Publicado por Manuel 21:42:00 1 comentários  



Nem tudo é assim tão mau...


...pois se Durão Barroso aproveitar o facto de ocupar a Presidência da Comissão Europeia para fazer pela Europa o mesmo que fez pelo país há uma forte hipótese de, dentro de pouco tempo, a Europa estar na cauda de Portugal.


Publicado por António Duarte 14:58:00 1 comentários  



«Quero dizer-vos»


Não deixo de ouvi, pois, com alguma indulgência que só a experiência concede, aqueles que não entendem que a leitura que faço dos poderes do atribuídos pela Constituição ao Presidente da República e o modo como exerço essas funções não estão sujeitos a flutuações conjunturais, pois assentam numa concepção duradoura, profunda e consistente que tenho do cargo e do seu papel no nosso sistema constitucional.

O País precisa de reformas, não necessita de crises políticas artificiais ou de conflitos institucionais.

Da minha parte, entendo que, na prossecução do interesse nacional e atento às grandes questões que afectam o presente e o futuro dos Portugueses, o Presidente da República deve ser um factor de união e mobilização, de referência nacional, de moderação e arbitragem; nunca um elemento acrescido de perturbação e instabilidade ou um fautor de clivagens, rupturas ou crises artificiais, não sustentadas no sentimento maioritário dos Portugueses.




Publicado por Carlos 14:23:00 1 comentários  



E tudo o vento levou...

Muito, mas mesmo muito se tem falado, sobre a verdadeira bomba que eclodiu no decorrer do Euro-2004. A princípio começou por ser um mero boato, desmentido convenientemente pelo próprio, mas com o passar do tempo, percebeu-se que não era apenas um boato e que tinha o seu que de fundamento. Durão Barroso primeiro-ministro de Portugal, futuro presidente da Comissão Europeia.

Se por um lado, percebo a alegria e o sentido de Estado de todo um certo PSD, por outro lado não posso deixar passar em claro, o facto de a ida de Durão para Bruxelas, trazer para Portugal consequências a montante e jusante. A começar pelo próprio governo, que nos diz respeito a todos, e ao PSD que diz respeito aos seus militantes.

Alguns quadrantes da nossa política, afirmam que tal será motivo de orgulho nacional, e que Portugal poderá beneficiar disso. Beneficiar como ? Um Presidente da Comissão Europeia, deverá manter a imparcialidade, de forma a gerir o equilíbrio nas discussões. O facto de termos um português à frente não é imediatamente garante de orgulho. Os franceses hoje não se orgulham de Jacques Santer à frente da Comissão Europeia. O facto de Durão ser PCE, apenas será prestigiante para o país se o seu trabalho à frente do mesmo o deixar com créditos suficientes para tal. Não é a pessoa que engrandece os actos mas sim os actos que engrandecem as pessoas e os cargos que elas representam. E isto ninguém sabe ainda. Mas se julgarmos os anos que Durão leva de primeiro-ministro, os problemas que teve em Portugal, rapidamente chegamos à conclusão que um mau primeiro-ministro poderá converter-se num indiferente presidente da comissão europeia. Polémico, porque alguma Europa não lhe perdoa a fotografia dos Açores. Pouco rigoroso, porque os países pequenos não lhe perdoam o seu aparente desvio na questão do PEC, e do seu cumprimento, ao defender os incumpridores. Tudo isto joga contra Durão Barroso no dia que assumir o cargo. Tudo isto e mais o facto de ter sempre defendido (?) Vitorino como o seu candidato.

A verdade é que por exemplo a Espanha, com Javier Solana bem colocado na corrida, rapidamente preferiu ter um comissário com peso do que este como candidato a Presidente da Comissão. E conseguiu hoje que o mesmo Solana fosse reconduzido na pasta.

O problema é mais grave ainda porque abandonando Durão o governo, ainda que por razões diferentes de Guterres, é um facto que abandonou, fica em Portugal um governo para formar.

E a agora a pergunta mais difícil de todas - Que legitimidade tem o PSD para escolher o governo? Bom todos sabemos que os governos não são sufragados, mas sim escolhidos por entre o partido mais votado. Mas com um resultado eleitoral fraco nas últimas eleições, uma mudança de executivo deveria ou não conduzir a eleições antecipadas?

Por um lado, sim. Legitimava-se nos portugueses a escolha de quem queriam como governo. Colocava-se nos partidos, em todos, a noção que os portugueses nas urnas poderiam ser mais exigentes que nunca. Eu por exemplo jamais votaria no PSD, sendo do PSD, com Santana Lopes como cabeça de lista. E as razões são simples, pois de Pedro Santana Lopes, não se lhe conhece uma obra que tenha começado e a tenha concluído. De finanças pouco ou nada percebe e tem um claro défice democrático na forma de fazer as coisas. Pode até dar um bom entertainer nos congressos do PSD, mas o país precisa de alguém que fale pouco e faça mais. E Santana Lopes, basta ver por Lisboa, pouco ou nada tem feito.

Por outro lado, não. E este não entenda-se resume-se à estabilidade política que o país precisa.

Mas, a verdadeira questão é se a situação da passagem administrativa de Santana Lopes para primeiro-ministro causa menos instabilidade do que a convocação de eleições antecipadas.

A mesma passagem de Santana Lopes a Primeiro-Ministro faz-me lembrar quando os alunos passam a uma cadeira na faculdade...

... as chamadas passagens administrativas; passam mas não percebem nada da matéria, e assim se contribui para o baixo nível educacional da política portuguesa.

Publicado por António Duarte 13:17:00 2 comentários  



oásis de lucidez


A função de presidente da Comissão Europeia não é mais importante do que a de primeiro-ministro de Portugal

João Salgueiro


Publicado por Manuel 13:03:00 0 comentários  



um pouco mais de azul...



Aya Kato, campaign girl for Japanese brewer Suntory, admires the world's first 'blue rose' developed by the company during a press conference in Tokyo. The company created the blue rose which has blue pigment by implanting the gene that leads to the synthesis of blue pigment from pansy.(AFP/Toru Yamanaka)


N.A. agora falta fazerem leite natural, de preferência gaseificado, e com sabor a Coca-Cola...

Publicado por Manuel 12:22:00 1 comentários  



pias questões...

Na sua edição de ontem o pasquim 24 Horas, o tal que tem na sua direcção um certo sobrinho de um dos nossos mais dilectos leitores, resolveu fazer mais uma capa sobre o caso pio. E fê-lo num exercício de revisionismo e demagogia absolutamente escabrosos, abaixo de todos os príncipios éticos e deontológicos que dev(er)iam reger a classe jornalistica.

A defesa do Pedroso alegou publica e repetidamente da impossibilidade de certas práticas que são imputadas ao deputado socialista serem "mecanicamente" impossíveis de terem sido realizadas pela razão pura e simples de que o mesmo usaria um aparelho nos dentes que impossibilitaria as mesmas. Nas alegaçãos presenmtes no recurso apresentado pelo Ministério Público tal alegação é inequivocamente desmontada, a par de muitas outras - como por exemplo a da "falta" de memória das vítimas que, não tendo retrovisor, ainda assim a tinham bem melhor que a da ex-esposa do acusado que só se lembrava de um único sinal que (agora) já não existe... - ora que faz o 24 Horas ?

Bem, faz capa informndo a humanidade que a equipa capitaneada por João Guerra tinha explicado - no dito recurso - à juiza como se pratica "sexo oral". O pequeno detalhe de a inócua "explicação" arrasar por completo quer a tíbia argumentação da juíza quer os mirabolantes argumentos da defesa é uma minuência que pouco importou ao 24 explicar...

Na passada sexta-feira, José Manuel Fernandes, director em exercício do Público, espantava-se com as discrepâncias de algumas decisões, em instâncias diferentes, sobre casos que envolvem invariavelmente gente poderosa e influente nomeadamente o caso pio e o Caso Moderna. A certo ponto proclama mmesmo urbi et orbi...


Mas não é natural a sucessão de tantas contradições, pelo que é necessário dizer alto o que muitos dizem baixo: há demasiada incompetência e uma quase total falta de controlo de qualidade

Presume-se que o ainda director do Público deva ter dado uma olhada ao já citado recurso do MP de que o Público publicou aliás tímidos extractos, presume-se até que José Manuel Fernandes concorde com a tese defendida no Glória Fácil, um destes dias por João Pedro Henriques que clraividentemente escrevia ...

Um dia destes – depois do jogo com a Rússia, antes do jogo com a Espanha – a “esmagadora maioria” (TSF dixit) dos jornalistas portugueses que acompanham a selecção decidiu autografar uma camisola da equipa e oferecê-la a Scolari. Um gesto (televisionado, fotografado, em suma, noticiado, portanto público) que o próprio muito apreciou, evidentemente.

Discordei e discordo. A minha opinião é certamente, irrelevante – e, por isso mesmo, não me custa nada emiti-la. Tinha-a prometido, ei-la.

1. Este tipo de iniciativas permite pôr em causa, muito legitimamente, o distanciamento crítico dos jornalistas face ao seleccionador. Nem eu nem ninguém no universo dos consumidores de informações quer isto, suponho. Os jornalistas não fazem parte da selecção. Estão de fora e é aí que devem estar. A credibilidade do trabalho jornalístico passa também por cuidar da aparência dessa credibilidade – e não só do seu conteúdo. A história da mulher de César também se nos aplica.

2. Serei eu pela manutenção de uma relação de hostilidade permanente entre os jornalistas e os seus interlocutores? Não sou. Acho até contraproducente, na maior parte dos casos. Mas entre isto (a hostilidade) e o que se passou (a aparência de um excesso de companheirismo) há um ponto de equilíbrio, que me parece ter sido ultrapassado.

3. Por mais difícil que seja, os jornalistas não têm de se associar ao fervor nacional que rodeia a selecção. Retratam esse fervor – não fazem parte dele, pelo menos enquanto desempenham funções profissionais de cobertura das actividades da selecção (o que era o caso). Admito que seja mais confortável ir com a maré. Que até dê mais audiências. Mas isso já está para lá do jornalismo. Já só é “infotainment”. É nisso que se transformaram os relatos de rádio, por exemplo (o que não é de hoje, muito pelo contrário). Mas convém que o exemplo não se alastre aos outros “media”. Chegado aqui, deixem-me perguntar: teria a oferta sido feita se Scolari tivesse na mó de baixo? Resposta: Sei apenas que não foi.

4. Um gesto destes tem outro problema: uma manobra de grupo desta dimensão torna os jornalistas menos independentes não só em relação ao visado (Scolari) como, sobretudo, em relação uns aos outros. Ou seja, dilui a concorrência “inter pares”, que é uma das melhores garantias da qualidade do jornalismo. Além do mais, coloca na posição de ostracizados (maus da fita, ovelhas negras, o que se queira) os que decidiram, com todo a legitimidade, não alinhar. É injusto.

