reagi a quente porque o Manuel me provocou. É uma velha história, sempre andamos às turras e depois ele faz o truque baixo de diminuir o adversário. Admito que me piquei mas nada de especial. Já me estava a rir à segunda leitura do "não deve conhecer assim tantos jornalistas... " looooooolll
    mas gosto da GL e o Manuel tem um espírito aguerrido e de denúncia que é muito louvável. Gosto muito dos naquitos e pronto ":O)))
    Anónimo said...
    Este Manuel parece o Manelito de Quino na Mafalda: sacana, intriguista, cobarde, frustrado e canalha.

    Sob uma capa moralizadora e de integridade, que tem sempre o cuidade de auto-declarar que é sério e nada o move a não ser a verdade, contudo, não deixa de exibir qual o alvo do seu ódio.

    Este manelito da queijo é canalha. Ferro declarou numa conversa privada que estava a cagar para o segredo de Justiça. Esse é um facto. E Ferro violou o segredo de Justiça? Pelo que se sabe, e como as autoridades não tomaram nenhuma medida contra ele, Ferro NÃO violou o segredo de Justiça.

    Quem violou o segredo de Justiça foram, entre outros, o Correio da Manhã, a própria PGR com fugas do seu interior e Adelino Salvado. Aqui está nesta pocilga a identificação dos PORCOS, suínos de carácter. Mesmo que AS - como insinua a GLQL - apenas tivesse opinado sobre coisas que desconhecia, a sua intenção é clara. E isso é inadmissível a quem ocupa o cargo que AS ocupava. Há que ser sério, e AS não o é. Nunca foi.

    Ora, analisando o que tem escrito o manelito porcalhão, resta saber quais os seus interesses. Sim, porque já julgou e condenou Ferro, e menoriza actuações gravíssimas de orgãos do Estado. O que diz o manelito? Nada porque é autista... e cobarde.

    Duvidador.

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