5. Enfim, numa palavra: não havia necessidade.

João Pedro Henriques falava da seleção, mas não se aplicará tudo o que ele escreveu à cobertura militante, e quase sempre parcial, tendenciosa e unilateralista do Público ao caso casa Pia ?

Qual foi afinal o destaque dado pelo Público às alegações do MP quando comparado com os rios de dislates e absolutos fretes - porque não há outro nome - de António Arnaldo Mesquita aos seus "amigos" ? Onde esteve da parte do Público o exercício ao contraditório ? Será que José Manuel Fernandes não se lembra de algumas das prosas que assinou e doutras que abalizou?

Por uma questão de coerência José Manuel Fernandes devia era pedir desculpa aos seus leitores e - enquanto ainda é director - despachar o Mesquita para a crítica cinematográfica, aí pelo menos todos saberiamos que falaria só e apenas de fição.

A indignação de Fernandes para o facto de haver "opiniões para tudo" no sistema judicial português tem ainda uma outra pitada de ironia - é que essas opiniões "alternativas" só tem espaço para respirar porque a comunicação social - como o Público - pura e simplesmente não cumpre o seu papel. Cumprisse e haveria certamente menos desplante para certas tomadas de posição...

Ainda sobre a Casa Pia uma nota sobre Ferro Rodrigues - a criatura só não terá acusada pela única e exclusiva razão de que os crimes perpretados de que seria (co-)autor já teriam prescrito. Será que ninguém no PS percebe a gravidade disto ? Será que não percebem que Ferro será sempre uma marioneta telecomandada por terceiros, quiçá até potências estrangeiras ? Ou é precisamente por Ferro não mais poder passar de uma marioneta nas mãos de terceiros, que subitamente já todos os apoiam no seio do PS para PM ? Ressalva-se a sobriedade, já demonstrada aquando do caso Pedroso, de José Lamego...

Publicado por Manuel 11:25:00 3 comentários  



"Cabeças Decepadas"


Li num blog, que não cito mas toda a gente sabe qual seja, que o Ministério Público estava sem cabeça e que as melhores preparadas "ascendiam" ao STJ.

Já ouvi na posse de um juiz conselheiro que fora magistrado do Ministério Público que, efectivamente, se "ascendia ao STJ".

Li num semanário, não há muito, um cronista, que não percebia nada do assunto, afirmar, com ares de entendido e ameaçador, que era preciso, ou quem, metia o Ministério Público na ordem.

Li no mesmo semanário que o Ministério Público não sabia o que fazer aos seus membros que deambulam pelo futebol e que, com certeza, até nem seria ilegal, lá estarem, desde que...as remunerações fossem simbólicas.

Li noutro jornal, de modo aprofundado, um professor universitário, a dizer que a presença dos magistrados no futebol, em termos remunerados (as tais senhas de presença) era coisa inaceitável.

Li ainda noutro jornal um cronista injuriar publicamente, e da forma, mais iníqua, o PGR.

Li noutro texto que o Ministério Público se afirmou sobretudo nos anos oitenta pela qualidade dos seus magistrados, "pela magnífica preparação de muitos dos seus agentes"

Li noutro texto que o Ministério Público estava aí para defender as liberdades fundamentais, as garantias dos cidadãos, inclusive a liberdade de expressão, de crítica, de opinião, opondo-se aos ditos delitos de opinião.

Li noutro jornal um procurador-geral da República afirmar que "...a palavra é um instrumento que deve ser utilizada pelos magistrados e que ninguém nos pode recusar a palavra..."

Li no Livro da Vida que, no fim do ano, estamos cansados. De tudo.

Li nos jornais que o primeiro ministro arranjou um tacho no exterior e abandonou o país que jurou salvar da tanga e que iria até ao fim do seu mandato.

Li nos jornais que o futebol nos vai salvar de tudo. Se se ganhar, ficamos sem desempregados, a bendita retoma retoma-se, os pensionistas passam a receber pensões dignas e os funcionários públicos vão ser aumentados uns cêntimos nos vencimentos congelados.

Li no tal Livro da Vida que tanto se me dá como se me dê. Quer haja cabeças ou não haja, quer se perca ou se ganhe no futebol, que haja primeiro ministro ou não haja. O que é que isso tem a ver com o nosso quotidiano de cidadãos chamados a cumprir o "dever cívico" de votar em quem nos desgoverna em todos os sectores?

Alberto Pinto Nogueira


Publicado por josé 10:38:00 0 comentários  



"Azuis os montes"


Azuis os montes que estão longe param.
De eles a mim o vário campo ao vento, à brisa,
Ou verde ou amarelo ou variegado,
Ondula incertamente.
Débil como uma haste de papoila
Me suporta o momento. Nada quero.
Que pesa o escrúpulo do pensamento
Na balança da vida?
Como os campos, e vário, e como eles,
Exterior a mim, me entrego, filho
Ignorado do Caos e da Noite
Às férias em que existo.

Ricardo Reis



Publicado por Manuel 23:40:00 0 comentários  



A newborn Caribbean flamingo chick sticks its head out of its mother's plumage Monday, June 28, 2004, at the San Diego Zoo. The San Diego Zoo is celebrating the birth of several flamingos, marking the first hatching in several years. The Zoo's flamingo lagoon recently underwent a major renovation thanks to a donation from Audrey Geisel and the Dr. Seuss Foundation. In honor of Geisel's support, the zoo has named the first-born flamingo chick 'Audrey.' (AP Photo/San Diego Zoo, Ken Bohn)


Publicado por Manuel 21:23:00 0 comentários  



todos diferentes, todos iguais ?

No PS, exceptuando Lamego, ninguém quer Congresso; O prazo de validade de Ferro que acabava em Outubro, prolonga-se assim indeterminadamente (é tão imoral como a ascensão eventual a PM do Lopes pela porta do cavalo) . Isto não é muito diferente do que leva o aparelho laranja a querer entronar à viva força Santana. O raciocínio é aliás rigorosamente o mesmo.

A diferença é que se no PS há uma mera voz dissonante no PSD há já várias das bases às cúpulas... E nesse detalhe vai uma grande diferença.

Entretanto
dia sim, dia sim, lá parecem fontes anónimas, do santanismo profundo, a tentarem açaimar António Borges. Que Diabo, tanto temor porquê ?



Publicado por Manuel 18:38:00 1 comentários  



imperdível...



... não ouvir Jacinto Lucas Pires à TSF

Publicado por Manuel 15:59:00 0 comentários  



Jorge Sampaio já decidiu



Publicado por Carlos 15:15:00 1 comentários  



e a fuga está consumada...



Publicado por Manuel 12:50:00 1 comentários  



"Supreme Court" arrasa justiça "Cuba Libre" de Bush: detidos em Guantanamo podem recorrer aos tribunais dos EUA.

Como se esperava, o Supreme Court acaba de decidir, por confortável maioria (6-3) que os tribunais federais dos EUA têm jurisdição sobre os casos dos alegados terroristas detidos na base de Guantanamo (Cuba).

Numa decisão histórica para a afirmação do primado do Estado de Direito, o Supreme Court, sem julgar, para já, do mérito de qualquer dos casos, veio afirmar que beneficiam daquela jurisdição os cidadãos estrangeiros, detidos num território estrangeiro sob controlo do governo federal norte-americano, ainda que este não detenha soberania sobre o referido território.

Esta decisão arrasa os argumentos da administração Bush que procuravam colocar os detidos em Guantanamo num verdadeiro “limbo” jurídico e judiciário, à revelia do direito internacional e da Constituição dos EUA e sem possibilidade de controlo jurisdicional independente e imparcial das detenções e subsequentes “processos”.

Contrariando esta perigosa deriva securitária e totalitária, a decisão agora proferida engrandece a justiça e a democracia norte-americanas, reafirmando que a luta contra o terrorismo internacional pode e deve ser feita dentro da legalidade internacional e com observância dos princípios do Estado de Direito, sob pena da destruição dos valores pelos quais alegadamente estamos a lutar.

Com a devida vénia, transcrevem-se extractos da notícia hoje publicada pelo The Washington Times...


Guantanamo prisoners have access to court

Washington, DC, Jun. 28 (UPI) -- The U.S. Supreme Court ruled 6-3 Monday that U.S. courts have jurisdiction over terror suspects being held at the U.S. base in Guantanamo Bay, Cuba.
The ruling is a major blow to the Bush administration, which said the prisoners were beyond the reach of the courts.
(…)
A U.S. appeals court ruled the courts do not have jurisdiction of the detainees, but the Supreme Court reversed.
The high-court majority said the federal courts' jurisdiction extends to aliens being held in foreign territory controlled by the United States, even if this country does not have "ultimate sovereignty."
The Supreme Court did not rule on the merits of the detainees' cases, only that they have the right to bring them to court.


Aditamento (2004-06-29): Ver aqui a decisão proferida no caso Rasul v. Bush.

Publicado por Gomez 19:02:00 0 comentários  



elucidativo...

já toda a gente percebeu que qualquer solução para sair da pocilga em que Barroso deixou cair a situação política actual terá que passar impreterivelmente pelo PSD (reinventado claro está).

O triste espectáculo, para e arranca, dado pelo PS (quer por Ferro quer por Sócrates e onde só se salva o quixotesco e liliputeano Lamego) nos últimos dias e horas é a todos os títulos lamentável...

Publicado por Manuel 18:14:00 0 comentários  



sinais...



a malta Acidental está a perder a compostura, mais do que o habitual, e a aparentar sinais de manifesto e evidente nervosismo. Isso é bom, muito bom...

Publicado por Manuel 16:48:00 2 comentários  



A receita... ou o regresso ao primado das ideias.

José Manuel Durão Barroso poderá ainda ganhar a Europa (!?) mas já perdeu definitivamente o País.

Não há discurso, lágrima ao canto do olho, apelo ao orgulho nacional que permita esconder o que já é óbvio - Barroso vendeu tudo e todos em função única e exclusiva dos seus interesses pessoais. Talvez no fundo ainda sinta um certo orgulho por depois dele ocorrer o caos, um certo gozo por o poder que "entregou" ao Santana lhe poder vir a escapar mas o facto incontornável é que Barroso se portou como um escroque - um burlão de esquina.

Mas as coisas são o que são e o que conta agora é o futuro. O nosso futuro colectivo e não o futuro de meia dúzia de ilustres pilha-galinhas que já se anteveêm com o Rei na barriga, pense o que pensar o país, façam o mal que fizerem à Democracia e às contas públicas.

Já comparam Santana a Berlusconni mas não há mais errada comparação...

Santana é o nosso Hugo Chavez, o nosso demagogo iluminado de serviço, o nosso populista residente. Substimá-lo como o faz algum PS, e algum PSD, na premissa do day-after e do quanto pior melhor é um erro de proporções históricas. Porque não é por as linhas férreas precisarem de uma reforma que se vai deixar alegremente descarrilar um comboio - um comboio onde estamos todos nós ...

Abominar Santana não significa que automaticamente que toda a gente que não se revê na criatura seja automaticamente recomendável...

...por uma vez, o País, e o PSD em particular, não se devem perder a discutir nomes, indices de reconhecimento popular, resultados de sondagens... O país e o PSD não podem perder uma oportunidade única de discutir tudo! Mas mesmo tudo.

Em vez de um nome apenas, uma equipa, um líder, um projecto, uma visão! Para explicar claro aos portugueses que não se conserta este país com falinhas mansas, sem sacríficios e com espectáculos de circo megalómanos. Para dizer que serão precisos verdadeiros sacríficios - alguns duros - mas que o resultado compensará. Para dizer que nada se consegue sem trabalho, que não há receitas nem mezinhas milagrosas... E depois eleições!

Eu sou daqueles que acreditam que os portugueses se colocados entre uma boa (e bem explicada) opção e uma má opção escolherão a melhor opção.

Digam o que disserem as sondagens, os gurús da imagem, os que dizem que não se deve falar claro, muito menos dizer a verdade.

Publicado por Manuel 15:54:00 4 comentários  



Um Português...


Deux valises en carton sur la terre de France
Un Portugais vient de quitter son Portugal
Comme tant d'autres il est venu tenter sa chance
Le Portugais qui a quitté son Portugal
Ici le soir parmi tous ses amis
Il cherche un peu d'espoir
Tandis qu'ils font le cercle autour de lui
Il joue sur sa guitare
Il chante des fados des airs traditionnels
Le Portugais qui a quitté son Portugal
Sous les toits il entend la pluie tomber du ciel
Il fait si beau chez lui dans son pays natal
Là-bas une fille l'attend depuis des mois
Chaque soir elle lui écrit
Pour elle jamais au monde il n'y aura



Personne d'autre que lui
Deux valises en carton sur la terre de France
Un Prince s'éloigne dans le brouillard matinal
C'est à la fille qui l'attend là-bas qu'il pense
Ce Portugais qui rentre enfin au Portugal
Ce Portugais qui rentre enfin au Portugal
la la la la ...

Linda de Suza


Publicado por Carlos 14:38:00 1 comentários  



Nova corrida; nova viagem!

Este político envergonhado,lembrou-se agora que estamos “acediados” pela anomia!

Depois de anos e anos, a assistir ao derrame do prestígio que a política ainda contém, ensacando o crude viscoso com colheres de sobremesa nas intervenções na TSF, ocorreu-lhe, abruptamente, clamar pela hora da virtude e denunciar a obscenidade do espectáculo do mal!

E que mal será este que não é nomeado?

A gente interroga-se e finca-se numa ideia: o que transparece da governação e dos caminhos que aí levam.

Já se recupera Sá Carneiro
, e os ensinamentos apócrifos, para levantar a ideia de Portugal, acima do partido e até da democracia. E ainda bem. Mas sabe a rebate de última hora, depois das corridas e viagens. E desta vez corre o risco de perder o combóio, pois está longe e anunciou retiro na sinecura.

Pode dizer-se que mais vale tarde do que nunca; porém, a escrita na água de JPP deixa entrever o fundo lodoso de um pântano nunca drenado.

Quando Guterres saiu, escreveu-se que fugia de um pântano, porque assim caracterizara a cena política em que então se via protagonista. Na verdade, nem se sabe a que pântano se referia e por isso se especulou durante estes anos. Se ele ao menos tivesse nomeado o pântano...ficaríamos a saber melhor as coordenadas das águas pestilentas e a proximidade de areias movediças. Mas não disse. Recolheu a Penates e por lá ficou a remoer os meses, sem tugir ou mugir.

Com estes governantes, um novo estilo se anunciou: neste Portugal de marinheiros, começaram por denunciar os anteriores contra-mestres da barcaça, como incompetentes e esbanjadores e ao navegarem à vista, esquecerem os grandes rumos.

Para se abastecerem de víveres para nova corrida, nova viagem, e evitar o pântano, cortaram na soldada dos marujos e grumetes, aumentando porém a dos intendentes, com promessas aos oficiais. O resultado está à vista: desmoralização do pessoal que puxa o barco. E piratas à vista!

Se ainda, ao menos, os actuais contra-mestres tivessem bússola ou sextante afinado, e mostrassem o rumo certo, talvez pudessem navegar à bolina. Assim, olham para a bola! Ora bolas!

Publicado por josé 12:20:00 1 comentários  



Especial Euro 2004 (XXII)

A República Checa reforçou a sua liderança do Ranking Grande Loja, ao merecer um 19 no encontro com a Dinamarca.

Os checos exibem agora uma média de 18,25, decorrente de um 16, um 18, um 17 e um 19, para além de uma bonificação de 0.50 e outra de 0.25.

A Dinamarca baixou para o sétimo posto, sendo penalizada pelo 14, nota que se situa abaixo da média que os nórdicos haviam mantido até agora.

Ranking GRANDE LOJA:

1.º República Checa - 18,25
2.º Suécia - 17,50
3.º Holanda - 17,25
4.º Inglaterra - 17,25
5.ª Portugal - 17,00
6.ª Grécia - 16,25
7.ª Dinamarca - 16,00
8.ª França - 16,00

9.ª Itália - 16,00
10.ªEspanha - 15,33
11.ªAlemanha - 15,00
12.ªCroácia - 14,33
13.ªRússia - 14,00
14.ºLetónia - 13,67
15.ªSuiça - 12,67
16.ªBulgária - 12,67

Publicado por André 03:55:00 0 comentários  



e o delírio continua...

... aqui, enquanto depois de Marques Mendes, e no Público mais logo, Manuela Ferreira Leite também se demarca, sem ambigiudades, da farsa. Entretanto Paulo Teixeira Pinto ensandeceu de vez pondo porventura a mercearia à frente do País mas enfim...

Entretanto, já fora do caixão, Pacheco voltou à forma de antigamente; Bem vindo de Volta!

Publicado por Manuel 23:36:00 1 comentários  



Especial Euro 2004 (XXI)

Poder checo nas meias finais...

A República Checa confirmou favoritismo e bateu a Dinamarca por um claro 3-0. O conjunto de Brueckner voltou a fazer uma exibição poderosa e mostrou ser, neste momento, o principal candidato ao título.



O resultado é um pouco enganador, uma vez que os dinamarqueses fizeram uma boa primeira parte. Mas na hora da verdade, esta equipa nórdica - que se destacava como uma das que melhor futebol estava a praticar - baqueou perante uma República Checa simplesmente mortífera.

Nedved, Poborsky, Koller e, sobretudo, Milan Baros fizeram mais uma demonstração de força colectiva. Baros é já o melhor marcador do Euro, com cinco golos, e marcou em todas as partidas em que participou (está a um jogo de igualar o recorde histórico de Platini).

Os checos fizeram um jogo quase perfeito: cilindraram o adversário no momento decisivo e maravilharam os espectadores com uma segunda parte de luxo. Merecem, por isso, o primeiro 19 deste Euro. A Dinamarca fica-se por um 14.

Publicado por André 22:42:00 0 comentários  



uma questão de memória...

Em tempos Pedro Santana Lopes foi um grande defensor da implementação de eleições directas no seio do PSD, único método que segundo ele daria legitimidade real ao líder eleito.

Hoje, agora, impõe-se perguntar - se ocorressem directas, no PSD, ou no País teria Santana alguma hipótese ?

Todos sabemos a resposta... Mas com o apoio dos Mexias, Ricardos Salgados e Vaz Guedes deste mundo que interessa a coerência ? Que interessa que até sindicatos e "pequenos" patrões estejam unidos em uníssono contra?...



Uma última nota de elogio para Luís Marques Mendes, a única voz verdadeiramente lúcida que até hoje se fez ouvir no topo do PSD... (almas a tentarem sair de caixões onde se meteram voluntaria e conscientemente não contam neste ranking)

Publicado por Manuel 18:04:00 0 comentários  



(mais) um detalhe...

A notícia quase que passa desapercebida no meio do turbilhão voraz do golpe de estado em curso mas não é de somenos importância. Pela pena do duo dinâmico Carlos Tomás/Tânia Laranjo, que por uma vez fizeram serviço público, pode ler-se hoje no JN...


A Polícia Judiciária alertou a Procuradoria-Geral da República para o facto de não existirem provas suficientes para proceder às detenções do apresentador de televisão Carlos Cruz e do médico Ferreira Dinis. Num documento entregue na secretaria da Procuradoria-Geral, logo após as prisões dos dois arguidos do processo de pedofilia na Casa Pia, Adelino Salvado avisou Souto de Moura para a fragilidade dos indícios existentes.

Antes das detenções, num relatório feito por Artur Pereira, director da Directoria de Lisboa da PJ, que tutelou, no início, a investigação - foi ele que interrogou, por exemplo, Teresa Costa Macedo, antiga secretária de Estado da Família, Felícia Cabrita, Pedro Namora e o alegado braço-direito de Carlos Silvino -, o próprio Adelino Salvado foi informado do ponto da situação da investigação e ficou a saber que nem sequer se tinham comprovado os suspostos contactos entre os arguidos.

Sem elementos de relevo

"Pese embora o facto de, antes das detenções, terem sido interceptadas linhas telefónicas respeitantes a pelo menos dois dos arguidos (Carlos Cruz e João Dinis), não foi colhido - tanto quanto nos foi informado pela coordenadora Rosa Mota - qualquer elemento de relevo. Por outro lado, e segundo a mesma fonte - a coordenadora -, eram desconhecidos alguns elementos essenciais e básicos em qualquer investigação e, nomeadamente nos autos em causa, como sejam as localizações das residências onde os abusos terão sido cometidos, as identificações dos seus proprietários ou locatários, a existência de relações interpessoais comprovadas entre os arguidos, a falta de realização (mormente aquando das detenções de Carlos Cruz, Ferreira Dinis e Hugo Marçal) de buscas domiciliárias e em escritórios dos visados, a recolha e tratamento da facturação dos seus telemóveis e análise dos próprios telemóveis", escreveu Artur Pereira no relatório que enviou ao seu responsável máximo.

Com base nessa informação, Adelino Salvado redigiu um segundo documento que mandou entregar na Procuradoria-Geral da República. E a conclusão da missiva é elucidativa: "Tudo visto e em resumo, afigurasse-se legítimo enformar as seguintes conclusões: desde o início sempre foi intenção do sr. procurador (João Guerra, procurador-adjunto do Ministério Público que dirigiu as investigações do processo de pedofilia na Casa Pia) afastar qualquer intervenção hierárquica da PJ e, aparentemente, também do Ministério Público, na investigação a decorrer."

E o director nacional da PJ vai mais longe: "Assim, reafirmando o desconhecimento sobre os termos em que evoluiu a investigação, será de manifestar a máxima inquietação pela forma como a mesma se encontra a ser conduzida, nomeadamente em sede de fundamentação probatória, tanto em relação aos arguidos detidos (na altura em que esta carta foi enviada a Souto Moura apenas Carlos Cruz e Ferreira Dinis), como a outros indivíduos, já mencionados nos autos."


Resumindo - à margem da Constituição, à margem da Lei, fica-se de viva voz a saber - outra vez - que temos hoje uma Polícia Judiciária que faz tudo sozinha - investiga, julga e arquiva sem dar contas a ninguém. Ser dar contas, i.e. excepto claro à vernerável irmandade...

Até quando, Senhor, até quando ?

Publicado por Manuel 16:48:00 1 comentários  



pobre europa...

José Luís Arnaut será o chefe de gabinete de Durão Barroso na Comissão Europeia...

Publicado por Manuel 15:59:00 1 comentários  



o retatro possível de um certo país...



Publicado por Manuel 14:38:00 0 comentários  



"O charlatão"


Numa rua de má fama
faz negócio um charlatão
vende perfumes de lama
anéis d'ouro a um tostão
enriquece o charlatão

No beco mal afamado
as mulheres não têm marido
um está preso, outro é soldado
um está morto e outro f'rido
e outro em França anda perdido

É entrar, senhorias
a ver o que cá se lavra
sete ratos, três enguias
uma cabra abracadabra

Na ruela de má fama
o charlatão vive à larga
chegam-lhe toda a semana
em camionetas de carga
rezas doces, paga amarga

No beco dos mal-fadados
os catraios passam fome
têm os dentes enterrados
no pão que ninguém mais come
os catraios passam fome

(É entrar,...)

Na travessa dos defuntos
charlatões e charlatonas
discutem dos seus assuntos
repartem-s'em quatro zonas
instalados em poltronas

Pr'á rua saem toupeiras
entra o frio nos buracos
dorme a gente nas soleiras
das casas feitas em cacos
em troca d'alguns patacos

(É entrar,...)

Entre a rua e o país
vai o passo dum anão
vai o rei que ninguém quis
vai o tiro dum canhão
e o trono é do charlatão

(É entrar,...)

É entrar, senhorias
É entrar, senhorias
É entrar, senho...

Sérgio Godinho (c/ música de José Mario Branco), “Os Sobreviventes”, 1971.


Publicado por Gomez 11:18:00 1 comentários  



Ferro, Sócrates, Marcelo ou Santana serão o melhor que o sistema tem para dar ao país?...



Publicado por Manuel 02:54:00 0 comentários  



Especial Euro 2004 (XX)

O 17 atribuído a Holanda e Suécia mantém os escandinavos no segundo posto, com a mesma média da líder República Checa. No entanto, a eliminação da Suécia nos quartos-de-final poderá ter comprometido as suas aspirações de vitória no Ranking Grande Loja, dado que os quatro jogos que faltam trarão, certamente, boas notas e mais bonificações.

A Suécia termina a sua prestação com excelentes notas em todos os jogos: 18+17+16+17, com a bonificação de 0.50 por ter vencido o grupo C.

Os holandeses é que subiram do quinto para o terceiro posto, passando a ter uma bela média de 17,25 (16+17+17+17 com duas bonificações de 0.25). Esta subida custou a perda de um posto para Portugal, que baixou do quarto para o quinto lugar. Pode ser que na quarta à noite consigamos entrar, finalmente, nos três primeiros...

Ranking GRANDE LOJA:

1.º República Checa - 17,50
2.º Suécia - 17,50
3.º Holanda - 17,25
4.º Inglaterra - 17,25
5.ª Portugal - 17,00
6.ª Dinamarca - 16,58
7.ª Grécia - 16,25
8.ª França - 16,00

9.ª Itália - 16,00
10.ªEspanha - 15,33
11.ªAlemanha - 15,00
12.ªCroácia - 14,33
13.ªRússia - 14,00
14.ºLetónia - 13,67
15.ªSuiça - 12,67
16.ªBulgária - 12,67

Publicado por André 01:34:00 0 comentários  



Especial Euro 2004 (XIX)

É a Holanda!

Já é conhecido o nosso adversário para a meia-final de quarta à noite (19.45 horas, em Alvalade): chama-se Holanda.

Depois de um jogo disputado até à última gota de suor, a laranja foi mais feliz e derrotou a Suécia nas grandes penalidades.



Mesmo sem golos, foi um belo jogo: com períodos alternados de domínio, sendo que qualquer cenário teria sido aceitável. A Suécia acabou o prolongamento ao ataque e com duas bolas na trave, mas foi penalizado pela estratégia excessivamente calculista que adoptou durante os 90 minutos.

A Holanda procurou mais o risco, foi mais ofensiva, embora tenha denotado, em vários aspectos, algumas fragilidades que Portugal poderá conseguir explorar.

Temia mais a Suécia, muito fria e organizada, mas também é verdade que a Holanda apresenta melhores argumentos ofensivos. Será a Holanda e a ideia forte a reter é que é mesmo possível chegar à final.

Para passarmos, teremos que ser, no mínimo, tão brilhantes como fomos com a Inglaterra. Menos do que isso pode não chegar.

Na despedida sueca e na festa holandesa, ambos merecem um 17

Publicado por André 22:21:00 0 comentários  



A hora da Verdade ou um polígrafo avariado...

actualizado às 23.30

As últimas horas tem-se revelado verdadeiros testes à capacidade, vulgo estômago, de cada um, sobretudo daqueles que ainda acreditam que todas as notícias vindas a público não podem passar de polígrafos avariados.

Assim, é mentira que para Ministro da Justiça tenha sido convidado o advogado de Paulo Portas no caso Moderna, ex-bastonário da Ordem dos Advogados, Pires de Lima. Também é mentira que tal solução tenha sido encontrada depois de a solução Fernando Negrão ter sido "vetada" (!) por Adelino Salvado que se terá recusado a ser chefiado por um juíz de primeira instância. É ainda mais mentira que por causa das mentiras anteriores Negrão vá afinal para a Administração Interna.

É igualmente mentira que para Ministro das Finanças, tenha sido convidado Miguel Cadilhe o qual ainda ambiciona acumular o cargo com a pasta da Economia, mas não digam nada ao Mexia porque é mentira....

É igualmente mentira que, durante do dia hoje, António Capucho tenha sido convidado por Pedro Santana Lopes para assumir a pasta dos Assuntos Parlamentares e tenha recusado..

Publicado por António Duarte 21:36:00 0 comentários  



acerca da farsa...

Pedro Santana Lopes pode ter toda a legitimidade formal deste mundo para poder ser nomeado Primeiro-Ministro por Jorge Sampaio. Não tem pinga de legitimidade política e moral. Ponto final e parágrafo.

O único cenário credível e plausível é a ocorrência de eleições antecipadas. Não é um problema de saber se constitucionalmente Santana pode ou não subir ao poleiro - como alguns querem fazer crer - porque de facto pode. O problema é que Barroso não morreu, fugiu apenas, e ninguém pode dizer, dê as voltas quer der, que votou em Santana para Primeiro Ministro.

A única solução credível é a marcação de eleições antecipadas e a ocorrência a curto prazo de Congressos extraordinários quer no PS (a mera hipótese de Ferro - o tal que só não foi indiciado por práticas pedófilas por o prazo de dedução de acusação às mesmas ter prescrito - poder vir a ser PM provoca vómitos) quer no PSD, tudo o resto é uma mera farsa.



Face à monumental chico-espertice de Durão, percebe-se o dilema de Sampaio, finalmente faz-se luz sobre a ida de Santana ao beija-mão à Maçonaria (linda "Democracia" esta que temos...) mas ... Portugal não são apenas estes "senhores".

Um Governo liderado por Portas, com Portas a MNE, Mexia na Economia, Rui Gomes da Silva na Defesa, o PP na Administração Interna e por aí fora é uma visão do inferno.

Não vale a pena perorar muito sobre como se chegou a isto porque se chegou; cinismo de uns, calculismo de outros, o facto é que as coisas são como são.

Resta saber quanto tempo vai passar até que alguns percebam que não podem ser por silêncio, conforto ou omissão cúmplices objectivos de uma farsa.

Publicado por Manuel 17:16:00 1 comentários  



Só para aguçar o apetite...

... Sabiam que sempre que o europeu se realizou num ano terminado em '4', a equipa da casa saiu vencedora?

Foi assim em 1964: organizado pela Espanha e vencido pela Espanha; e em 1984: organizado pela França e vencido pela França.

Será que é para repetir em 2004?...

Publicado por André 10:12:00 1 comentários  



(ir)responsabilidade política à portuguesa...



Vasco Pulido Valente julga mal. Não está tão quanto julga!

Publicado por Manuel 05:12:00 2 comentários  



Eu peão me confesso... jogo do lado da Vontade

Se as notícias de que Durão Barroso será o próximo presidente da Comissão Europeia podem deixar alguns portugueses cheios de orgulho, a verdade é que muitos dos que hoje sentem orgulho são os mesmos que ontem diziam que ele Durão Barroso, era um péssimo primeiro-ministro, que não possuía sentido de responsabilidade e que o poder lhe tinha caído nas mãos, fruto do abandono ou fuga em frente de António Guterres.

Na altura, todo o país criticou o sentido de irresponsabilidade que Guterres teve ao abandonar o barco, como consequência de um mau resultado do partido nas autárquicas e nas eleições seguintes o eleitorado decidiu “premiar” o PSD com a vitória. Durão Barroso era para alguns o homem errado no lugar certo, com a agravante da hora ser a errada.

Passados, quase dois anos e meio, de uma política muitas vezes contraditória, de reflexos feitos à custa de golpes e contra golpes, de várias crises internas no governo, mas à custa de uma coligação que manteve várias vezes, vários ministros, que nunca lá deveriam ter posto os pés. Não foram poucas as vezes que o ouvimos falar em sacrifício, “apertar o cinto”. A verdade é que por culpa de uma política económica contraccionista, que afectou o investimento privado e a procura interna, o país mergulhou numa recessão. Durão pediu calma, e disse várias vezes para confiarmos na sua política e no seu Governo, pois ao meio da legislatura as coisas mudariam.

A verdade é que dois anos e meio depois, Durão, e na primeira oportunidade, abandonou o país. Como se não bastasse abandonar o país, deixou o mesmo a mercê de quem nunca esteve, não está e nunca estará preparado para tomar o pulso ao país.

Não partilho, e ainda que se possa pensar, que ser presidente da comissão europeia (PCE) seja automaticamente um prestígio para Portugal, apenas pelo simples facto de o seu presidente ser português. Pura mediocridade no pensamento. O facto de Durão ser PCE, apenas será prestigiante para o país se o seu trabalho à frente do mesmo o deixar com créditos suficientes para tal. Não é a pessoa que engrandece os actos mas sim os actos que engrandecem as pessoas e os cargos que elas representam. <>Nesta lógica a Jorge Sampaio terá restado o papel figurado de besta.

Besta porque ou matava o sonho de Barroso ou ficava na história como cúmplice de um governo sombra, que mete medo à própria sombra.

E se Durão abandonou, tal e qual Guterres, o País, ao país pergunta-se agora o seguinte.

Será preferível um português medíocre à frente de uma Comissão Europeia ou um conceituado e astuto comissário de uma pasta como a defesa ou as relações internacionais que por acaso nasceu em Portugal?

Se usarmos o argumento ainda que medíocre do "prestígio", obviamente que Durão terá trilhado o caminho certo, para esses medíocres. Se usarmos a cabeça, e pensarmos não no prestígio, mas naquilo que efectivamente poderemos fazer, e que alguém poderá fazer por Portugal, então e instintivamente escolheríamos a segunda via.

O problema, é que aqui também há terceira via. Deveria ter desconfiado que algo se passava quando numa conferência sobre "ética", promovida pela Maçonaria (!), Santana Lopes fez referências ao Pacto de Estabilidade e Crescimento. Ele que nunca falou de economia. Santana pode ter experiência de autarquia mas ainda assim e pela forma como geriu o túnel do Marques e a Figueira deixa-me apreensivo.

O problema aqui não é Santana mas sim a sua ingerência. O problema aqui não é Durão ter abandonado mas sim o país ter-se, durante dois anos, colocado economicamente no vermelho, tudo em nome da consolidação orçamental e tudo em nome do PEC. Ao contrário de Santana Lopes, várias vezes defendi aqui o propósito de cumprirmos os 3,00% de limite. Ao contrário de Durão, discordei muitas vezes da forma como isso estava a tentar ser conseguido. A verdade é que não foi com a consolidação orçamental que Durão ganhou prestígio em Portugal. Simplesmente porque não o conseguiu.

Mas pior abandona no meio da legislatura o seu “projecto”, tudo em nome, do "prestígio do país. Na lógica acima referida, Durão embarcou pela mediocridade. Nada que nos surpreenda.

O pior de tudo isto é que o próximo governo foi decidido “Na Sacramento à Lapa”, com várias ingerências e conquistas. O famoso calculismo de um certo PSD, onde muitos ainda à espera ou simplesmente à margem, por terem uma ideia diferente do que se perspectiva ser este governo. Tudo em nome do "prestígio".

Ninguém certamente me responderá, mas a verdade é que não me sinto conformado com a situação. Não me conformo que os poucos resultados de rigor de Manuela Ferreira Leite, sejam, hoje abandonados à custa do facilitismo. Não me conformo que tenham sido dois anos perdidos e onde todos os sacrifícios foram em vão.

Decididamente quero acreditar que neste país, existem pessoas capazes de se soltar das amarras e enfrentar o “animal”. Isso sim seria prestigiante. Não em termos de conquista individual mas sim em nome do futuro de um Portugal responsável, economicamente e socialmente mais rico.

E se a coragem depender das forças das tropas aos generais que estão “encasernados” lembrem-se de um lado está a mediocridade e irresponsabilidade. Do outro está a vontade e o querer um futuro para Portugal, diferente do que infelizmente temos assistido.

Agora, caros "generais" é só escolher por que tabuleiro jogar.

N. A. O processo Galp Energia está emperrado na Comissão Europeia. A mesma tem dúvidas quanto ao papel da Iberdrola neste processo e no futuro papel da EDP Gás. António Mexia já é falado para Ministro da Economia...

Publicado por António Duarte 04:02:00 2 comentários  



N.A. - artwork d' O Barnabé

Publicado por Manuel 02:05:00 1 comentários  



acerca dos pilha-galinhas - um exemplo ...

anda toda a gente excitada, a fazer cálculos e contas enquanto se prepara o day after com garrafas de champgne...

para quem dúvidas tivesse não só sobre a estirpe moral de Barroso, da sua entourage, e da que se lhe vai seguir, atente-se nos elevados príncipios morais de um dos mais destacados apoiantes do futuro - ao que parece - primeiro-ministro Pedro Santana Lopes...


A Distrital social-democrata do Porto pondera a hipótese de vir a aceitar que Manuel Seabra seja o cabeça de lista do partido para a Câmara de Matosinhos. Isto num cenário em que o líder concelhio do PS não possa ser, de facto, candidato pelo seu partido, tal como parece ser a orientação da Direcção Nacional dos socialistas.

O exemplo perfeito da amoralidade e falta de príncipios. O exemplo perfeito da ética e valores da "geração" no poder...

Onde estão os senadores da República ? onde estão os Homens bons ?

o Lopes, o Rui Gomes da Silva e GOLada fandanga associada é o melhor que o PSD tem para dar ao País ?

Há um exército silencioso à espera de uma alternativa credível - no seio do PSD - a Santana e Portas ... Só faltam os generais...

Publicado por Manuel 00:13:00 1 comentários  



Especial Euro 2004 (XVIII)

O triunfo grego sobre a França projectou os helénicos para a primeira metade da tabela. O conjunto de Rehhaggel está agora em sétimo lugar, com 16,25 (18+15+13+17 com duas bonificações de 0.25)

A França desceu do sexto para o oitavo posto, com uma nota final de 16,00 (18+15+16+13, com uma bonificação de 0.50 por ter ganho o grupo B).

Portugal mantém-se em quarto lugar, com 17,00 e todas as condições para subir ainda mais na classificação...

Ranking GRANDE LOJA:

1.º República Checa - 17,50
2.º Suécia - 17,50
3.º Inglaterra - 17,25
4.ª Portugal - 17,00
5.ª Holanda - 16,92
6.ª Dinamarca - 16,58
7.ª Grécia - 16,25
8.ª França - 16,00

9.ª Itália - 16,00
10.ªEspanha - 15,33
11.ªAlemanha - 15,00
12.ªCroácia - 14,33
13.ªRússia - 14,00
14.ºLetónia - 13,67
15.ªSuiça - 12,67
16.ªBulgária - 12,67

Publicado por André 23:26:00 0 comentários  


Uma choldra

Jorge Sampaio, em nome da estabilidade, parece determinado em afastar a única solução democrática na sequência do abandono do Governo por Durão Barroso - a realização de eleições antecipadas.

E, de uma penada, faz um favor ao PSD, ao PP e ao PS - aos dois primeiros prolongando, generosamente, o seu tempo de vida governativo; ao segundo, dando-lhe tempo para se preparar internamente para a tomada do poder.

E o país que se dane - no entender de Sampaio não merece mais, nos próximos dois anos, que aguentar a dupla de opereta Santana Lopes/Paulo Portas, a quem este país, da direita à esquerda, jamais daria os votos suficientes para governar Portugal!

Que palavras tão certeiras nos deixava aqui há pouco o Carteiro:


... ao contrário do crédito que demos ao valorosos jogadores, temos muito pouco mais a quem dar crédito. Não nos revemos em quem nos lidera, nem em quem, previsivelmente, venha a governar-nos.


Neste país, mesmo quem não votava no Presidente da República eleito acabava por se rever nele enquanto último reduto de bom senso nos momentos politicamente mais difícieis.

Até esses tempos acabaram.

Resta-nos o futebol, pelo menos até à próxima quarta feira.

O tempora! O mores!

kamikase in incursões


Publicado por Manuel 22:33:00 0 comentários  



Especial Euro 2004 (XVII)

Escândalo!...

E este Euro lá vai seguindo de surpresa em surpresa...

Depois de Espanha, Itália, Alemanha e Inglaterra, eis que também a França ficou pelo caminho. A campeã em título perdeu a oportunidade histórica de ser a primeira selecção a vencer dois europeus seguidos e foi eliminada pela Grécia por 1-0. Um golo de Charisteas selou o sonho helénico.



O jogo foi atípico: os franceses tentaram pegar no encontro, mas cedo se percebeu que não estavam num dia positivo. Esta selecção gaulesa mostrou-se sempre muito dependente do génio de Zidane e revelou-se uma enorme desilusão.

Muito práticos e organizados, os gregos confirmaram ser a surpresa da prova. Fizeram um jogo semelhante àquele que lhes permitiu baterem Portugal e justificaram pleno a passagem às meias-finais. Espera-lhes a República Checa ou a Dinamarca.



Os gregos levam 17, os franceses ficam-se por um 13

Publicado por André 22:13:00 0 comentários  



pior é(ra) impossível...


Depois de Guterres pensou-se que pior era impossível e saiu-nos na rifa Barroso.

Agora, e na secretaria, sem qualquer legitimidade eleitoral ou democrática, querem-nos impingir Santana Lopes como Primeiro-Ministro.

Uma visão do Inferno, é o que é!...



Publicado por Manuel 19:46:00 0 comentários  



se...

... Sampaio em nome do sacrossanto interesse e orgulho (!) nacionais deixar que Barroso se pire para a Comissão Europeia sem convocar de imediato legislativas antecipadas estaremos a assistir, seja quem for o sucessor indigitado por Barroso, e sejam quais forem as anuências de conveniência dos partidos do regime, à maior denegação da Democracia de que há memória na História recente de Portugal !

Publicado por Manuel 17:34:00 0 comentários  



Francisco José Viegas - "O meu mau carácter (O cantinho do hooligan)"


Eu não tenho coração para penaltis. Nem para penaltis dos outros, quanto mais dos portugueses. Durante o Euro, vi jogos em vários lugares – anteontem estava no Rio, a assistir à eliminação da Alemanha por uma das mais deliciosas equipas deste campeonato, a República Checa. No barzinho de Copacabana que tinha a televisão ligada, os apoiantes da Alemanha eram tratados como «argentinos». Não havia pior insulto. Ontem vi o jogo em Salvador, era feriado de São João na Baía e eu vi isso como um mau sinal, as pessoas estavam desmobilizadas. Esperei que a selecção portuguesa estivesse mais mobilizada. Esteve, sim, mas teve fases (nem vou falar disso, mas acho que esteve bem e que Scolari também mexeu bem na equipa). Sofri à antiga portuguesa.

Eu não gostava de Beckham; agora gosto bastante. Gosto quando ele falha, quando ele falha seja o que for, um passe, um salto para trás, mas de penaltis nem se fala – gostei que ele falhasse aquele. Também gosto muito quando Vassel falha seja o que for. Vejo-o fazer um lançamento lateral e apetece-me que ele falhe estrondosamente ou parta um braço (depois pode recompor-se); quando se trata de um penalti, então, o meu coração rejubila.

Mas eu não tenho coração para penaltis. Aliás, eu não devia ter coração para jogos destes. Foi emocionante mas teve fases. Teve aquela fase em que não se sabia até onde ia o nosso ataque; teve depois a fase em que não se sabia até onde ia a nossa resistência. E teve, então, a fase em que não se sabia até onde ia a minha resistência. Foi até ao fim, até ao penalti de Vassel; depois levantei-me e ia desistir, quando Ricardo marcou o seu penalti. Eu não tenho coração para penaltis: quando há jogos destes nem vale a pena falar de tácticas, de falhanços, de jogadas perdidas. Eu estava preparado para um Rooney fantástico, exuberante, perigoso, com o dobro do talento de Beckham, o que não era difícil. Mas também me esquecia de dizer que gosto quando Rooney sai lesionado a meio de um jogo contra Portugal. Gosto quando ele se lesiona ao voltar-se para o lado, quando parte um dente a mastigar pastilha elástica, ou se engasga a beber água. Gosto bastante quando acontecem desgraças dessas num jogo que vai a penaltis.

Num jogo destes, todos temos o direito de ter mau carácter, de querer que Scholes fique careca, que Cole tropece nas próprias pernas, que aquele adepto inglês de cara pintada e com asas inglesas caia num precipício e que Owen tenha um ataque de urticária.

E portanto foi a vitória da rapaziada contra os metrossexuais. Nunca desistiram. Tiveram momentos em que jogaram menos bem, mas isso não me interessa. E até ajudo a meter os ingleses nos aviões. Com uma chuva de manguitos. Um hooligan é um hooligan.

in Aviz


Publicado por Manuel 16:07:00 0 comentários  



A tornado forms in the sky above Aken, south of Berlin, in this picture taken June 23, 2004. Around 100 buildings were partially destroyed after a tornado raged through the east German region of Saxony on late Wednesday evening. REUTERS/Holger Otto


Publicado por Manuel 14:19:00 0 comentários  



A cópia do dia.

Aqui há uns meses, um dos mentores do blog Blasfémias, escreveu que havia um segredo bem guardado na Justiça portuguesa.

Parece-me bem que o director do Público pegou na deixa e começa, ele mesmo, a levantar a ponta do véu...


A Justiça a Funcionar ?

Um dos lugares comuns mais repetidos cada vez que se conhecia uma reviravolta no processo da Casa Pia foi o que isso demonstrava que, afinal, em Portugal a Justiça sempre funcionava. Formalmente, o lugar comum é certeiro: as reviravoltas resultavam regra geral da apreciação de recursos por tribunais superiores e o direito de recorrer é um dos alicerces da Justiça. Na substância, contudo, confrontámo-nos com situações em que pessoas estiveram presas sem que tal se justificasse, ou que foram libertadas sem que se percebesse bem porquê. O que significa que a "justiça a funcionar" foi produzindo injustiças.

Esta semana foi conhecido o recurso do Ministério Público relativo ao não pronunciamento de Paulo Pedroso e a decisão do Tribunal da Relação sobre o Caso Moderna. E mais uma vez se fica perplexo. O primeiro é de uma enorme violência para com a juíza do Tribunal de Instrução responsável pela decisão e permite perceber como os seus critérios foram completamente distintos dos adoptados por outro juiz que serviu no mesmo tribunal, o mediático Rui Teixeira. Já a decisão da Relação no Caso Moderna quase que destrói a sentença do tribunal de primeira instância, nuns casos inocentando quem fora considerado culpado, noutros reduzindo fortemente as penas. Para os que pensavam que o primeiro tribunal tinha querido fazer do caso - em que a montanha parira pouco mais do que um rato... - um exemplo de punição de poderosos, eventualmente exagerando nas penas, esta sentença foi uma vitória. Já para o Ministério Público foi uma derrota que suscitou a Maria José Morgado, procuradora na Relação de Lisboa, uma declaração surpreendente: "o crime de administração danosa é muito difícil de provar" pelo que... "há opiniões para tudo".

"Opiniões para tudo" na administração da Justiça? Já tínhamos ouvido formas mais elegantes, no mínimo, de evocar a falibilidade dos juízes. E formas menos cruas de dizer aquilo que muitos começam a pensar: que a nossa Justiça é, muitas vezes, uma lotaria. Que depende do juiz que se apanha. Da habilidade do advogado. Ou da inépcia do acusador público. Para não falar das falhas na investigação criminal.

De facto, havendo "opiniões para tudo", compreendem-se melhor as reviravoltas do processo da Casa Pia ou a forma como a Relação destruiu a sentença da Moderna. Mas também se compreende, por exemplo, como é que noutro caso famoso, o que envolveu o antigo governador de Macau Carlos Melancia, este foi absolvido da acusação de corrupção passiva e, no mesmo tribunal mas algumas portas ao lado, os que estavam acusados de serem os seus corruptores foram condenados.

É natural que os juízes cometam erros, é natural que os recursos revertam decisões anteriores, é natural que tudo isto seja o "normal funcionamento da Justiça" já que os homens, todos os homens, são falíveis. Mas não é natural a sucessão de tantas contradições, pelo que é necessário dizer alto o que muitos dizem baixo: há demasiada incompetência e uma quase total falta de controlo de qualidade no sistema judicial, onde os juízes funcionam mais como uma corporação que protege os incompetentes do que como uma profissão onde o mérito seja critério de evolução na carreira. Ora isso é que já não é "normal funcionamento da Justiça"

José Manuel Fernandes


Publicado por josé 11:02:00 1 comentários  



A golpada, ou porque o que é que o não serve para Portugal não pode servir para a Europa...

Com um país anestesiado pelo Euro'2004 há cada vez mais sinais de que poderemos estar prestes a assistir a uma autêntica golpada. Seguindo a lógica do máximo denominador comum (i.e. o mais mau possível) - segundo parece - de facto condições para que Durão Barroso possa ser o próximo presidente da Comissão Europeia. Mais, Barroso já começou a preparar o terreno - com a aquiescência irresponsável de Sampaio - e se tiver espaço fugirá.

Eu que não sou exactamente um Europeista puro e duro não desejo tão mal à Europa para a querer liderada por alguém tão medíocre como José Manuel Durão Barroso. Se Barroso não serve para governar Portugal - e não serve - muito menos serve para ser a face da Europa.

De nada valem os argumentos ditos patrióticos - já ensaiados n' O Independente desta semana - Barroso é mediocre seja no PSD, no Governo ou na Comissão Europeia e ponto final.

A fuga - porque é disso mesmo que se trata - de Barroso para a frente é inadmíssivel por todas as razões e mais uma - Barroso, que foi eleito para consertar as guterradas do seu antecessor, tem que prestar contas! Prestar contas pelo que fez, pelo que não fez e pelo que deixa fazer. Barroso já reabilitou a imagem de Guterres q.b. e conseguiu o quase impossível que era pantanizar ainda mais este País.

Deixar que Barroso fuja é corroborar que em Portugal o "crime" compensa. Mais, e se fugir mesmo só há um cenário realista e que mantém a legitimidade democrática do Governo - eleições antecipadas (com um Congresso a sério do PSD de permeio). Todos sabemos o que seria e como seria uma passagem de testemunho informal...

Pelo acima (d)escrito, e pelo que não se pode escrever, por Portugal e pela Europa - Barroso na Comissão Europeia nunca!

Publicado por Manuel 04:48:00 0 comentários  



A seven-month old baby with a genetic mutation that boosts muscle growth is seen in an undated black and white image released by the New England Journal of Medicine (news - web sites) on Wednesday June 23, 2004. The discovery, reported in Thursday's New England Journal of Medicine, represents the first documented human case of such a mutation. The boy's mutant DNA segment was found to block production of a protein called myostatin that limits muscle growth. (AP Photo/New England Journal of Medicine, HO)


Publicado por Manuel 03:43:00 0 comentários  



Especial Euro 2004 (XVI)

A partir dos quartos-de-final, actualizamos, jogo a jogo, o Ranking Grande Loja que, em função das notas que atribuimos, fará a classificação final (que não será, forçosamente, a mesma da classificação real do Euro)

Como seria de esperar, o êxito português frente à Inglaterra fez a nossa selecção subir do sétimo para o quarto posto. A Inglaterra ficou fora, mas os quatro 17 consecutivos garantem-lhe ainda o terceiro lugar, com 17,25 (os 0.25 são da bonificação por ter ficado em segundo no grupo B)

Portugal soma um 14, um 16, um 17 e um 18. Dá uma média de 16,25. As bonificações (0.50 por ter ganho o grupo e 0.25 por ter passado às meias-finais) atiram os portugueses para o quarto posto, com 17,00.

Aguardemos que alterações este ranking terá com os restantes três jogos dos quartos-de-final...

Ranking GRANDE LOJA:

1.º República Checa - 17,50
2.º Suécia - 17,50
3.º Inglaterra - 17,25
4.ª Portugal - 17,00
5.ª Holanda - 16,92
6.ª França - 16,83
7.ª Dinamarca - 16,58
8.ª Itália - 16,00

9.ª Grécia - 15,58
10.ªEspanha - 15,33
11.ªAlemanha - 15,00
12.ªCroácia - 14,33
13.ªRússia - 14,00
14.ºLetónia - 13,67
15.ªSuiça - 12,67
16.ªBulgária - 12,67

Publicado por André 03:12:00 0 comentários  



Kushi, a 52 day old Sumatran tiger cub, rests on a keepers shoulders at Ragunan Zoo in Jakarta, June 24, 2004. The Sumatran tiger is the last-sub species of tiger found in Indonesia and estimates suggest that there are only 400-500 left in the wild. Kushi is the sole survivor of a litter of two born at the zoo. REUTERS/Darren Whiteside


Publicado por Manuel 01:38:00 0 comentários  



Especial Euro 2004 (XV)

O Rui Costa era aquele que já não valia nada, não era?

Pois é. Os profetas da desgraça que se apressaram a augurar o desastre andam tão baralhados que muitos deles foram festejar para as ruas a passagem de Portugal para as meias-finais do Euro 2004.



A selecção portuguesa assinou esta noite a melhor exibição de todas as que se mostram no grande evento do futebol europeu já realizaram desde o início do torneio. A única
selecção que jogou quase tão bem foi a República Checa diante da Holanda.

Mas este duelo entre Portugal e Inglaterra encheu as medidas aos amantes do bom futebol. Foi f-a-n-t-á-s-t-i-c-o!! Nas notas que a Grande Loja tem dado desde o início, Portugal quase chegou ao primeiro 19. Fica-se pelo 18, apenas por aquela desatenção imperdoável a cinco minutos do dim do prolongamentom, quando o mais difícil já estava feito. Depois de um jogo memorável, com uma reviravolta no marcador, era uma pena deixar fugir o pássaro. Felizmente, a fortuna soube ser justa e deu a vitória a Portugal nas grandes penalidades.

Há tanto para dizer que o melhor é organizar a análise desta partida por tópicos. Aqui vão eles:

1. Portugal tem feito um europeu em plano ascendente: começou com uma derrota, embora mostrando já nesse primeiro jogo ter armas para dar a volta; com a Rússia ganhou, atacou bem, mas faltou-lhe ainda alguma organização de jogo; com a Espanha assinou já uma bela exibição, embora tenha voltado a cometer de ligação entre os sectores que poderiam ter deitado tudo a perder; com a Inglaterra, chegou finalmente ao plano da excelência: só dois erros, que custaram o sofrimento de só resolver a coisa nos penalties. Mas no jogo jogado, Portugal foi muitíssimo superior à Inglaterra.

2. A chave da vitória voltou a estar na enorme alma que Scolari conseguiu incutir na equipa. Sem esse factor, Portugal teria desacreditado a meia-hora do fim. A nossa equipa carregou nos ombros 86 minutos sempre a perder e nunca desistiu de ser feliz. Saiu premiada, porque percebeu que, ao longo de toda a partida, jogou melhor e procurou mais a sorte.

3. Scolari voltou a acertar em cheio nas substituições. Com a Grécia, as melhores unidades saíram do banco ao intervalo: Deco e Cristiano Ronaldo. Com a Rússia, Rui Costa entrou para marcar; com a Espanha, Nuno Gomes saltou do banco para resolver; hoje, Simão e Postiga entraram. O primeiro centrou, o segundo cabeceou para o empate. Rui Costa também saiu do banco e marcou um golo soberbo - talvez mesmo, o melhor do Euro até agora.

4. E por falar em Rui Costa... Não foi sobre ele que tantos disseram que já estava acabado? Que não tinha lugar na selecção? Que já não podia com uma gata pelo rabo? Que era 'uma vergonha' continuar a pô-lo a jogar só pelo estatuto que possui? Que já estava velho? Que dirão esses autênticos peritos em futebol depois de ver aquele golo fabuloso que o reggista do AC Milan apontou em pleno prolongamento? Será que depois disto, ao menos depois disto, essas pessoas descobrem, finalmente, que NÃO PERCEBEM NADA DE FUTEBOL??



5. Entendamo-nos: É um facto que Rui Costa talvez já não tenha andamento para estar 90 minutos ao mesmo nível; totalmente de acordo em pôr Deco titular da selecção (tem-no merecido inteiramente). Mas é preciso que as pessoas comecem a perceber que uma equipa se faz com opções, com alternativa, e um maestro como Rui Costa é sempre uma mais-valia. Rui Costa é o segundo jogador português mais cotado da sua geração. Quando se transferiu da Fiorentina para o AC Milan, tornou-se no quarto jogador mais caro do Mundo. Será que as pessoas não têm memória ou falam e... não pensam?? Era escusado terem que engolir tantos sapos...

6. Em matéria de.. deglutição de sapos, a Grande Loja, no que se refere à selecção nacional, está perfeitamente à vontade: é um facto que já criticámos muito Scolari e as razões que nos levaram a fazê-lo mantêm-se válidas. Continuamos a achar que Vítor Baía daria mais segurança à baliza do que Ricardo. Mas no resto, o tempo tem-nos dado razão: sempre defendemos a titularidade de nomes como Ricardo Carvalho, Deco e mesmo Maniche (que talvez tenha sido o golpe de asa de Felipão na convocatória e em todo este Euro). E para quem tem memória curta (a maior parte das pessoas que opina sobre futebol em Portugal), recordamos que depois da derrota com a Grécia fomos das poucas vozes a dar o benefício da dúvida à selecção.

7. «A equipa de Scolari esteve abaixo do que lhe era exigido mas convém referir, logo de início, que o balanço não nos parece ser tão negativo como o resultado deixa antever. Claro que lá voltamos a estar reféns dos últimos jogos, das contas de máquina calculadora na mão e, malfadada sina lusa, proibidos de cometer deslizes na recta final. Mas a verdade é que se houve jogo em que Portugal teve azar, muito azar, foi neste com a Grécia.

A equipa das quinas criou, sobretudo nos últimos 25 minutos de jogo, oportunidades mais do que suficientes para sair vencedora. Mas nunca pôde jogar de forma serena e tranquila. Começou o encontro nervosíssima, foi vítima de um erro infantil (inexplicável?) de Paulo Ferreira - logo ele, que quase nunca erra - e quando começou a desenvolver o futebol de que mais gosta, já estava a perder por 0-1.

E não nos podemos esquecer que do outro lado estava uma Grécia muito forte, muito organizada, que pode surgir como a grande surpresa deste grupo A. Os gregos aproveitaram ao milímetro quadrado as falhas portuguesas e mostraram ser um conjunto muito pragmático, com uma defesa consistente (Seitaridis fez um grande jogo, o FC Porto, de facto, não dorme...) e um contra-ataque venenoso».

Scolari, que já tive a oportunidade de criticar veementemente nesta Venerável Loja, não me parece ter, desta vez, grandes culpas no insucesso - foi corajoso a lançar Ronaldo e Deco logo no início da segunda parte e estes mostraram-se as melhores unidades potuguesas nessa metade. O seleccionador não teve medo de mudar o sistema a meio do jogo e foi com dois pontas-de-lança que Portugal se mostrou mais perigoso.

O golo obtido no fechar do pano traz uma réstia de esperança. Não nos deu qualquer ponto, mas num grupo tão equilibrado como este, quem sabe se não nos será útil nas contas finais a fazer dia 20...»

(post publicado após a derrota com a Grécia)

8. E antes da encontro decisivo com a Espanha:

«Os pessimistas profissionais que descansem, talvez a Espanha esteja um pouco mais forte do que Portugal. Mas um jogo é um jogo e um cenário de qualificação é perfeitamente possível. Ganhar a esta Espanha está ao alcance de Portugal, desde que a selecção esteja ao seu melhor nível (o que já não acontece há mais de um ano...). Mas nós, portugueses, bem sabemos que é nestas alturas que conseguimos surpreender tudo e todos».

9. Como vêem, a Grande Loja acreditou desde a primeira hora neste sucesso português. No jogo com a Inglaterra, ele deveu-se, em grande parte, às fantásticas exibições de jogadores como Deco, Cristiano Ronaldo, Ricardo Carvalhio (esse é sempre...), ou Maniche. Como já referi, os três que saltaram do banco entraram muito bem. E acima de tudo, fica a ideia de uma nova mentalidade portuguesa, que o FC Porto de Mourinho já foi mostrando nos últimos dois anos: é possível ganhar a qualquer equipas, desde que se esteja concentrado, se seja rigoroso, que se acredite até ao fim.
Talento não nos falta. Faltava-nos, até há uns dias, fio de jogo, mas Scolari foi inteligente e aproveitou a máquina do FC Porto (o meio-campo da selecção, neste momento, é o triângulo mortal Deco-Costinha-Maniche)

10. A propósito, sobre o falhanço de Costinha, ao oferecer o golo a Owen (muito mérito do avançado inglês, atenção), dizemos precisamente o mesmo que dissemos quando Paulo Ferreira ofereceu o golo a Karagounis: um erro não pode apagar jogos e jogos ao mais alto nível. É claro que Costinha deve continuar no onze.

11. A Inglaterra beneficiou desse erro e pôs-se a ganhar muito cedo. Mas essa vantagem acabou por inibir os britânicos de explorarem o ataque (sendo que é esse o sector mais forte). A lesão de Rooney desincentivou ainda mais os ingleses a procurarem o golo e confesso que me surpreendeu a aparente facilidade com que Portugal pegou no jogo. A batalha do meio-campo foi, claramente, ganha por nós. Com excepção de Lampard (que grande jogador!), os restantes homens de combate perderam o norte perante a superioridade técnica portuguesa.

12. O jogo foi intensíssimo, de parada e resposta. Será, certamente, recordado no futuro, na história dos Campeonatos da Europa. Chegámos às meias-finais e agora tudo é possível. O facto de estarmos a jogar cada vez melhor, de jogo para jogo, e, claro, o facto de estarmos a jogar em casa, podem ser trunfos preciosos. Entre Suécia e Holanda, preferia a Holanda, mais ao alcance do jogo português. Os suecos têm um colectivo mais coeso e um ataque quase tão temível como os holandeses. Qualquer um deles será difícil, mas qualquer um deles será possível de bater. Aconteça o que acontecer, Portugal já fez um grande europeu.

13. Contas feitas, Portugal merece 18 (quase, quase 19...); a Inglaterra um 17 (o quarto consecutivo)



Publicado por André 23:01:00 1 comentários  



Goodbye Mr. Eriksson...



Publicado por Manuel 22:26:00 0 comentários  



Quem é que teve a desfaçatez de dizer uma coisa destas ?...


A inverosimilhança não pode decorrer da filiação partidária dos referidos indivíduos ou da circunstância de terem sido membros do Governo do País


Espera-se uma reacção do constitucionalista...

Publicado por Carlos 18:34:00 0 comentários  



o controleirozinho...


Vão comentar para casa
Não, aqui no Acidental não aceitamos, nem aceitaremos jamais, comentários alheios. Sobretudo por razões higiénicas, em defesa da língua portuguesa e contra os mentores da democracia popular. Basta dar uma volta pelas caixas dos outros para tirar daí a ideia. [PPM]
# posted by PPM : 2:56 PM

Paulo Pinto Mascarenhas assume-se como uma espécie de Pina Moura acidental dos tempos modernos, um censor arrebitado que não confia nos seus próprios "camaradas" ao ponto de não lhes ceder sequer a possibilidade de postarem directamente n 'O Acidental. Apenas PPM tem esse previlégio, não vá alguém escrever sobre o que não deve... O anacrónico personagem faz lembrar o Governo Chinês e as suas tentativas de "controlar" a Net; se por um alado reconhece que esta é fundamental ao ponto de establecer o seu próprio estaminé por outro lado ainda não percebeu o signifivado, e implicações, da palavra Liberdade.

Paulo Pinto Mascarenhas é um paradoxo, mas um paradoxo exemplar daquilo que passa por certas cabecinhas, à esquerda e à direita... Já não mandam, já não controlam, já não definem o que se escreve ou deixa de escrever...

Publicado por Manuel 15:01:00 1 comentários  



"Ei-lo em todo o seu esplendor"


Ei-lo, mais uma vez nas bocas do mundo: o sistema. A funcionar, claro. Em todo o seu esplendor.

«Caso Moderna: O Tribunal da Relação de Lisboa absolveu todos os arguidos do caso Moderna, à excepçao de José Braga Gonçalves e de Pedro Garcia Rosado, a quem, no entanto, baixou substancialmente as penas.


O acórdão divulgado, ontem, pelo Tribunal da Relação não causou estranheza aos advogados de defesa. O facto do processo ter tido presos preventivos, três dos quais agora absolvidos, "é normal". Também consideram que faz parte do "sistema", um tribunal superior ter uma decisão diferente.

"Os juizes mais velhos sabem mais e têm mais experiência do que os juizes mais novos e menos experientes". E que é, apenas isso, e não que a Justiça não funciona, "que as pessoas devem pensar" diz António Soares da Veiga, mandatário de Sousa Lara, num súbito acesso de cordialidade paternalista.

Marinho Pinto (na SIC Notícias), também muito apaziguado, acha igualmente tudo muito compreensível: os juizes mais novos andaram no CEJ, onde não aprenderam direito constitucional, por isso não respeitam a lei suprema e os direitos do homem nas suas decisões, ao contrário dos mais velhos, mais sabedores.

Pois eu já começo a descrer que haja sistema-sociedade democrática, que sobreviva com uma justiça a funcionar assim: não há caso mediático em que as decisões dos tribunais de 1ª instância e das instâncias superiores não sejam, em pontos importantes, totalmente contraditórias!

Algo vai mal no Reino da Dinamarca e, pelos vistos, a solução pode ser um Ovo de Colombo: trazer os ilustres "mais velhos" à 1ª instância e acabar com os recursos, assim se ganhando em acerto e celeridade decisórios e, para mais, poupando-se dinheiro aos contribuintes deste pobre País da Tanga.


in Incursões pela pena certeira da kamikaze

Publicado por Manuel 12:17:00 0 comentários  



com as letrinhas todas...

A sucessão de fenómenos (par)anormais que recorrentemente tem ocorrido na Justiça Portuguesa, nomeadamente num certo patamar, (e cito apenas dois casos - o caso "Moderna" e o caso Pio) começam a justificar, imperiosamente, uma investigação apurada ao universo paralelo dos poderes fácticos em Portugal e muito particularmente ao mundo da Maçonaria.



Se, por mera hipótese académica, um juíz é maçon e faz parte de um colectivo encarregue de avaliar um caso high profile que envolva Veneráveis Irmãos seus - hipoteticamente seus superiores lá na Loja a quem deve obdiência, o termo usado é mesmo esse "obdiência" - é licito esperar que esse juíz seja imparcial, sabendo-se como da natureza do método de progressão hierárquica e do tipo de trabalhos que a catalizam?...

E se esse mesmo magistrado, quadro público ou governante, por absurdo, tiver funções de relevo ou tela em orgãos de investigação criminal ou serviços de informação será lícito esperar independência e objectividade ?

Se um magistrado tem
, estatutariamente, restrições à sua actividade pública como aceitar, e tolerar, que possa, na maior, pertencer a organizações e sociedades secretas com um poder, de facto, infinitamente superior ao de qualquer partido político, ou organização pública, e sob as quais não existe qualquer espécie de escrutínio público?

Ou será que fenómenos de tipo P-2 é só em Itália?...

Publicado por Manuel 07:37:00 7 comentários  



Especial Euro 2004 (XIV)

Balanço da primeira fase

Terminada que está a primeira fase do Euro, a Grande Loja faz aqui, como prometido, uma análise mais alargada sobre o que já aconteceu, projectando expectativas para os sete jogos que faltam.

Jogo a jogo, fomos dando notas às exibições de cada equipa. Como todas têm três jogos (oito delas ficam-se por esses três, as oito que passaram vão voltar a exibir-se no torneio) aqui se apresenta o Ranking Grande Loja:

Nota: Os vencedores de cada grupo levam uma bonificação de 0.50; os segundos têm um bonus de 0.25

Grupo A:
1.º Portugal, 6 pontos 14+16+17 (+0.50)
Média = 16,17


2.º Grécia, 4 pontos 18+15+13 (+0.25)
Média = 15,58

3.ª Espanha, 4 pontos 16+15+15
Média = 15,33

4.ª Rússia, 3 pontos 14+13+15
Média = 14,00


Grupo B:
1.º França, 5 pontos 18+15+16 (+0.50)
Média = 16,83

2.º Inglaterra, 5 pontos 17+17+17 (0.25)
Média = 17,25

3.º Croácia, 2 pontos 13+16+14
Média: 14,33

4.ª Suiça, 1 ponto 13+12+13
Média: 12,67

Grupo C:
1.º Suécia, 5 pontos 18+17+16 (+0.50)
Média = 17,50

2.º Dinamarca, 5 pontos 17+16+16 (+0.25)
Média= 16,58

3.ª Itália, 5 pontos 16+17+15
Média = 16,00

4.ª Bulgária, 0 pontos 11+13+14
Média = 12,67

Grupo D
1.º República Checa, 9 pontos, 16+18+17 (+0.50)
Média = 17,50

2.º Holanda, 4 pontos 16+17+17 (+0.25)
Média = 16,92

3.º Alemanha, 2 pontos 16+14+15
Média = 15,00

4.º Letónia, 1 ponto 14+15+12
Média = 13,67


Curiosidades:

-- A República Checa foi a única selecção a obter o pleno: 3 jogos, 3 vitórias. Curiosamente, começou sempre a perder e conseguiu sempre dar a volta

-- A Inglaterra e a Suécia são o melhor ataque da prova, com oito golos marcados. Seguem-se a República Checa e a França, com sete

-- Itália, Dinamarca, Portugal e Espanha foram as melhores defesas da primeira fase, com dois golos sofridos; a Bulgária foi, obviamente, a selecção mais batida: nove tentos


Ranking GRANDE LOJA:

1.º República Checa - 17,50
2.º Suécia - 17,50
3.º Inglaterra - 17,25
4.ª Holanda - 16,92
5.ª França - 16,83
6.ª Dinamarca - 16,58
7.ª Portugal - 16,17
8.ª Itália - 16,00
9.ª Grécia - 15,58
10.ªEspanha - 15,33
11.ªAlemanha - 15,00
12.ªCroácia - 14,33
13.ªRússia - 14,00
14.ºLetónia - 13,67
15.ªSuiça - 12,67
16.ªBulgária - 12,67


Observações:

-- A Grécia parece ser a menos cotada das oito quarto-finalistas: é a única que não aparece nos oito primeiros deste nosso ranking. A Itália, mesmo eliminado, entra no oitavo lugar, em grande parte devido à boa exibição na primeira parte com a Suécia;

-- Portugal aparece prejudicado por aquele primeiro jogo, mas mantém uma boa média, a curta distância dos cinco primeiros;

-- A República Checa confirma-se, também aqui, como a grande vencedora desta primeira fase mas, tal como temos insistido, Suécia e Dinamarca são um caso sério. A Inglaterra beneficiou do seu jogo de ataque e do facto de mesmo no encontro que perdeu (com a França) ter merecido um excelente 17

-- Suiça e Bulgária repartem a lanterna-vermelha; a Letónia conseguiu mais um valor que as outras duas selecções menores deste Euro, graças ao empate frente à Alemanha

Publicado por André 03:04:00 0 comentários  



referendar ou "apenas" baralhar e dar de novo...

A ideia de Referendo traz-me à memória as tentativas falhadas, e ainda recentes, dos referendos sobre a regionalização e a interrupção voluntária da gravidez.

Falhadas , não porque o meu ponto de vista tenha prevalecido mas, porque a adesão, a participação dos portugueses e a forma como os governantes da época lidaram com os dois referendos ficarão para sempre associada a um misto de nexo sem causalidade.

Os referendos, ainda que não vinculativos, exigiam aos portugueses, cansados de manifestarem vontade em participar mais activamente na vida política, apenas que votassem.

Ao Governo em questão, pedia-se na questão da IVG, cuidado na forma como se colocava de um lado ou de outro. A questão da IVG é delicada e merece decidamente uma reflexão na sociedade portuguesa, isenta de hipocrisias e de falsos moralismos. A tudo isto o primeiro-ministro da altura, prometeu abster-se em voto, deixando a decisão para os portugueses.

Na questão da regionalização, cometeram-se demasiados erros, desenharam-se mapas em função do número de cargos que se queriam empreender, sendo que o pecado capital aqui foi primeiro desenhar e só depois explicar quais os benefícios de descentralizar.

Mas e porque referendar significa, muito casuísticamente, submeter a sufrágio algo de importante e delicado o nosso governo de coligação ter-se-á lembrado que tinha chegado a hora de referendar, nada mais, nada menos que a nova Constituição Europeia.

Perdida que foi a importante jornada de campanha para umas eleições, curiosamente... europeias para clarificar alguns aspectos importantes relativos a nova Europa, para discutir abertamente com o país num diálogo franco, quais as implicações da nova Constituição Europeia na sociedade portuguesa e não só, perdida que foi essa oportunidade, entendeu o Governo referendar algo que muito dificilmente conseguirá explicar, por muito crente que seja a convicção de quem explica.

Ainda que exista um compromisso entre os vinte cinco membros da UE de que deverá haver referendo desde logo se levanta a questão da pergunta que vai ser escolhida.

Alguns sábios deverão durante algumas semanas reunir-se e chegar à conclusão que a única pergunta que garante hipoteses de o SIM ganhar não pode fugir das linhas desta...


Está esclarecida, livre e conscientemente a favor da Constituição Europeia ?


O problema, que já Guterres enfrentou, trata-se de um problema de memória e ao qual Jorge Sampaio decidiu hoje dar novo alento. Diz Jorge Sampaio que

Deve haver um momento em que uma consulta sobre a questão europeia deve ser feita, e que foi "dos muito poucos" a entender que o Tratado de Maastricht devia ter sido objecto de uma consulta popular.

Por muito diferente que possam ser as convicções, ou somos a favor do projecto europeu ou somos contra, pois a terceira via que o PP envereda, apenas traz problemas de consciência aos seus dirigentes. Consciência não pelo que disseram no passado, mas por aquilo que hoje são obrigados a assinar em nome de uma coligação.

E é exactamente esse pequeno facto, levantado por Jorge Sampaio, que me deixa de todo desiludido.

Ao fim de 18 anos de pertencermos a União Europeia, ao fim de 18 anos de recebermos fundos comunitários, e perdoem-me aqui o facto de assumir o meu europeísmo, é que achamos que deveriamos referendar a integração europeia? Se na altura refenderar o Tratado de Amesterdão soava a má língua pois a moeda única para além de constar no Tratado de Roma, ratificado por Portugal na adesão, constava em objecto e procedimentos no Tratado de Maastricht, que Portugal e bem, ratificou, referendar Maastricht na altura, como diz hoje Jorge Sampaio ser um segredo quase só seu, e ainda bem que assim o é, seria o desacreditar de Portugal num projecto europeu.

Hoje referendar a constituição europeia, constítui não um retrocesso na matéria europeia mas sim um sinal de imaturidade política.

Imaturidade porque um país atento não deixa passar 18 anos para alertar que se deveria referendar a integração europeia.

Imaturidade porque um Presidente da República, de um Estado membro de pleno direito, deveria ser o primeiro a alertar para o problema, se realmente ele existir.

Não que referendar seja mau, antes pelo contrário, mas sim porque, primeiro discute-se, depois referenda-se, tudo isto antes da aprovação. E como uma casa quando vai no telhado não se lhe podem mudar as escoras...

Ainda que mal pergunte, mas se o "Não" ganhar, e com eleições autárquicas três meses depois, o que fará o Governo? Respeita a vontade dos eleitores e coloca-se à margem do processo europeu, ou pelo contrário não respeita a vontade dos mesmos, e arrisca-se a ganhar apenas as autarquias de Gondomar e Águeda ?

Publicado por António Duarte 00:34:00 0 comentários